Charge: Aroeira |
A batata do presidente da Câmara Federal, deputado Arthur Lira (PP-AL), parece que está assando. Somente neste domingo (25), mais duas graves denúncias ganharam destaque na mídia contra o todo-poderoso cacique do Centrão que adora fazer ameaças e chantagear. O jornal O Globo estampou: “PF envia ao STF investigação de kit de robótica após encontrar anotações de pagamentos e o nome 'Arthur’”. Já o Estadão mancheteou: “Lira emprega em estatal enteada, primos e aliados; salários somam R$ 128 mil”.
Segundo a matéria do diário carioca, as anotações sobre as falcatruas foram apreendidas durante operação de busca e apreensão feita em 1º de junho em endereços ligados a Luciano Cavalcante, ex-assessor do presidente da Câmara dos Deputados. A operação se deu no curso do inquérito da PF que apura superfaturamento e lavagem de dinheiro com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) destinados a 43 cidades de Alagoas na aquisição de kits de robótica para escolas públicas.
“Ao analisar os documentos apreendidos durante a investigação, a PF destacou em um relatório que encontrou anotações que mostram valores ao lado de nomes e datas das transações. Em uma delas, consta o valor de R$ 100 mil ao lado do nome ‘Arthur’, sem mais detalhes. Em outra, há um registro datado em 15 de abril com o valor de R$ 30 mil ao lado do nome ‘Arthur’, também sem mais especificações. Há ainda o valor de R$ 3.652 associado a um hotel luxuoso e ao nome ‘Arthur’, em 17 de abril”, destaca O Globo.
Procurado pelo jornal, o fisiológico Arthur Lira respondeu que “toda movimentação financeira e pagamentos de despesas, ‘seja realizada por ele e, às vezes, por sua assessoria, tem origem nos seus ganhos como agropecuarista e da remuneração como deputado federal”. Já o advogado do encrencado Luciano Cavalcante preferiu o silêncio. Recentemente, o aspone foi exonerado do cargo que exercia na liderança do PP na Câmara.
Os cargos na "estatal do Lira"
Já a reportagem do jornal Estadão revelou que “o presidente Arthur Lira (Progressistas-AL) emprega ao menos dez familiares e aliados em postos-chave da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), empresa pública de orçamento bilionário. Os cargos na ‘estatal do Lira’, como a companhia tem sido chamada em Brasília, rendem R$ 128 mil só em salários ao grupo. Todo mês. Procurados, Arthur Lira e a CBTU não se manifestaram”.
O jornal registra que a CBTU é responsável pela administração de trens urbanos em cinco capitais e tem um orçamento de R$ 1,3 bilhão. “Com orçamento robusto, capilaridade no país e fora dos holofotes das principais empresas públicas, a companhia costuma ser usada por políticos para acomodar aliados e levar serviços a bases eleitorais. Arthur Lira tinha o controle dos cargos na gestão de Jair Bolsonaro (PL) e continua tendo no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT)”.
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