Do sie do Cpers:
Com o objetivo de fomentar a colaboração entre jornalistas e comunicadores(as) populares, o 3º Encontro de Blogueiros e Ativistas Digitais no RS reuniu profissionais da área, na sede do CPERS, neste sábado (16), em um ambiente propício para o compartilhamento de experiências e a discussão de temas relevantes no cenário atual da comunicação.
Durante a atividade, promovida pelo Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé e pela Comissão Nacional de Blogueiros e Ativistas Digitais (BlogProg), foram abordados tópicos relacionados à democratização da informação e às estratégias de engajamento, promovendo uma reflexão enriquecedora para todos os participantes.
O evento, realizado tanto presencial quanto online, também contou com o apoio do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) e suas entidades filiadas, como o CPERS, Sintergs e afins.
“A expectativa é de que este encontro se torne um marco significativo para comunicadores e ativistas em nosso estado. A intenção é proporcionar um espaço valioso para um diálogo aberto e profundo sobre as experiências, desafios e metas que permeiam este campo. A ideia central é que os participantes possam compartilhar suas necessidades e anseios, colaborando de forma coletiva na formulação de propostas concretas voltadas para a democratização da comunicação. Este encontro se apresenta como uma oportunidade única para unir esforços em prol de uma mídia mais plural e acessível a todos os cidadãos.”, frisou Leonardo Preto, diretor do Departamento de Comunicação do CPERS e membro do Comitê Gaúcho do FNDC e do coletivo Pão com Ovo.
Na ocasião, o jornalista e presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, Altamiro Borges, debateu os desafios para democratizar a comunicação no Brasil.
“Parece haver uma lacuna notável na criação de canais de comunicação eficazes de diálogo com os movimentos sociais brasileiros e com a mídia alternativa e popular do país. Isso pode ser atribuído a uma combinação de fatores, incluindo uma ilusão quanto à eficácia de suas estratégias atuais e uma ausência de uma estratégia política sólida”, explanou.
Altamiro destacou que é crucial o reconhecimento de que derrotar o fascismo requer não apenas uma sólida estratégia de comunicação, mas também uma compreensão profunda dos desafios que estão sendo enfrentados. A construção de pontes de diálogo com diferentes setores da sociedade é essencial para alcançar um consenso e mobilizar o apoio necessário para efetuar mudanças significativas.
Além disso, ele frisou que a autocrítica e a reflexão interna sobre as próprias táticas e estratégias são fundamentais para qualquer movimento.
“É preciso reconhecer os erros e ajustar as abordagens quando necessário. O enfrentamento do fascismo exige uma coalizão ampla e diversificada de indivíduos e grupos comprometidos com a democracia, os direitos humanos e o bem-estar da sociedade como um todo”, explicou Altamiro.
O Secretário-Executivo da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Ricardo Zamora, destacou que a Secom, do governo Lula (PT), tem desempenhado um papel fundamental ao estabelecer uma política que direciona a comunicação do governo de forma mais estratégica e alinhada. “Esse esforço visa aprimorar a relação entre o Estado e a sociedade por meio da comunicação”, asseverou.
Zamora também pontuou que a descentralização da comunicação e da publicidade também é um objetivo relevante, uma vez que promove uma distribuição mais equitativa de recursos e oportunidades no setor de mídia.
“Em meio a um cenário político marcado pela instabilidade, é possível identificar alguns pontos positivos neste âmbito. Dentre as iniciativas, destacam-se as ações que visam fortalecer a comunicação comunitária, promover a descentralização da informação e garantir uma maior transparência nas políticas de comunicação”, destacou.
Ele também destacou que as TVs e rádios comunitárias desempenham um papel crucial na promoção da diversidade de vozes e na descentralização da informação. A publicação de uma instrução normativa para orientar o recebimento institucional por TVs comunitárias é um passo importante na direção da equidade na distribuição de recursos.
No que diz respeito às rádios comunitárias, a discussão sobre o apoio cultural é um sinal positivo para reconhecer a importância dessas emissoras em dar voz às comunidades locais.
“O esforço para ampliar o alcance das rádios da EBC demonstra o nosso compromisso em oferecer uma comunicação de qualidade para a população”, finalizou.
No segundo momento do Encontro, foi realizada uma roda de conversa para levantar propostas de como fortalecer as mídias alternativas, comunitárias e públicas e a aprovação da Carta de Porto Alegre, com princípios e diretrizes que visam fortalecer essas plataformas, assegurando que elas continuem a desempenhar seu papel vital na promoção da diversidade informativa e da democracia.
O evento recebeu amplo apoio de diversas entidades, incluindo a CUT e a CTB. Além disso, contou com a presença do vereador Pedro Ruas (PSol), da deputada Laura Sito (PT), do deputado Leonel Radde (PT), entre outros.
Katia Marko, do Conselho Deliberativo do FNDC, que também coordenou a mesa de debates, Alan Camargo, membro da equipe do jornal O Coletivo e diretor da Radiocom Ferrabraz FM de Sapiranga, Admirson Ferro (Greg), que desempenha o papel de Secretário de Comunicação da CUT, coordena a FNDC e é membro do Conselho Nacional de Direitos Humanos, Marcelo Cafruni, assessor de Ricardo Zamora e membro da Secom, André de Jesus, do ponto de cultura mídia Livre TV Restinga, entre outros, contribuíram com suas experiências e perspectivas enriquecedoras para as discussões da atividade.
O Encontro encerrou com a apresentação do cantor, violonista e trovador brasileiro Pedro Munhoz.
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