Por Altamiro Borges
O truculento governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), tratado pela Folha como “um bolsonarista moderado”, segue causando estragos na renomada emissora pública de São Paulo. Segundo matéria do site Notícias da TV, “as equipes da TV Cultura foram surpreendidas na noite desta quarta-feira (4) com o anúncio de que diversos programas seriam cancelados temporariamente por falta de verbas”.
Administrada pela Fundação Padre Anchieta, a tevê tem sido asfixiada financeiramente pelo governo estadual, o que tem levado a ocupar a sua grade de programação com reprises. Em nota, a própria FPA confirmou o cancelamento da produção de oito programas. “Devido à diminuição de receitas da TV Cultura, a emissora irá suspender a gravação de alguns programas de sua grade, temporariamente. A maioria dessas produções continuará no ar por meio de reprises”.
Procurada pelo site, a assessoria do bolsonarista Tarcísio de Freitas negou os cortes nas receitas e jurou que está tudo bem. “Mas de acordo com fontes do Notícias da TV nos bastidores, o clima não é dos melhores nos estúdios da emissora no bairro da Água Branca, na zona oeste de São Paulo. Alguns profissionais ficaram bastante emocionados na redação. Ao todo, oito programas foram afetados e, até agora, não há processos de desligamento de funcionários em curso”.
Atraso de salário e clima de tensão
Em agosto, vários funcionários que têm contratos como PJ (Pessoa Jurídica) não receberam seus salários. “Sem dinheiro, não tiveram como almoçar nem voltar para casa. Na ocasião, a emissora negou qualquer transtorno e afirmou se tratar apenas de um problema bancário. Os sindicatos que representam jornalistas e radialistas chegaram a marcar assembleias para discutir a questão”.
Thiago Tanji, presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, alerta para a gravidade da situação na emissora. “Nos últimos tempos, a gente tem percebido que, por conta de conjuntura política, desde que o governo do Tarcísio de Freitas foi eleito, há uma pressão sobre a TV Cultura. O próprio governador disse que tem a política de enxugar as fundações. A gente avalia que há um risco de desmonte na comunicação do Estado, como foi na época do governo Bolsonaro com a EBC [Empresa Brasil de Comunicação, responsável pela TV Brasil]”.
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