Charge: Thyagão |
Nesta quinta-feira (17), o ministro Alexandre de Moares, do Supremo Tribunal Federal, autorizou a quebra dos sigilos fiscal e bancário do ex-presidente corrupto Jair Bolsonaro e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. O STF também permitiu a cooperação entre a Polícia Federal e autoridades internacionais para apurar a ação do fujão nos três meses em que ele se refugiou nos Estados Unidos. As autorizações atenderam a solicitação da PF, que investiga o casal pela venda ilegal de joias presenteadas pela Arábia Saudita.
De acordo com as investigações, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-faz-tudo do “capetão”, aproveitou viagem oficial aos EUA para vender dois relógios de luxo. Dias depois, a conta do general Lourena Cid, pai do larápio, recebeu depósito de US$ 68 mil, o mesmo valor pago pelos objetos. Ainda segundo a PF, as transações ilícitas utilizaram aviões da Força Aérea Brasileira (FAB). Em 8 de junho de 2022, Jair Bolsonaro e Mauro Cid levaram o kit de joias no voo oficial quando viajaram aos EUA para participar da Cúpula das Américas, em Los Angeles.
Como afirma Aguirre Talento em postagem no site UOL, o objetivo das quebras de sigilo “é saber se o dinheiro da venda das joias chegou até o ex-presidente... A PF aponta que os recursos gerados com as vendas dos bens eram repassados a Bolsonaro em dinheiro vivo. Outro indício da participação do ex-presidente se deve ao fato de as joias serem levadas ao exterior durante viagens presidenciais em aviões da FAB. Os valores obtidos nas vendas eram convertidos em dinheiro em espécie e ingressavam no patrimônio pessoal do ex-presidente, por meio de pessoas interpostas e sem utilizar o sistema bancário formal, com o objetivo de ocultar a origem, localização e propriedade dos valores”.
O "capetão" tenta aparentar calma... já Michelle
Diante da decisão do ministro Alexandre de Moraes, o “capetão” e seus advogados tentaram aparentar calma. “A defesa do presidente Jair Bolsonaro voluntariamente, e sem que houvesse sido instada, peticionou junto ao TCU – ainda em meados de março –, requerendo o depósito dos itens naquela Corte, até final da decisão sobre seu tratamento, o que de fato foi feito. O presidente reitera que jamais apropriou-se ou desviou quaisquer bens públicos, colocando à disposição do Poder Judiciário sua movimentação bancária”, diz uma nota lacônica.
Já a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro – agora também batizada de “Mijoias” – ficou irritada com o pedido do STF. Em suas redes sociais, ela postou: “Pra quê [sic] quebrar meu sigilo bancário e fiscal. Bastava me pedir! Quem não deve, não teme! Fica cada vez mais claro que essa perseguição política, cheia de malabarismo e inflamada pela mídia, tem como objetivo manchar o nome da minha família e tentar me fazer desistir. Não conseguirão. Estou em paz”. Será mesmo? Ou é mais uma encenação da “santa do pau oco” – como a chamou a presidenta nacional do PT, deputado Gleisi Hoffmann?
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