Foto: Ricardo Stuckert |
Todos os meteorologistas concordam quanto à previsão de que 2024 será um ano mais quente do que 2023, que já foi o ano mais quente da história pelo menos desde que os registros regulares de temperatura começaram a ser feitos no século 19.
Há divergências quanto ao nível de aumento da temperatura. Os mais extremados afirmam que 2024 pode ser o ano em que a média dos 12 meses ultrapasse 1,5°C acima da chamada média pré-industrial. O limite de 1,5°C foi o acordado em Paris, no ano de 2015, para impedir uma catástrofe climática maior, que aumente o risco de vida do nosso já combalido planeta.
De todo modo, se aquela previsão se confirmar, 2024 será, como 2023, um ano marcado por excessos: inundações, ciclones, avalanches de neve e deslizamentos de terra em toda parte.
Brics ampliado
A economia mundial promete também alguns confrontos aquecidos. O ano começa com a expansão do grupo conhecido como Brics, que até agora reunia Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Passam a integrá-lo o Irã, a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos, a Etiópia e o Egito.
Apesar da desistência da Argentina de Javier Milei, que preferiu não entrar no bloco por razões ideológicas, esse Brics ampliado passa a representar 36% do Produto Nacional Bruto contra 31% do G7, grupo que reúne as nações mais ricas e industrializadas do planeta. O novo grupo representa 46% da população mundial, contra 10% do G7, e produz 40% do óleo bruto e gás do mundo.
São países muito diferentes entre si, mas que desejam implementar um banco alternativo ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e ao Banco Mundial, além de desejarem instituir novas moedas de negociação internacional, para além do dólar norte-americano.
Disputas eleitorais
2024 será marcado também por grandes disputas eleitorais nacionais em quatro dos cinco continentes. A exceção fica por conta da Oceania.
Nas Américas, haverá eleição nos Estados Unidos e a questão que se coloca neste momento é se Donald Trump poderá participar ou não da votação. Também haverá eleição no México, onde pela primeira vez duas mulheres disputarão a presidência: Claudia Sheinbaum, pelo partido no poder de esquerda, e Xóchitl Gálvez, pela oposição de direita. Haverá ainda eleições gerais no Uruguai e na Venezuela.
Na África, eleições gerais ou presidenciais acontecem na Argélia, Moçambique, Tunísia e África do Sul. Na Ásia será a vez da Indonésia, Irã, Paquistão, Taiwan e Índia, onde o partido do primeiro-ministro Narendra Modi enfrentará uma frente unificada dos 26 partidos de oposição.
Na Europa ocorrem eleições gerais na Bélgica, Áustria, Finlândia, Geórgia, Islândia e Portugal. Em junho haverá eleição para o Parlamento Europeu, prevendo-se o crescimento da bancada de extrema direita.
Na Rússia, país que ocupa dois continentes, haverá eleição presidencial em março, com Vladimir Putin tentando seu quinto mandato.
Guerras
Prosseguem as duas principais guerras do momento. Na Europa, a da Ucrânia versus Rússia, com dúvidas sobre se prevalecerá no mesmo nível o apoio financeiro e bélico dos países da Otan ao governo de Kiev.
No Oriente Médio, o conflito entre Israel e o grupo Hamas já provocou mais de mil mortos civis israelenses e duas dezenas de milhares de mortos civis em Gaza, sobretudo de mulheres e crianças. A situação humanitária no enclave palestino é terrível.
E o novo ano começou mal para o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e seu governo de extrema direita. No dia 1° de janeiro, o Supremo Tribunal de Israel declarou inconstitucional a projetada reforma do sistema judicial do país, que retiraria poderes do judiciário em favor dos poderes executivo e legislativo.
Não há ainda um horizonte de paz ou pelo menos de cessar-fogo para essas duas guerras.
Paris 2024
Para sairmos do âmbito catastrófico, vale registrar que Paris sediará dois eventos de importância mundial, um no campo esportivo e outro no artístico.
Em julho e agosto a capital francesa será a sede dos Jogos Olímpicos de Verão. No correr do ano, o Musée d’Orsay oferecerá uma exposição comemorativa dos 150 anos do lançamento da arte impressionista, um evento que reuniu pintores rejeitados pelo Salão Oficial de Paris da época, com nomes como Renoir, Monet, Cézanne, Degas, Sisley, Pissarro, Sisley, Guillaumin e Morisot. A exposição de 1874 aconteceu no salão do fotógrafo Nadar.
Como começamos esta resenha de previsões para este ano falando do meio ambiente, lembremos, para terminar, que diversas associações e agências governamentais prometem atacar de frente o acúmulo de plásticos nos oceanos e de microplásticos em toda parte, outra ameaça grave à saúde humana e ao planeta.
Para sairmos do âmbito catastrófico, vale registrar que Paris sediará dois eventos de importância mundial, um no campo esportivo e outro no artístico.
Em julho e agosto a capital francesa será a sede dos Jogos Olímpicos de Verão. No correr do ano, o Musée d’Orsay oferecerá uma exposição comemorativa dos 150 anos do lançamento da arte impressionista, um evento que reuniu pintores rejeitados pelo Salão Oficial de Paris da época, com nomes como Renoir, Monet, Cézanne, Degas, Sisley, Pissarro, Sisley, Guillaumin e Morisot. A exposição de 1874 aconteceu no salão do fotógrafo Nadar.
Como começamos esta resenha de previsões para este ano falando do meio ambiente, lembremos, para terminar, que diversas associações e agências governamentais prometem atacar de frente o acúmulo de plásticos nos oceanos e de microplásticos em toda parte, outra ameaça grave à saúde humana e ao planeta.
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