quinta-feira, 4 de abril de 2024

Boicote à bestialidade israelense

Montagem: Al Jazeera
Por Jeferson Miola, em seu blog:

No dicionário Houaiss da língua portuguesa, bestial é descrito como o que é “relativo a besta (no sentido de ‘animal’)”; “que se distingue pela ferocidade, selvageria; desumano, sanguinolento, cruel”; “da natureza do bruto; grosseiro, boçal”; “em que falta espiritualidade”; “que é sórdido; imoral, baixo, devasso”; “que causa repulsa; horrível, repugnante”.

Está definitivamente demonstrado que as bestialidades de Israel não têm fim, não têm limites e que, apesar de todo o cenário dantesco que acompanhamos ao vivo pela TV e internet, o regime nazi-sionista continua contando até hoje com a cumplicidade criminosa dos EUA.

O ataque que matou sete trabalhadores humanitários da instituição de caridade World Central Kitchen em Gaza é mais um desses atos bestiais de Israel, que assassina uma criança palestina a cada 12 minutos, deixa outra aleijada a cada 2h e 30 minutos e condena à orfandade outras dezenas delas todo dia – muitas sem sequer um único familiar sobrevivente para cuidá-las.

É uma hecatombe da infância palestina e do futuro palestino. É um plano meticuloso de extermínio para substituição étnica.

Na verdade, um projeto que dura mais de 100 anos, desde os anos 1920, com o início silencioso da invasão e colonização da Palestina disfarçada da compra de terras por colonos judeus. A Inglaterra já tinha prometido antes [Declaração Balfour, 1917] entregar aquela terra alheia, que não lhe pertencia e que tinha um povo originário que a habitava, a Palestina, para a formação do Estado judeu, que se converteu num Estado étnico-teocrático – ou seja, um Estado racista, segregacionista, colonialista e anti-secularista.

Um mês atrás, Israel massacrou pelo menos 112 palestinos famélicos que estavam na multidão que em desespero buscava água e alimentos transportados pelo comboio de socorro alimentar da ONU.

Como se vê, é uma rotatividade de um horror pior que o outro, executado em “sínteses superadoras” de maldades sucessivas, que vão tecendo a “dialética do mal”, infinitamente má.

Assistimos a um filme de terror. Israel se esmera na escolha das violências mais asquerosas, sádicas e emblemáticas para chocar o mundo.

Este crime do governo Netanyahu tem um sério agravante, pois aconteceu poucos dias depois que o Conselho de Segurança da ONU aprovou resolução de cessar-fogo imediato e de ajuda alimentar, médica e humanitária urgente no território palestino.

Israel é um Estado que, apesar de criminoso e pária perante o direito internacional, a cujas leis nunca obedece, não sofre sanções porque conta com o respaldo incondicional dos EUA na limpeza étnica.

É preciso parar urgentemente a bestialidade israelense contra os palestinos. As sociedades nacionais não podem continuar assistindo impotentes e paralisadas a barbárie evoluir até a “solução final”; até o extermínio total do povo palestino.

Mesmo que os EUA continuem financiando e equipando o exército genocida de Israel, a consciência humanista mundial precisa se insurgir para deter esta monstruosidade. É preciso asfixiar a máquina mortífera do nazi-sionismo e tornar o custo do seu financiamento inviável para a economia estadunidense.

O movimento BDS – Bloqueio, Desinvestimentos e Sanções pela liberdade, justiça e igualdade dos palestinos, nascido no início deste século por inspiração no movimento anti-apartheid sul-africano, é uma iniciativa potente na luta para deter o genocídio.

O movimento está ao alcance das organizações, movimentos sociais e cidadanias, que podem se somar nas campanhas de boicote acadêmico, cultural, econômico e pelo embargo militar de Israel.

Esta iniciativa pode e deve ser empunhada pelas sociedades nacionais na animação de movimentos de pressão sobre os respectivos governos nacionais para que denunciem e isolem Israel nos fóruns internacionais, e rompam negócios que oxigenam a engrenagem bélica genocida.

A humanidade não está condenada a continuar assistindo passiva e impotentemente as bestialidades de Israel bancadas pelos EUA.

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