Por Altamiro Borges
Na terça-feira (11), durante audiência na Comissão de Segurança Pública da Câmara Federal que teve a participação do ministro da Justiça, Flávio Dino, a bancada bolsonarista voltou a promover baixarias. A cena foi tão grotesca que a polícia legislativa teve que ser acionada para conter as brigas e a sessão foi encerrada antes do horário fixado. Será que os agressores fascistas ficarão novamente impunes?
A jornalista Andréia Sadi informa no site g1 que “o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), pediu à sua assessoria que fizesse um pente-fino nos vídeos da sessão... Lira quer analisar as imagens antes de tomar qualquer decisão sobre a comissão, que tem virado palco de sessões polêmicas e tumultuadas desde que foi instalada, em março”. Já há vários vídeos que confirmam a agressividade bolsonarista.
Um deles mostra Carla Zambelli (PL-SP) mandando o deputado Duarte Júnior (PSB-MA) “tomar no cu”. Ela nega a agressão e jura que o áudio foi “tirado do contexto”. A desculpa, porém, não colou e o PSB já anunciou que processará a pistoleira. Carla Zambelli tem agora cinco representações e passa a ser a quarta colocada no “ranking” dos deputados com maior número de processos no Conselho de Ética, perdendo apenas para Eduardo Bolsonaro (12 ações), Daniel Silveira (9) e Eduardo Cunha (7).
"Câmara não é lugar de lacrar"
Diante de tantas baixarias, até o deputado-pastor Marco Feliciano (PL-SP), cabo-eleitoral do “capetão” entre os evangélicos, reclamou da atitude de seus amiguinhos de bancada. Segundo o site Metrópoles, “ele disse que a oposição a Lula tem se comportado de maneira ‘vergonhosa’ e que os parlamentares bolsonaristas de primeiro mandato precisam aprender que a Câmara não é lugar de ‘lacrar’”.
“Aqui não é lugar para lacração. Não dá para querer lacrar na frente de um ministro preparado, como é o caso do Dino... Todo mundo quer cinco minutos no Jornal Nacional ou gravar vídeo para postar nas redes sociais”, lamentou o deputado, que ainda acrescentou que procuraria o líder da oposição, Carlos Jordy (PL-RJ), para pedir que a bancada se comporte de outra forma. “Ou adotamos uma estratégia melhor ou não vamos atingir o resultado que esperamos. Precisamos fazer oposição com respeito”.
Em outra notinha, o site Metrópoles especula que “o líder da oposição na Câmara, Carlos Jordy, disse aos colegas do partido que estava ‘puto pra caralho’ com o destempero dos bolsonaristas na Comissão de Segurança Pública... Jordy havia enviado mensagens no grupo de WhatsApp do PL pedindo para os deputados não ‘caírem na pilha’ durante a audiência. Flávio Dino já tinha driblado provocações e saído vitorioso da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ)”.
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