sexta-feira, 3 de novembro de 2023

O ‘verde periquito’ Luciano Hang está sumido

Charge: Jota Camelo
Por Altamiro Borges


No julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) desta semana que aprovou novamente a inelegibilidade do “capetão” Jair Bolsonaro e declarou inelegível o general Braga Netto, o ministro Alexandre de Moares lembrou uma figura asquerosa que andava meio sumida. Sem citar o nome de Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan, ele ironizou o “cabo eleitoral vestido com a sua tradicional vestimenta verde periquito para fazer campanha”.

Na comemoração do Bicentenário da Independência em Brasília, no 7 de setembro do ano passado, o sinistro empresário ficou na primeira fileira das autoridades no palanque – na área reservada aos chefes de Estado. O “Véio da Havan” estava vestido com os seus ridículos terno e gravata nas cores do Brasil, e fez questão de se exibir entre o fascista nativo, candidato à reeleição, e o presidente de Portugal, Rebelo de Sousa.

O presidente do TSE se referiu exatamente a esse triste episódio ao justificar a condenação do “capetão” e do general. “Uma cena patética e triste para o Brasil, uma cena que foi veiculada no mundo todo, o presidente simplesmente afastando o presidente de Portugal e chamando seu cabo eleitoral, vestido com a sua tradicional vestimenta verde periquito para fazer campanha”, ironizou Alexandre de Moraes ao declarar seu voto.

Empresário fica inelegível por oito anos

Luciano Hang foi uma das figuras mais midiáticas das trevas bolsonarianas. Ele fez campanha para a eleição e reeleição de Jair Bolsonaro. Esteve presente em várias de suas atividades – comícios, motociatas e atos oficiais. Praticou assédio moral em suas lojas e foi denunciado por financiar fake news nas redes digitais. Ainda hoje é investigado por troca de mensagens em um grupo de WhatsApp em que empresários discutiram um possível golpe de Estado contra Lula. Depois da derrota eleitoral, porém, ele sumiu da mídia. O covardão submergiu.

A última aparição do ricaço se deu em maio passado, quando o TSE cassou o mandato do prefeito de Brusque (SC), Ari Vequi (MDB), e declarou o empresário bolsonarista inelegível por oito ano devido a abuso de poder econômico nas eleições municipais de 2020. Segundo reportagem da agência Reuters, “o colegiado entendeu que Luciano Hang fez ostensivamente campanha em favor da eleição de Ari Vequi mobilizando sua empresa, a rede de lojas Havan, para favorecer o candidato em detrimento dos adversários”.

“O conjunto probatório revela não apenas a participação direta do investigado Luciano Hang nos atos abusivos, mas evidencia que os candidatos concorreram com os atos, tendo em vista a participação em eventos ilícitos, consubstanciados em live e em evento dentro das Lojas Havan... Se autorizarmos empresas que estabeleçam durante a campanha publicidade paralela sem nenhum limite, nós estaremos placitando o abuso de poder econômico”, argumentou Alexandre de Moraes ao proferir seu voto pela inelegibilidade do “verde periquito”.

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