Charge: Miguel Paiva |
O clã Bolsonaro se profissionalizou na prática da corrupção – das “rachadinhas” às propinas em joias milionárias e outras maracutaias. Agora, porém, o chefão da famiglia já não conta mais com a imunidade parlamentar ou de presidente da República. Na sexta-feira (3), o ministro da Justiça, Flávio Dino, anunciou que a Polícia Federal vai investigar os presentinhos em diamante e ouro recebidos pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro – a Micheque.
Já chamado nas redes sociais de “contrabando do Jair”, este novo escândalo foi revelado pelo jornal Estadão na semana passada. Segundo a bombástica reportagem, o “capetão” tentou fazer entrar ilegalmente no Brasil joias avaliadas em R$ 16,5 milhões, que foram “presenteadas” pela ditadura petrolífera da Arábia Saudita. A caixa com colar, anel, relógio e um par de brincos, todos feitos com diamantes, da grife de luxo Chopard, foi entregue em outubro de 2021 a uma comitiva do covil bolsonarista em viagem oficial ao país do Oriente Médio.
Peculato, lavagem de dinheiro e outros delitos
O contrabando, porém, foi retido por corajosos servidores da Receita Federal no Aeroporto de Guarulhos (SP). Ele estava sendo trazido ilegalmente pelo tenente Marcos André dos Santos Soeiro, assessor do então ministro das Minas e Energia, almirante Bento Albuquerque. Vindo no voo 773, da Qatar Airways, saído de Doha e com destino a São Paulo, o milico usado como “mula” foi pego pelo raio-X do aeroporto. O ex-presidente até tentou interferir de várias formas para liberar o contrabando, mas não conseguiu dobrar os agentes da Receita Federal.
Como afirmou o ministro Flávio Dino, esses fatos grotescos podem “configurar crimes de descaminho, peculato e lavagem de dinheiro, entre outros possíveis delitos... Serão levados ao conhecimento oficial da Polícia Federal para providências legais”. Diante da repercussão do escândalo, a badalada Micheque Bolsonaro usou suas redes sociais para debochar – o que mais parece pânico. “Quer dizer que 'eu tenho tudo isso' e não estava sabendo? Meu Deus! Vocês vão longe mesmo hein? Estou rindo da falta de cabimento dessa imprensa vexatória”, postou.
Já o ex-presidente fujão, que segue refugiado nos EUA instigando as suas milícias terroristas no Brasil, tentou posar de vítima. Em um evento da extrema-direita ianque neste sábado (4), ele choramingou: “Eu agora estou sendo crucificado no Brasil por um presente que não recebi. Vi em alguns jornais de forma maldosa dizendo que eu tentei trazer joias ilegais para o Brasil. Não existe isso. Eu estava no Brasil quando esse presente foi ofertado lá nos Emirados Árabes [na verdade, foi na Arábia Saudita] para o ministro das Minas e Energia. O assessor dele trouxe em um avião de carreira e ficou na alfândega, eu não fiquei sabendo”.
Haja cinismo! Só mesmo seus seguidores mais fanatizados, imbecilizados, acreditam nessa lorota. Jair “Messias” Bolsonaro, que se diz “crucificado”, que se cuide. Seu dia está chegando! Bangu-8 está lhe aguardando. Lá no presídio carioca o “capetão” poderá ter a companhia de velhos amigos e apoiadores, como o pistoleiro Roberto Jefferson, o estuprador Gabriel Monteiro e o miliciano Daniel Silveira.
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