domingo, 12 de novembro de 2023

Bolsonaro chupim atrapalhou as repatriações

Frame/Hassam Rabee
Por Altamiro Borges


Após prolongadas e tensas negociações, finalmente os brasileiros conseguiram cruzar a fronteira entre Gaza e Egito, no Portal de Rafah, neste domingo (12). “O grupo de 32 brasileiros e familiares já se encontra em território egípcio, onde foi recebido por equipe da embaixada do Brasil no Cairo, responsável pela etapa final da operação de repatriação”, oficializou uma postagem do Itamaraty no X (antigo Twitter) nesta madrugada.

Segundo relata a Agência Gov, “após o cruzamento da fronteira, o grupo embarca em um ônibus fretado pelo governo federal. Vão seguir viagem até um aeroporto designado pelo Egito. A aeronave VC2, da Presidência da República, aguarda o grupo para iniciar o décimo voo de repatriação de brasileiros desde o início da crise no Oriente Médio. Quando a aeronave da Presidência tocar o solo da capital federal, a Operação Voltando em Paz terá transportado um total de 1.477 passageiros, além de 53 animais domésticos. Três aeronaves da Força Aérea Brasileira e duas da Presidência da República foram utilizadas”.

Ainda segundo a reportagem, a repatriação dos brasileiros que estavam em Gaza “exigiu intensa articulação da diplomacia nacional e o envolvimento direto do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva... Lula teve diálogos por telefone com dirigentes dos Emirados Árabes Unidos, de Israel, da Palestina, do Egito, da França, da Rússia, da Turquia, do Irã, do Catar e do Conselho Europeu”. O site governamental não explicita, mas o maior entrave nesse um mês de negociação, desde 7 de outubro, ocorreu com o Estado terrorista de Israel, que adotou uma postura de represália diante das posições do governo Lula em defesa do fim do genocídio do povo palestino.

Embaixador sionista e Bolsonaro chupim

Os entraves não vieram apenas de Israel. Aqui no Brasil, a extrema-direita, a mídia sionista e o provocador que exerce a função de embaixador israelense no país fizeram de tudo para atrapalhar as negociações. Na terça-feira passada (7), o falso diplomata Daniel Zonshine chegou a promover um convescote com parlamentares bolsonaristas em Brasília. A ação ultrajante, de afronta ao Itamaraty, contou com a presença do inelegível Jair Bolsonaro, que se sentou ao lado do embaixador. Diante da repercussão negativa, o cínico Daniel Zonshine ainda disse que o ex-presidente fascista não fora convidado – só não explicou a placa com seu nome na mesa.

O evento sionista serviu de palanque para o farsante Jair Bolsonaro posar de interlocutor nas negociações pela repatriação. As milícias bolsonaristas espalharam essa fake news no esgoto digital. De imediato, os internautas reagiram, a começar pelo próprio ministro Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom). Em vídeo postado nas redes sociais, ele deu um novo apelido para o fascista: “chupim”:

“Montamos a maior operação de repatriação do mundo, conseguimos trazer mais de 1.450 brasileiros que estavam em Israel... E agora, quando está tudo pronto para que a gente possa comemorar a chegada dos brasileiros em segurança, o chupim quer aparecer para tirar vantagem de algo que não fez. É vergonhoso, é lamentável. A que nível chega o oportunismo desta figura parasita que envergonha o Brasil... Não enviou oxigênio para Manaus quando nosso povo estava sufocando. Não queria repatriar brasileiros na China em meio a uma pandemia porque custava caro. Abandonou brasileiros na Ucrânia e orientou que saíssem ‘por meios próprios’. E agora quer dar um golpe no trabalho do Presidente Lula. Xô, chupim!”.

Na mesma batida, milhares de internautas detonaram o ex-presidente fujão. A hashtag “Bolsonaro atrapalhou” ficou entre os assuntos mais comentados na rede social X, antigo Twitter. “Brasileiros prontos para sair aí vem o miliciano atrapalhar a diplomacia. Bolsonaro atrapalhou”, postou um ativista. A jornalista Cynara Menezes também espinafrou o fascista. “Quer dizer que Bolsonaro atrapalhou as negociações em Gaza? Eu falei que a especialidade dele não é salvar vidas e sim genocídio”.

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