Charge: André Ribeiro |
O jornalista Esmael Morais, do Blog do Esmael, acaba que postar que “o Partido Liberal, do ex-presidente Jair Bolsonaro, protocolou às 23h33 desta segunda-feira (22/4), junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), recurso ordinário pedindo a cassação do senador Sergio Moro (União Brasil-PR). Havia uma expectativa, que não se confirmou, de que Bolsonaro iria demover o PL da ação”. A decisão é uma facada no ex-juizeco da midiática Operação Lava-Jato e ex-ministro da Justiça do covil fascista.
O recurso do PL se contrapõe à decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), de 9 de abril passado, que rejeitou as ações da própria sigla e da Federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV) contra o atual senador. Na peça de 125 páginas, a legenda de aluguel do “capetão” reafirma as acusações contra Sergio Moro por abuso de poder econômico e uso irregular dos meios de comunicação na eleição de 2022. O PL retoma o pedido de cassação “pelos fortes indícios de corrupção, caixa dois e triangulação de recursos” na campanha do outrora super-homem dos bolsonaristas – e também da TV Globo!
Enquanto o traíra Jair Bolsonaro acariciava seu ex-ministro, o PL não vacilava em apunhalar o senador para ficar com sua vaga no Paraná. Segundo postagem do site Metrópoles, a legenda presidida pelo pragmático Valdemar Costa Neto “desembolsou R$ 1,2 milhão com a contratação dos advogados responsáveis pela ação em que a sigla pede a cassação do mandato de Sergio Moro (União-PR) no Senado. O montante foi dividido em três parcelas iguais de R$ 400 mil pagas a três advogados diferentes. São eles: Guilherme Ruiz Neto e os sócios Bruno Cristaldi e Marcelo Delmanto. Segundo o contrato assinado pelo PL, caso tenham sucesso com a ação, o partido deverá pagar uma nova parcela de R$ 1,2 milhão aos advogados”.
Moro está magoado com a traição
O contrato também previa que, em caso de desistência da ação, o partido teria de pagar R$ 1,2 milhão aos escritórios contratados para cuidar da causa. Essa foi a desculpa apresentada pelo maroto Valdemar Costa Neto, em entrevista ao jornal O Globo, para justificar a decisão de recorrer ao TSE após a decisão do TRE-PR. Mas ninguém acreditou nessa conversa fiada. E ainda há fortes desconfianças de que o “capetão”, que costuma abandonar seus soldados pela estrada, fez jogo de cena ao se dizer contrário ao recurso.
O mesmo site especulou na semana retrasada que “o senador Sergio Moro não reagiu nada bem à notícia de que o PL pretende recorrer ao TSE no processo de sua cassação, contrariando a promessa feita por Jair Bolsonaro de que a sigla não prosseguiria com a ação. Moro procurou Fábio Wajngarten, advogado e assessor de comunicação de Bolsonaro, para cobrar explicações... Nos bastidores, Moro também tem feito duras críticas a Bolsonaro por não cumprir a palavra. A aliados o ex-juiz avaliou que a decisão mostra que Bolsonaro não tem poder sobre o próprio partido, atualmente presidido por Valdemar Costa Neto”.
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