Charge: Aroeira |
Nesta terça-feira (13), a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos golpistas do 8 de janeiro aprovou a lista dos primeiros convocados para depor. Ela inclui nomes inflamáveis, como o do tenente-coronel Mauro Cid, ex-faz-tudo do ex-presidente que está na cadeia, e dos generais Braga Netto e Augusto Heleno. Ela, porém, liberou nessa primeira fornada o chefão da orquestração terrorista, o “capetão” Jair Bolsonaro.
Questionado pela Folha sobre a sentida ausência na lista, o presidente da CPMI, deputado Arthur Maia (União Brasil-BA), um pau-mandado do cacique Arthur Lira e cabo-eleitoral do fascista no ano passado, respondeu na maior caradura: “Eu não conheço nenhuma razão para convocar o ex-presidente da República”. Já a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da comissão, garante que Jair Bolsonaro será chamado para depor em breve.
Bolsonaristas já se arrependem da comissão
A convocação do chefão dos golpistas vai depender da temperatura dos trabalhos de investigação. A bancada bolsonarista, que propôs a criação da CPMI para vender a narrativa de que não houve golpe e de que a vítima foi responsável pelos crimes em Brasília no 8 de janeiro, agora parece acuada. Ela não tem maioria na comissão e teme que a investigação desmascare ainda mais o “mito” Jair Bolsonaro, os empresários financiadores do terrorismo, os militares metidos na conspirata golpista e os deputados que incitaram os ataques à democracia.
Já a bancada governista, que a princípio era contrária à CPMI por avaliar que ela tumultuaria o quadro político e atrapalharia o presidente Lula, agora parece disposta a ir finalmente para o ataque. Que assim seja! Que a CPMI do Golpe, como está sendo chamada, sirva para esmagar os fascistas, ajudando a elucidar quem foram os executores, incentivadores, financiadores e organizadores dos atos terroristas do 8 de janeiro e de outras ações golpistas – como o ataque à sede da Polícia Federal no 12 de dezembro – data da diplomação de Lula – e a tentativa de explosão de um caminhão de combustíveis no aeroporto de Brasília na véspera do Natal.
Confira a lista dos primeiros convocados:
- Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro;
- Braga Netto, ex-ministro da Defesa e ex-candidato a vice-presidente;
- Augusto Heleno, ex-ministro-chefe do GSI;
- Anderson Torres, ex-secretário de Segurança Pública do DF e ex-ministro da Justiça;
- Elcio Franco, ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde;
- Fábio Augusto Vieira, ex-comandante da Polícia Militar do DF;
- Jorge Naime, ex-comandante de Operações da Polícia Militar do DF;
- Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF):
- Robson Cândido, delegado-geral da Polícia Civil do DF.
A comissão ainda decidiu solicitar informações a diversos órgãos públicos, como os vídeos com os registros dos atos de vandalismo nos edifícios do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal e do Palácio do Planalto. Também foi aprovado o pedido de acesso à quebra de sigilo dos celulares de Jair Bolsonaro, Anderson Torres e Mauro Cid. Segundo matéria do jornal Estadão, “a CPMI dos Atos Golpistas de 8 de janeiro apertou o cerco contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao aprovar o requerimento para ter acesso a dados extraídos pela Polícia Federal (PF) de seu celular”. A conferir se o cerco realmente vai se fechar!
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