Charge: Nani |
Nesta semana, a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou ao Supremo Tribunal Federal (STF) três deputados federais do PL, partido de aluguel do ex-presidente Jair Bolsonaro, pelo crime de corrupção relacionado ao uso de emendas parlamentares. São eles: Josimar Maranhãozinho (PL-MA), Bosco Costa (PL-SE) e Pastor Gil (PL-MA). Essas são as primeiras apresentadas contra parlamentares por Paulo Gonet, o procurador da PGR já apelidado de “enrolador” em Brasília.
Além dos três deputados bolsonaristas, também foram denunciadas outras seis pessoas, que não são parlamentares. O caso está sob a relatoria do ministro Cristiano Zanin e todos os acusados já foram notificados para apresentar respostas às acusações. “Depois, o ministro levará o caso para a Primeira Turma do Supremo decidir se aceita a denúncia e os transforma em réus – ou a rejeita”, relata matéria da Folha – que juntamente com o site UOL ajudou a revelar o esquema de desvio.
Mais de R$ 1,6 milhão em propina
À época da denúncia, a Polícia Federal chegou a pedir buscas nos gabinetes dos deputados na Câmara Federal, mas o STF indeferiu. “Os investigadores contabilizam mais de R$ 1,6 milhão em propina – R$ 1,03 milhão (referente à parcela de 25% de R$ 4,12 milhões em emendas de Bosco Costa), R$ 375 mil (25% de R$ 1,5 milhão em emendas de Maranhãozinho) e R$ 262 mil (25% de R$ 1,05 milhão em emendas de Pastor Gil)”, descreve o jornal.
O esquema de corrupção, segundo a Operação Engrenagem da PF, envolvia extorsão a prefeituras beneficiadas com o dinheiro do Orçamento viabilizado pelos deputados citados. “O agiota Josival Cavalcanti da Silva, conhecido como Pacovan, se encarregava das abordagens. O desvio dos recursos ocorreria, de acordo com o inquérito, por meio de contratos com empresas de fachada. A apuração indica que os valores eram repassados aos deputados. Pacovan e seu grupo recebiam uma comissão, aponta a investigação”.
Como lembra o colunista Aguirre Talento em postagem no UOL, os três deputados bolsonaristas são “integrantes do chamado baixo clero da Câmara. Eles foram acusados dos crimes de corrupção passiva e organização criminosa. Em outro inquérito ainda sem denúncia apresentada, Josimar Maranhãozinho havia sido gravado pela Polícia Federal manuseando caixas com dinheiro vivo... O caso no qual ele foi flagrado em vídeos carregando caixas de dinheiro está com a PGR desde dezembro de 2021, ainda na gestão de Augusto Aras, mas até hoje não teve uma definição”.
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