Por Altamiro Borges
No rastro da derrota do “capetão” Jair Bolsonaro – nas eleições de outubro passado e nas várias orquestrações golpistas –, os mercadores da fé parecem mais vulneráveis diante da Justiça. Na semana passada, a Justiça de São Paulo determinou o bloqueio de R$ 2,7 milhões das contas da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd), chefiada pelo “bispo” bolsonarista Edir Macedo.
Segundo matéria do site UOL, “a decisão foi tomada em processo no qual a Iurd foi condenada a pagar cerca de R$ 12 milhões (valores atualizados até abril de 2022) ao Distressed Fundo de Investimento em Direitos Creditórios. A origem da dívida é um contrato firmado em 2013 pela Universal com o canal 21, do Grupo Bandeirantes, para a produção e transmissão de programas religiosos da igreja na grade da emissora”.
De acordo com o processo judicial, a Iurd não fez o pagamento no prazo determinado. “O fundo, então, entrou na Justiça contra a Universal cobrando a dívida e obteve uma decisão favorável em segunda instância. O bloqueio dos R$ 2,7 milhões foi determinado pelo juiz Vitor Gambassi Pereira para garantir o pagamento dos honorários do escritório de advocacia Teixeira Fortes, que representa o fundo de investimento”, relata o site.
Derrota em processo contra Fernando Haddad
Essa não é a única derrota do “bispo” Edir Macedo nos últimos meses. Em fevereiro passado, o chefão da Iurd foi condenado a pagar os gastos de Fernando Haddad (PT) com advogados em um recurso protocolado pelo petista para derrubar uma condenação contra ele por danos morais. O valor foi de R$ 24.476,46. O episódio ocorreu em 2018, quando o atual ministro da Fazenda era candidato à presidência contra Jair Bolsonaro.
Durante uma entrevista, Fernando Haddad citou o líder neopentecostal ao desmascarar o fascista. “Sabe o que é o Bolsonaro? Vou dizer para vocês. Ele é o casamento do neoliberalismo desalmado, representado pelo Paulo Guedes, que corta direitos trabalhistas e sociais, com o fundamentalismo charlatão do Edir Macedo. Isso que é o Bolsonaro”, afirmou de maneira certeira. Irritado, o charlatão entrou com um processo, mas foi derrotado.
No recurso, a desembargadora Ana Maria Baldy, da 6ª Vara Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, avaliou que o atual ministro não causou danos morais a Macedo. “Infere-se que a intenção da fala do candidato é esclarecer, sob sua ótica, o que seria seu opositor, também candidato à Presidência da República, e não um ataque direto ao autor”. Ela também argumentou que a declaração não atingiu diretamente o chefão da Iurd, “que nem chegou a perder o cargo de líder da Igreja Universal”.
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