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Finalmente, o fascista Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no covil de Jair Bolsonaro, foi preso nesta quarta-feira (9). Ele foi alvo da Operação Constituição Cidadã deflagrada pela Polícia Federal para investigar os bloqueios de estradas promovidos por agentes da PRF nas eleições do ano passado. “Os crimes apurados teriam sido planejados desde o início de outubro daquele ano, sendo que, no dia do segundo turno [30 de outubro], foi realizado patrulhamento ostensivo e direcionado à Região Nordeste do país”, explicou a PF em nota oficial.
Ainda segundo a nota, “os fatos investigados configuram, em tese, os crimes de prevaricação e violência política, previstos no Código Penal Brasileiro, e os crimes de impedir ou embaraçar o exercício do sufrágio e ocultar, sonegar, açambarcar ou recusar no dia da eleição o fornecimento, normalmente a todos, de utilidades, alimentação e meios de transporte, ou conceder exclusividade dos mesmos a determinado partido ou candidato”. Além de encarcerar o ex-chefão da PRF, a operação determinou a coleta de depoimento de 47 policiais rodoviários federais sobre a sabotagem.
Nove meses de atraso na punição
A prisão de Silvinei Vasques ocorre com nove meses de atraso. No dia da sabotagem criminosa no Nordeste, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, chegou a ameaçar prender o golpista caso ele não liberasse as estradas em 20 minutos. “Ou você para os bloqueios ou você vai para a cadeia”, advertiu o ministro segundo reportagem da revista Piauí. Ele ficou livre na ocasião e seguiu atentando contra a democracia. Depois de intimidar eleitores de Lula, o bolsonarista liberou as estradas para os bloqueios de caminhoneiros financiados por ruralistas e empresas de transporte.
Em junho passado, convocado pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas, ele debochou dos deputados e senadores ao dar justificativas grotescas sobre os bloqueios nas estradas. Como apontou Leonardo Sakamoto em artigo no site UOL, Silvinei Vasques já deveria ter sido punido há muito tempo. “A partir do momento em que o diretor-geral da PRF começou a agir como cabo eleitoral de Jair, ele deveria ter sido afastado de suas funções. Como não foi, a corporação foi usada pelo bolsonarismo em tentativas de golpe”.
Pela fartura das provas já existentes, a tendência é que o golpista da PRF fique algum tempo na cadeia. Essa perspectiva deve apavorar seus comparsas e, principalmente, seu “mito”. Como destaca Bernardo Mello Franco, em excelente artigo no jornal O Globo, “a prisão de Silvinei Vasques fecha o cerco judicial a Bolsonaro”. Para ele, “a prisão leva para trás das grades o maior símbolo da captura do Estado pelo projeto extremista de Jair Bolsonaro. O ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal usou o cargo para tumultuar as eleições. No domingo do segundo turno, ele afrontou o TSE e ordenou a montagem de barreiras em rodovias. Queria aumentar a abstenção no Nordeste e impedir eleitores de Lula de votar”.
O cerco judicial se fecha contra o "mito"
“O plano só fracassou por causa da intervenção do ministro Alexandre de Moraes, que ameaçou prender o então diretor da PRF por descumprimento de decisão judicial. Depois da derrota do capitão, Vasques fez vista grossa para os bloqueios ilegais promovidos por caminhoneiros bolsonaristas. O objetivo era parar o país e forçar uma intervenção das Forças Armadas. Ao longo da campanha, o chefe da PRF já havia atuado como dublê de policial e cabo eleitoral. Usou a farda e o distintivo para pedir votos para Bolsonaro. Por isso, já era réu em ação de improbidade administrativa movida no ano passado.
“Apesar desse histórico, Vasques foi premiado pela lealdade ao projeto bolsonarista. Às vésperas do Natal de 2022, aposentou-se com salário integral, aos 47 anos de idade. Sua gestão também ficou marcada por episódios de brutalidade. No mais notório, agentes da PRF torturaram e mataram um homem no interior de Sergipe, usando o porta-malas da viatura como uma câmara de gás. A prisão do ex-diretor da PRF colabora para fechar o cerco judicial a Bolsonaro. O delegado Anderson Torres e o tenente-coronel Mauro Cid já haviam ido para a cadeia por atentar contra a democracia. O capitão era o chefe de todos eles”.
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