sexta-feira, 14 de julho de 2023

Na era do streaming, greve abala Hollywood

Foto: reprodução do twitter SAG-AFTRA
Por Altamiro Borges


Em tempos de streaming e da chamada Inteligência Artificial (IA), a greve dos profissionais de Hollywood, nos EUA, ganha enorme relevância. Nesta quinta-feira (13), os 160 mil artistas associados ao Screen Actors Guild (SAG) decidiram aderir ao movimento, que teve início em maio passado com a paralisação dos roteiristas. “O sindicato aprovou a paralisação numa votação unânime... Os autores de texto para cinema e TV têm demandas semelhantes às dos atores, em especial em relação aos royalties advindos do streaming”, relata a Folha.

Os grevistas reivindicam aumento nos royalties, os chamados “residuais”, pela exibição de seus filmes e séries nas plataformas. “A classe defende que esses pagamentos foram drasticamente reduzidos na última década, a mesma em que a indústria de streaming cresceu exponencialmente. A outra exigência se refere ao uso da inteligência artificial. Os atores não querem ser replicados digitalmente sem consentimento ou remuneração em qualquer tipo de produção. Os atores, portanto, buscam maiores recompensas financeiras pela riqueza que ajudam a produzir para os estúdios e produtoras”.

Perigo de ser substituído por máquinas

Em entrevista à imprensa ianque, a presidenta do SAG, a atriz Fran Drescher, foi dura nas críticas ao patronato. “Somos vítimas de uma entidade muito gananciosa... Todo o modelo de negócios foi mudado pelo streaming, pelo digital, pela IA. Se não agirmos agora, estaremos todos em perigo de sermos substituídos por máquinas”. Ela também afirmou que as empresas são “nojentas e desrespeitosas” ao não reconhecer o valor do trabalho dos atores. “Vocês [os estúdios] que compartilhem a riqueza, pois não podem existir sem a gente”.

Segundo informa a Folha, “Hollywood agora está totalmente paralisada. As produções remanescentes, que até então não haviam sido afetadas pela greve dos roteiristas, foram interrompidas. Nas últimas semanas, algumas foram até mesmo canceladas, como a esperada ‘Metrópolis’, do Apple TV+... Trata-se da primeira paralisação completa da indústria em 63 anos e a primeira de atores em 40 anos".

Os prejuízos são bilionários para Hollywood. Em maio, por exemplo, as primeiras 24 horas de greve dos roteiristas causou à indústria uma perda estimada em US$ 10 bilhões, algo em torno de R$ 48 bilhões, segundo o site Unilad. "Hoje, a perda diária que o estado de Los Angeles pode ter é de US$ 30 milhões, ou R$ 143 milhões, por dia”.

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