domingo, 8 de outubro de 2023

Mentira do Estadão segue método sujo da Veja

Imagem do site VectorStock
Por Luís Costa Pinto, no site Brasil-247:


Em agosto de 1998, quando o então presidente Fernando Henrique Cardoso disputava a reeleição (a 1ª de nossa História) contra Luiz Inácio da Silva, houve uma crise financeira internacional que derrubou os mercados internacionais e destroçou as economias da Rússia e de diversos países asiáticos.

O Brasil era a bola da vez: o Real, que elegeu FHC em 1994, estava sobrevalorizado e nossas reservas internacionais estavam praticamente zeradas. O presidente norte-americano à época, Bill Clinton, já convertido em amigo pessoal do colega brasileiro, manobrou mundos e fundos - sobretudo fundos - para fazer o FMI salvar a nossa economia da bancarrota e determinar o resultado da reeleição de Fernando Henrique.

O prêmio Nobel de Economia, Paul Krugman, registrou os fatos em diversos artigos que escreveu na imprensa internacional. Em janeiro de 1999, logo depois da posse para o segundo mandato do presidente do PSDB, o Brasil quebrou, o Real sofreu uma maxidesvalorização de 40% em 24 horas e as taxas de juros foram ao patamar estratosférico de 45%.

Ninguém - nem mesmo a oposição nacional liderada pelo PT de Lula - acusou Bill Clinton de atuar de forma ilegítima ao auxiliar o Governo tucano e evitar a quebra de uma Nação do tamanho da nossa.

Um quarto de século depois, O Estado de S Paulo, a publicação que representava a fina flor do conservadorismo brasileiro e hoje disputa com sites e blogs olavistas e bolsonaristas e com seu co-irmão Folha de S Paulo o posto de lança-chamas da extrema-direita brasileira, distorce fatos e editorializa inapropriadamente uma informação a fim de criminalizar um ato de diplomacia do Governo do Brasil na direção de salvar a economia Argentina.

O país vizinho é o quarto maior parceiro comercial internacional do Brasil. Se quebrar, muitas de nossas empresas também quebrarão. Um aprofundamento da crise social argentina, em proporções agudas como a que vive a Venezuela, promoverá um desequilíbrio regional jamais visto no subcontinente sulamericano.

Só esta reflexão basta para explicar o empenho do Governo brasileiro em auxiliar os pares argentinos na obtenção de luzes e saídas para a crise que ora enfrentam. Foi isso o que o Brasil fez ao destravar um empréstimo-ponte de US$ 1 bilhão para a Argentina a fim de possibilitar que eles obtivessem uma linha de crédito de US$ 7,5 bilhões do Fundo Monetário Internacional.

O Estado de S Paulo, como fez a revista Veja em 2003, 2004, 2005, durante o 1º mandato de Lula, acusou o Estado brasileiro de interferir de forma determinante em favor do candidato à presidência do partido governista argentino, Sérgio Massa, e contra o principal adversário dele, o extremista-arrivista da direita espúria e populista Javier Milei. Mentira.

Fake news, preferem chamar alguns. E foi uma mentira construída e publicada com a intenção de dar combustível à campanha declinante de Milei, um populista de extrema-direita muito semelhante a Jair Bolsonaro.

Aquela Veja do passado, numa falta de compromisso antológica que levou à morte a maior publicação de mídia impressa do País, publicou uma série de capas contra Lula em seus anos de estreia na Presidência (sem contar o período da Lava Jato) falando de uma espiral de “corrupção” no Governo de então e açulando o facínora (agora contido e preso) Roberto Jefferson a urdir um rol de mentiras que culminaram na Ação Penal 470 (vulgo “mensalão”, algo que não houve).

O que liga aquela Veja que era uma verdadeira usina de mentiras, de 2003, 2004, 2005, ao ‘Estadão” de agora? Eurípedes Alcântara.

Responsável pela ruína editorial e moral da publicação da Editora Abril (que faliu em consequência das perversões de Alcântara e do descompromisso dos herdeiros de Victor e Roberto Civita com o Jornalismo), o agora diretor editorial de O Estado de S Paulo empenha-se com denodo a arrastar para o pântano do extremismo, do bolsonarismo, do ódio patológico entre correntes da sociedade, a velha publicação paulistana.

No comando de redações, Eurípedes adota o método dos capatazes de fazenda e acerca-se de jagunços sem pudor que fazem de tudo para manter suas posições hierárquicas (e seus bons salários engordados com benefícios e comissões).

Andreza Matais, editora-executiva de Política da publicação e lugar-tenente de Alcântara, é uma dessas pessoas que encarna as vontades e o voluntarismo do chefe e assume o posto de tanque-de-guerra e vala das ações de combate.

É preciso bombardear o aeroporto militar de pombos-sem-asa do Estadão (no jargão jornalístico, as mentiras, as plantações que não alçam voo sozinhas porque são não-notícias) e, para isso, é mister atirar para cima nas críticas que são feitas ao processo de propagação de fake news de O Estado de S Paulo.

E, ao atirar para cima, os alvos têm de ser o diretor de redação e a lugar-tenente dele, a editora-executiva de Política (ela adora que a chamem pelo posto honorífico).

A Secretaria de Comunicação da Presidência da República tem de selecionar os inimigos e acertar a mira de seus contra-ataques - que são legítimos, mas, descalibrados.

A relevância de aniquilar o método incipiente de mentir em escala industrial do Estadão é justamente o fato de, ao agirmos assim, impedir que o vetusto jornal morra na lama das mentiras euripedeanas.

Foi Alcântara, em Veja, nos anos 1980, quem inventou a história do “boimate”, cruzamento de células bovinas com células de tomate que produziriam bifes naturalmente à bolonhesa. Caso não seja contido, ele fará O Estado de S Paulo adernar no lodaçal.

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