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Na quinta-feira passada (23), a Advocacia-Geral da União (AGU) acionou a Justiça para cobrar uma indenização de R$ 15 milhões dos três bolsonaristas presos que planejaram um atentado terrorista com uso de bomba nos arredores do Aeroporto de Brasília, na véspera do Natal do ano passado.
A ação foi protocolada junto à Justiça Eleitoral do Distrito Federal e acusa os fanáticos por dano moral coletivo “causado pela ofensa à democracia e à segurança aeroportuária”. Ela usou como fundamento as provas reunidas nos processos que levaram à condenação de Wellington Macedo de Souza, George Washington de Oliveira e Alan Diego dos Santos Rodrigues.
A AGU também utilizou como base o relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas do 8 de janeiro, que pediu o indiciamento dos bolsonaristas pelos crimes de associação criminosa, abolição violenta do Estado de Direito e Golpe de Estado.
Terroristas visavam causar "comoção social"
Na ação, o órgão enfatiza que “além de colocar em risco a vida, a integridade física e o patrimônio de terceiros”, os três terroristas “agiram com o objetivo de causar tamanha comoção social que desencadeasse a decretação de estado de sítio e intervenção militar, de modo a impedir o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, de assumir o cargo”.
“A ação visa dar concretude a evidências reunidas no relatório da CPMI do 8 de janeiro e consolidar uma cultura institucional de democracia defensiva no Brasil”, justificou o procurador-geral da União, Marcelo Eugênio Feitosa Almeida. “É mais uma iniciativa com vistas a salvaguardar o regime democrático brasileiro... Os graves fatos ocorridos no dia 24/12/2022 merecem exemplar punição pelo ordenamento jurídico, para que eventos semelhantes nunca mais voltem a acontecer”, acrescentou Carlos Eduardo Dantas de Oliveira Lima, advogado da União que atuou na elaboração da ação.
Bomba com potencial para provocar "uma tragédia"
Os três bolsonaristas-bomba foram condenados em agosto pela Justiça do Distrito Federal. Wellington Macedo, que assessorou a ex-ministra e atual senadora Damares Alves (Republicanos-DF) pegou seis anos de prisão em regime fechado. O empresário George Washington teve pena de nove anos e quatro meses de cadeia. E Alan Diego foi condenado a cinco anos e quatro meses de xilindró.
Vale relembrar que na véspera do Natal de 2022, equipes da Polícia Militar, da Polícia Civil e do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, com apoio da Polícia Federal, realizaram uma operação conjunta em área próxima ao Aeroporto de Brasília para desarmar uma bomba com potencial de provocar ‘uma tragédia’, conforme definiu na ocasião o diretor-geral da PCDF, Robson Cândido. A bomba estava acoplada a um caminhão-tanque e só não foi acionada por um erro técnico dos bolsonaristas.
Marinha dá dois dias de prisão para sargento suspeito
Outro suspeito de envolvimento na tentativa de atentado terrorista teve uma pena bem mais branda. O site Metrópoles postou nesta sexta-feira (24) que “a Marinha determinou a prisão administrativa por dois dias do sargento Paulo Leandro Galdo Rodrigues, que foi flagrado em janeiro dirigindo o Hyundai Creta usado pelo blogueiro extremista Wellington Macedo na tentativa de explodir uma bomba em Brasília”.
“O sargento foi parado pela Polícia Rodoviária Federal no dia 12 de janeiro deste ano, enquanto conduzia o carro em Ubiratã, no Paraná, a 1.345 km de distância de Brasília. Segundo investigações da Polícia Civil, Wellington Macedo de Souza usou o Hyundai Creta para dar voltas em torno do aeroporto de Brasília durante toda a madrugada do dia 24 de dezembro de 2022”.
A Marinha não explicou o motivo da punição do sargento. Em nota, ela afirmou que Paulo Rodrigues teve direito ao contraditório e à ampla defesa, e que foi constatada uma contravenção disciplinar praticada pelo militar. “Cabe salientar que a sindicância instaurada visou a esclarecer as circunstâncias administrativas relacionadas ao fato ora investigado pela Polícia Civil do Distrito Federal”, afirma a enigmática nota.
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