domingo, 3 de dezembro de 2023

Os laços idílicos entre sionismo e apartheid

Charge: Mohammad Sabaaneh
Por Jair de Souza

De acordo com um relatório de Amnesty International, cuja síntese pode ser revista em https://www.dailymotion.com/video/x8pi2w3, o Estado de Israel mantém o povo palestino, tanto nas áreas que formalmente integram o país como nos territórios em que exerce a ocupação, num regime racial-administrativo muito semelhante ao que esteve em vigor na África do Sul por várias décadas, até sua derrota pelo movimento nacional popular que levou Nelson Mandela à presidência.

O regime de segregação ao que estamos nos referindo não é outro que o tristemente infame apartheid.

Mas, se as coincidências são de fato tão gritantes como o relatório de Amnesty International atesta, cabe indagar quando e de que maneira teriam surgido os laços de uma afinidade que, em princípio, muitos tenderiam a considerar inimaginável.

Para corroborar o que já era sabido por alguns e para causar assombro em outros tantos, o vídeo disponibilizado em https://youtu.be/z6OdDIRnswo faz um breve, mas muito esclarecedor, resumo de como se iniciaram, se desenvolveram e se fortaleceram os vínculos entre o país que havia se tornado o símbolo maior da segregação e opressão racial na segunda metade do século XX e as autoridades daquele que se autoproclamava o Estado dos que tinham sido vítimas preferenciais do mais perverso esquema de perseguição e extermínio que a mente humana até então tinha sido capaz de engendrar, ou seja, o nazismo.

O que podemos constatar ao assistir a este material é que havia no relacionamento entre os condutores do sionismo israelense e os propulsores do apartheid sul-africano muita afinidade e não apenas coincidências de momento. Também é muito evidente a sintonia de compreensão de mundo existente entre eles, assim como sua disposição de atuar de modo simbiótico, ou seja, os promotores do apartheid e os impulsores do sionismo faziam planos e atuavam em total consonância e junção de esforços.

Outros detalhes significativos comprovam que a afeição pelo apartheid e pelo estado que o conduzia na África do Sul nunca foi exclusividade da chamada “direita” do sionismo. Na verdade, todas, repetindo para que não haja dúvidas, todas as vertentes do sionismo se empenharam e trabalharam para consolidar o estreitamento de vínculos entre o Estado de Israel e a declaradamente racista África do Sul do apartheid. Conforme podemos observar no próprio vídeo desta postagem, o envolvimento de figuras do chamado campo de “esquerda” do sionismo está mais do que comprovado. É o caso, por exemplo, do envolvimento de Shimon Peres, que nunca foi do Likud nem de nenhuma facção do sionismo de direita, senão que do chamado sionismo trabalhista.

Precisamos ter em mente que o sionismo nasceu e cresceu como um movimento essencialmente colonialista, e mesmo os que o advogam pela esquerda e falam em socialismo, em kibutz, etc., sempre se baseiam em socialismo, kibutz, etc., sob o comando exclusivo de uma etnia ou “raça” específica, a deles mesmos, os judeus ashkenazis. E, convenhamos, por mais malabarismo ideológico que se faça, não dá para imaginar um colonialista de esquerda, jamais.

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