segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024

Ex-jagunço da Jovem Pan teme por Bolsonaro

Imagem da internet
Por Altamiro Borges


O jornalista Paulo Figueiredo, que recentemente foi defecado da Jovem Pan, está preocupado com a situação do fascista Jair Bolsonaro. Em um vídeo postado no seu canal no YouTube, direto do seu refúgio em Miami, ele choramingou: “A essa altura, ninguém duvida que a prisão [do ex-presidente] é uma questão de quando, e não mais uma questão de ‘se’”. Para o neto do general João Batista Figueiredo, último facínora da ditadura militar, o “capetão” nem deveria ter retornado ao Brasil após sua fuga para os EUA. Ele corre sérios riscos. Que dó!

O ex-jagunço da “Jovem Klan” deveria ficar mais preocupado com a sua própria situação. Afinal, ele também é acusado de participar das conspirações golpistas no Brasil. De acordo com a investigação da Polícia Federal que serviu como base para a megaoperação “Tempus Veritatis”, Paulo Figueiredo integrou o núcleo que incitava os militares a aderirem ao golpe e atuou na “propagação de desinformação”. No programa “Pingo nos Is”, ele chegou a divulgar os nomes dos comandantes militares que vacilaram em aderir à conspirata de Jair Bolsonaro.

"Propagação de desinformação golpista"

No celular dedo-duro do tenente-coronel Mauro Cid, ex-faz-tudo do “capetão”, há diálogos que indicam que o “jornalista” tinha informações repassadas pelo núcleo de militares envolvidos no plano golpista. Segundo a PF, Paulo Figueiredo, “integrante de programas de rádio e TV pela emissora Jovem Pan, atuou nesse contexto de propagação de desinformação golpista e antidemocrática”.

Um texto que serviria de base para um manifesto dos oficiais em apoio ao golpe, com “clara ameaça de atuação armada”, foi “disponibilizado a Paulo Renato de Oliveira Figueiredo, na dinâmica de coordenação de atividades que norteava a atuação do grupo, o qual o publicizou em post no Twitter de 29/11/2022 e no programa Pânico da emissora Jovem Pan”. Ainda de acordo com a Polícia Federal, o então comentarista da Jovem Klan mantinha conversas com Mauro Cid. Numa delas, ele pede o contato de Fernando Cerimedo, membro do que a investigação aponta como “Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral”.

Na sentença que autorizou a megaoperação da PF na semana passada, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), não cita o nome do ex-jagunço da Jovem Pan. Mas descreve a “contestação formal ao resultado das eleições por um partido político [PL] juntamente com a disseminação da narrativa falsa por meio de influenciadores digitais e alguns integrantes da mídia tradicional”. Segundo postagem da Agência Brasil, a PF até solicitou a prisão preventiva de Paulo Figueiredo, mas ele foi “apenas proibido de manter contato com os demais 32 investigados”.

Neto do ditador Figueiredo está metido em vários rolos

O site ainda traz uma importante lembrança. “Não é a primeira vez que Figueiredo Neto se vê envolvido em problemas com a PF. Em agosto de 2019, ele foi preso pela polícia dos Estados Unidos, suspeito de integrar um suposto esquema de pagamento de propinas a dirigentes do BRB, banco controlado pelo governo do Distrito Federal, em troca de recursos para a construção do então Trump Hotel, no Rio de Janeiro... O empresário foi considerado foragido pela Interpol, e terminou atrás das grades por alguns dias”.

“Seu nome também consta em pelo menos 18 processos no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, no Tribunal Regional Federal da 1ª Região e em outros tribunais. Em 2021, o neto do ex-presidente general Figueiredo foi afastado da programação da rádio Jovem Pan. E em janeiro do ano passado acabou demitido, quando já era investigado pelo Ministério Público Federal (MPF) por suposta disseminação de desinformação na emissora”. Com essa ficha suja, é bom o neto do ditador não voltar tão cedo ao Brasil! Uma cela pode estar reservada para o ex-jagunço da Jovem Klan.

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