terça-feira, 17 de janeiro de 2023
Conversa com o ministro Flávio Dino
Foto: Amanda Perobelli/Reuters |
O ministro da Justiça Flávio Dino conversou hoje cedo com integrantes do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé. Participei do encontro e faço um relato:
Para Dino, houve um claro encadeamento entre os 4 anos de bolsonarismo no poder e "o que vimos no 8 de janeiro". Não foi por "geração espontânea". Elencou os seguintes fatos: fechamento de estradas, instigação política contra a diplomação da chapa Lula/Alckmin no dia 12/12, planejamento do estado de defesa no TSE, tentativa de atentado a bomba no dia 24/12, ameaças à posse e, finalmente, o 8 de janeiro.
Segundo o ministro, cinco pontos chamam atenção na articulação: a ofensiva de comunicação através das redes sociais, a dimensão internacional do golpismo de direita, a "visão idílica de uma segurança perdida" que levou a apelos junto aos pilares da segurança, dentre os quais se inclui o Exército; a crise política desatada em 2013/2014, que fortaleceu instâncias judiciárias e os militares; o fato de que parte substantiva da elite brasileira não é "fã dos procedimentos democráticos".
O golpe se concretizou e foi revertido
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil |
O Ministro da Justiça e Segurança Pública Flávio Dino, dirigindo-se a quase oitenta jornalistas das mídias independentes brasileiras, afirmou que houve um golpe, não apenas uma tentativa de golpe. “Faticamente chegamos a ter um golpe de Estado. Porque um golpe de Estado se materializa, desde sempre, pela tomada do palácio de inverno e isto aconteceu. Entre 4 e 5 da tarde, nós não tínhamos o controle físico da sede dos três poderes da República”.
Jovem Pan demite jagunços para se salvar
Charge: Geuvar |
A Jovem Pan – também apelidada de Jovem Klan por suas posições de extrema-direita e por difundir fake news e estimular o ódio e a violência na sociedade – está desesperada. Neste final de semana, a emissora de rádio e televisão demitiu mais alguns dos seus famosos jagunços midiáticos. Entre eles, o pateta Rodrigo Constantino, o neto de ditador Paulo Figueiredo e a gusana anticubana Zoe Martinez.
Os três já tinham sido “afastados” na semana retrasada, conforme revelou o site NaTelinha. A medida diversionista foi tomada “por conta do processo que o Ministério Público Federal está movendo contra o canal. A instituição instaurou inquérito para apurar a má conduta da emissora”. O quadro se agravou com o apoio de seus jagunços aos atos de terrorismo bolsonarista em Brasília no fatídico 8 de janeiro.