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Levantamento feito pela rede britânica BBC mostra que o chilique do bilionário Elon Musk contra a soberania brasileira repercutiu com força na imprensa internacional. O dono do X, ex-Twitter, já não é bem visto em vários países da Europa, da Ásia e até nos EUA. O seu anúncio de que desrespeitará a Justiça do Brasil, que solicitou o bloqueio de perfis na plataforma que espalham fake news e estimulam o ódio fascista, não pegou bem em muitas nações, que atualmente discutem formas de regulação das poderosas e prepotentes big techs.
O jornal britânico Financial Times, por exemplo, destacou a dura resposta de Jorge Messias, advogado-geral da União, que defendeu a urgência da regulamentação das plataformas. “Não podemos viver numa sociedade em que bilionários domiciliados no exterior têm o controle das redes sociais e se colocam em posição de violar o Estado de Direito, descumprindo ordens judiciais e ameaçando as nossas autoridades", afirmou o ministro da AGU. O jornal afirma que os perfis bloqueados pelo Supremo Tribunal Federal “estão ligados a movimentos de extrema direita, que encontraram terreno fértil no X e em outras plataformas de mídia social”.
500 pedidos contra perfis criminosos no X
Já a agência de notícias Bloomberg, dos EUA, opinou que a histeria do bilionário pode prejudicar seus negócios. “A briga [entre Elon Musk e Alexandre de Moraes] ocorre no momento em que os tribunais ampliam a luta contra as chamadas fake news e o discurso de ódio... Numa decisão recente, o Tribunal Superior Eleitoral brasileiro aprovou uma resolução que exige que as redes sociais limitem a propagação de notícias falsas durante as eleições... No ano passado, o X inicialmente resistiu a mais de 500 pedidos do Ministério da Justiça do Brasil para remover postagens e perfis que compartilharam conteúdo suspeito de inspirar violência nas escolas. A empresa sediada em São Francisco [nos EUA] posteriormente removeu parte do material citado”.
A Al Jazeera, do Catar, destacou as últimas decisões do ministro do STF em resposta às provocações do ricaço residente nos EUA. “Moraes determinou uma investigação sobre Musk para verificar se ele está envolvido em obstrução da Justiça, organização criminosa e incitação ao discurso de ódio... O veículo chamou a atenção para uma postagem do ministro, em que ele afirma que ‘as redes sociais não são terras sem lei’... O juiz liderou esforços para combater a desinformação e o discurso de ódio online, fazendo com que fosse visto como um salvador da democracia por muitos no campo da esquerda e uma ameaça para ela por muitos na direita”.
O jornal The Independent, do Reino Unido, explicou que “o ministro Moraes está investigando 'milícias digitais' que foram acusadas de espalhar notícias falsas e mensagens de ódio durante o governo do ex-presidente de extrema direita Jair Bolsonaro e também lidera uma investigação sobre uma suposta tentativa de golpe”. O veículo lembra ainda que, no ano passado, o ministro do STF “ordenou uma investigação sobre executivos da plataforma de mensagens sociais Telegram e da Alphabet, do Google, que estavam encarregados de uma campanha para criticar uma proposta de lei sobre regulamentação da internet no Brasil”.
Bolsonaro chama bilionário de "lenda da liberdade"
O jornal estadunidense Wall Street Journal, que em janeiro passado publicou bombástica reportagem sobre o “consumo de drogas pesadas” de Elon Musk que estaria preocupando os executivos de suas empresas, afirma que agora o aloprado enfrenta “um dos juízes mais poderosos do país” e acirra o embate sobre as plataformas que está “cada vez mais tenso no maior país da América Latina”. Já o Washington Post descreve o “confronto crescente entre a empresa de mídia social e o judiciário sobre liberdade de expressão e desinformação”.
Conforme enfatiza o jornal ianque, o Brasil é o quarto maior mercado do X no mundo, com cerca de 20 milhões de usuários, mas a plataforma possibilitou “o rápido crescimento da desinformação que incitou violência... No período que antecedeu as eleições presidenciais no Brasil, em outubro de 2022, a desinformação inundou as plataformas das redes sociais, com apelos contra ‘fraudes’ e pedidos de golpe militar caso o [então] presidente de extrema-direita, Jair Bolsonaro, perdesse as eleições. Moraes ordenou então que as plataformas de mídia social bloqueassem dezenas de contas que ele alegou conterem mentiras e incitarem o ódio”.
O Washington Post também lembrou a ação golpista do 8 de janeiro de 2023, quando “milhares de apoiadores de Bolsonaro, inflamados pela retórica e agarrados a alegações infundadas de fraude, sitiaram o Congresso, o Supremo Tribunal e o gabinete presidencial, dias após a posse do presidente esquerdista Luiz Inácio Lula da Silva". O jornal ainda repercute a defesa do bilionário feita por líderes da extrema direita brasileira, como os deputados Carlos Jordy (PL-RJ) e Nikolas Ferreira (PL-MG), e lembra que o fascista Jair Bolsonaro “elogiou Musk como ‘lenda da liberdade’” ao anunciar, em 2022, a assinatura de contratos sinistros com a empresa Starlink.
Que esse demo da direita queime na bancarrota econômica
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