Foto: Ahmad Hasaballah |
Ao todo 571 estrangeiros receberam liberação para deixar Gaza pela fronteira com o Egito. A grande maioria é de países cujos governos apoiam o massacre do povo palestino por Israel: 367 norte-americanos e 127 britânicos.
Também obtiveram permissão de saída cidadãos da Alemanha, Itália, Indonésia, México, Austrália, Áustria, Bulgária, Finlândia, Jordânia, Japão, República Tcheca, membros da Cruz Vermelha e de ONGs, Azerbaijão, Barhein, Bélgica, Coreia do Sul, Croácia, Grécia, Holanda, Hungria, Macedônia, Suíça, Sri Lanka e Chade.
Já são três listas divulgadas até agora sem a presença dos 34 brasileiros que vivem em Gaza, por quem o governo brasileiro vem intercedendo desde o início da guerra. A nossa diplomacia negocia há semanas a liberação com o Egito e com Israel. O próprio presidente Lula já fez diversos apelos. Toda a logística da operação está pronta, com um avião da FAB estacionado no Egito pronto para a operação de repatriação.
Mas até agora nada.
Hoje (3/11) ouvi uma entrevista, na rádio CBN, do embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben, que acabara de ter um contato com os brasileiros. O diplomata reiterou o calvário vivido por essas pessoas, sem água, eletricidade, comida e o risco permanente de uma bomba cair sobre suas cabeças. E a cada lista tornada pública, nas quais não aparecem, aumenta o sentimento de frustração e desespero.
É um sofrimento indizível.
O embaixador palestino esclareceu um ponto importante: os nomes que compõem as listas dependem exclusivamente de Israel, não sendo procedentes informações que circularam na imprensa ocidental dando conta de que entidades internacionais também participam de sua elaboração.
Duvido que a discriminação dos brasileiros não seja uma retaliação, uma vingança mesquinha do estado sionista assassino (o número de civis palestinos mortos já ultrapassa 9 mil, entre os quais, mais de 3 mil crianças) contra o governo Lula por seu protagonismo da ONU em defesa da paz, da solução de dois estados, de um cessar-fogo imediato e da criação de corredores humanitários.
Espero que este texto caduque logo com a saída dos brasileiros, mas de um governo recordista em crimes contra a humanidade, como o de Israel, pode-se esperar tudo de ruim.
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