Reprodução da internet |
Por unanimidade, o Tribunal Regional Eleitoral do Amapá (TRE-AP) cassou nesta quarta-feira (19) o mandato da deputada federal Silvia Waiãpi (PL-AP). O motivo da queda da bolsonarista é dos mais bizarros. Ela foi acusada de utilizar verba do fundo eleitoral para um procedimento de harmonização facial durante o pleito de 2022. Ainda cabe recurso da decisão ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
De acordo com a ação julgada no TRE, Silvia Waiãpi teria ordenado que uma assessora repassasse R$ 9 mil para um cirurgião-dentista depois de receber recursos oriundos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC). “Foram realizados, segundo o Ministério Público Eleitoral (MPE), dois repasses no dia 29 de agosto daquele ano. O primeiro, no valor de R$ 2 mil, e o segundo, na quantia de R$ 7 mil”, relata o jornal Estadão.
Ainda segundo a matéria, a denúncia foi apresentada ao MPE pela própria ex-coordenadora da sua campanha, Maete Mastrop. “Durante sessão no TRE-AP, os desembargadores acompanharam o depoimento prestado pelo cirurgião-dentista, que confirmou ter recebido pagamento pelo procedimento estético da então assessora parlamentar. Durante o julgamento, o MPE apresentou recibos do procedimento estético feito pela deputada”.
Uma trajetória sinistra
A parlamentar nega qualquer irregularidade eleitoral, mas sua trajetória é bem sinistra. Como lembra a revista CartaCapital, “Waiãpi é indígena do Amapá e foi eleita na rabeira da popularidade do ex-presidente Bolsonaro (PL). Ela ganhou destaque pela mistura de características. Além de indígena, ela já esteve em situação de rua, foi mãe adolescente, é poetisa e já atuou em produções da TV Globo... Desde 2011, é membro do Exército”.
Em 2018, ela participou da equipe de transição de Jair Bolsonaro. Na sequência, ocupou o cargo de secretária de Saúde Indígena do covil fascista. “Nas eleições de 2022, Silvia Waiãpi foi a deputada federal eleita menos votada no Brasil, com 5.435 votos. Durante a campanha, ela recebeu apoio do núcleo ideológico bolsonarista, como Eduardo Bolsonaro, Damares Alves e Carla Zambelli”.
Como deputada federal, ela fez diversos ataques às entidades de proteção dos povos indígenas. Entre outros absurdos, ela votou a favor do chamado marco temporal, projeto da bancada ruralista que inviabiliza a demarcação de terras indígenas. “Além disso, a deputada ainda foi acusada de fazer um discurso transfóbico durante sessão da Comissão da Amazônia e dos Povos Originários e Tradicionais... Silvia Waiãpi ainda é alvo de um inquérito por suspeita de participação nos ataques golpistas do 8 de Janeiro de 2023 em Brasília”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente: