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O Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu, nesta quarta-feira (1), notificar a Comissão de Ética da Presidência da República sobre os relógios de luxo recebidos por parte da comitiva de Jair Bolsonaro em viagem ao Catar, em 2019. O órgão defendeu a devolução dos itens por julgar “ter havido potencial conflito de interesses... O recebimento de presentes de uso pessoal com elevado valor comercial extrapola os limites de razoabilidade”. Será que a trupe – ou gangue – do fascista devolverá os presentinhos da ditadura do Catar?
Em sua sentença, o relator do processo, ministro Antonio Anastasia, afirmou que o Código de Conduta da Alta Administração Federal e em uma resolução da Comissão de Ética da Presidência são contra o recebimento de itens pessoais de grande valor, como no caso dos relógios de luxo. Os integrantes da trupe do fascista estariam em “desacordo com o princípio da moralidade pública”, argumentou.
Hublot e Cartier avaliados em até R$ 53 mil
Segundo informa o site Metrópoles, “a decisão do TCU atendeu parcialmente a um pedido apresentado pelo deputado federal Ivan Valente (Psol-SP). Na solicitação, ele indica ao tribunal que parte dos integrantes da comitiva do ex-presidente em viagem ao Catar recebeu relógios Hublot e Cartier, avaliados na ocasião em até R$ 53 mil”. O parlamentar listou o nome dos agraciados com a mamata:
- Ernesto Henrique Fraga Araújo – ex-ministro das Relações Exteriores;
- Onyx Dornelles Lorenzoni – ex-ministro Chefe da Casa Civil;
- Fernando Azevedo e Silva – ex-ministro da Defesa;
- Marcos César Pontes – ex-ministro da Ciência, Tecnologia, inovações e Comunicações;
- Augusto Heleno Ribeiro Pereira – ex-ministro chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República;
- Osmar Gasparini Terra – ex-ministro da Cidadania;
- Almir Garnier Santos – ex-secretário-geral do Ministério da Defesa;
- Roberto Abdalla – ex-embaixador do Brasil em Doha, Catar;
- Sérgio Ricardo Segovia Barbosa – ex-presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e investimentos – Apex-Brasil;
- Gilson Machado Guimarães Neto – ex-presidente do Instituto Brasileiro do Turismo (Embratur);
- Caio Megale – ex-chefe da Assessoria Especial de Relações Institucionais do Ministério da Economia.
No ano passado, o recebimento dos relógios de luxo até chegou a ser analisado pela Comissão de Ética da Presidência da República. Em uma decisão que não surpreendeu ninguém – já que a ética e a transparência não foram marcas das trevas de Jair Bolsonaro – os membros dessa comissão entenderam, por quatro votos a três, que não houve conflito de interesses. Espera-se que agora, com a mudança de governo, o entendimento seja bem diferente. Os civis e milicos da trupe devolverão os presentinhos?
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