terça-feira, 19 de setembro de 2023

Fantástico detona dois jagunços bolsonaristas

Charge: Fraga
Por Altamiro Borges


No seu esforço para desidratar o bolsonarismo e, desta forma, viabilizar uma alternativa de “centro” na política, a TV Globo tem exibido algumas matérias impactantes. Neste domingo (17), o programa Fantástico trouxe duas reportagens que desmascaram o terrorismo da extrema-direita: uma traça o perfil do primeiro “patriotário” condenado no Supremo Tribunal Federal pelos atos golpistas do 8 de janeiro; a outra escancara a violência do jagunço Roberto Jefferson, o ex-presidente do PTB que segue na cadeia.

Aécio Lúcio Costa Pereira, que foi condenado a 17 anos de prisão pelo STF, é o típico fanático bolsonarista. O criminoso reúne ao menos dez boletins de ocorrência contra ele, registrados por vizinhos. Segundo a matéria, ele é acusado de agressão verbal e física, homofobia, intolerância religiosa e até furtos. “Ele passava e falava: ‘Eu vou acabar com você’, relatou uma professora, que registrou boletins de ocorrência contra o machista por injúria, calúnia, difamação e perturbação da tranquilidade.

Agressão, homofobia, intolerância religiosa e furto

Outra mulher declarou ao Fantástico que registrou, em 2018, uma queixa na polícia acusando o então síndico do seu prédio em Diadema, na região metropolitana de São Paulo, de furtar um celular. Outro BO mostra o maluco ameaçando um ex-amigo. “Quando ele percebeu que eu sou de esquerda, aí ele ficou irritado com isso, e a gente travou muitas discussões por questões ideológicas. Ele me chamava de bichona. Ele ofendeu todas as mulheres que moram nesse condomínio. Xingava de bruxa velha, de laranja podre”, descreve Vando Estrela.

O violento e desiquilibrado Aécio Lúcio, acusado de invadir e depredar prédios públicos em Brasília, foi punido pelos crimes de associação criminosa armada, tentativa de golpe, tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito, dano qualificado e deterioração de patrimônio público. O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF, apresentou vários documentos comprovando sua ação terrorista no 8 de janeiro. A reportagem do Fantástico só reforçou os traços negativos do desajustado bolsonarista.

"Fui salva pelo cano da minha arma"

Já a outra matéria trouxe detalhes sobre a ação assassina do ex-deputado federal Bob Jefferson contra agentes da Polícia Federal em outubro do ano passado, na cidade de Comendador Levy Gasparian (RJ). A policial Karina Lino Miranda, atingida por dois tiros, descreveu que ao tentar se abrigar em meio a tiros e granadas lançadas pelo bolsonarista, sentiu forte impacto e caiu no chão:

“Logo depois começou uma ardência muito grande na região do quadril. Até imaginaram que tinha um projétil alojado, tinha um buraco aberto. Depois, vendo meu coldre, minha calça, vendo o estado que ficou minha arma, porque o cano dela foi destruído, é que a gente chega à conclusão que, na verdade, foi um tiro que atingiu a região. Milagrosamente eu fui salva pelo cano da minha arma, que serviu como escudo para mim”.

A reportagem confirma que Bob Jefferson colou pregos em duas das três granadas utilizadas na ação. Segundo os peritos, o fragmento de um dos pregos atingiu a velocidade de mais de 280 quilômetros por hora. “Lançar um prego nessa velocidade, dependendo da área do corpo que ele atingir, pode causar até a morte”, enfatizou Michele Avila dos Santos, perita criminal federal, à Globo. Os peritos ainda encontraram 42 perfurações de bala na viatura. Muitos tiros atingiram o banco do carona, até o encosto de cabeça.

Entrevistado, o perito Bruno Costa rebateu a mentira do jagunço bolsonarista de que não disparou para atingir os policiais. “Primeiro que ele deu muito tiro num veículo que tinha um policial atrás, abrigado, e segundo que dois policiais foram atingidos por tiro”. Já a advogada da policial atingida, Estela Nunes, disse que a agente sofreu “danos físicos e psicológicos”. “Ela tem o dano psicológico, que acho que é o maior dos danos. Na região do quadril e no rosto, ela teve perda de sensibilidade a toque, ao calor e ao frio. Além disso, a marca no rosto a faz lembrar diariamente da violência que sofreu”.

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