Lula come pelas beiradas a questão militar

Charge: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Por Bepe Damasco, em seu blog:


Só nos últimos três dias, foram afastados 13 militares do GSI e 40 da coordenação administrativa do Palácio Alvorada. Ao todo, já são 140 militares demitidos em menos de 20 dias de governo. Na Comissão de Anistia, militares foram substituídos por perseguidos políticos e ativistas dos direitos humanos.

Mas essa limpa ainda demora um pouco para ser concluída, dada a presença de milhares de militares na estrutura de governo.

Fiel ao seu estilo cauteloso, Lula dá sinais de que resolveu comer pelas beiradas a questão militar. Ao enfatizar, na entrevista à Natuza Nery, na GloboNews, que a inteligência do governo falhou e que a entrada dos terroristas no Palácio do Planalto foi facilitada fica claro, para bom entendedor, que os dias de Múcio Monteiro, no Ministério da Defesa, e do general Gonçalves Dias, no comando da GSI, estão contados. Mas isso só vai acontecer quando a atmosfera estiver menos carregada.

Nardes, a testemunha que faltava

Por Paulo Moreira Leite, no site Brasil-247:


Com currículo antidemocrático que inclui o voto de relator pelo impeachment de Dilma Rousseff, que teve início em 2014 no Tribunal de Contas da União onde é ministro, a partir de agora Augusto Nardes também pode ser descrito como testemunha-chave do fracassado golpe bolsonarista da semana passada.

Em novembro de 2022, quatro semanas depois da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas urnas, empresários do agro-negócio receberam um audio de 7 minutos com a voz de Augusto Nardes.

Ali, o ministro do TCU descreve as cenas terríveis da baderna civil-militar que seria vista, ao vivo, no centro de Brasília, um mês e meio mais tarde.

Na gravação de novembro, divulgada em primeira mão pelo Brasil-247 em 22/11, Nardes mostra seus conhecimentos sobre a trama que iria ocorrer em Brasília.