quarta-feira, 23 de outubro de 2024

PF indiciará Bolsonaro e generais golpistas

Charge: Moa
Por Altamiro Borges


Concluído o segundo turno das eleições municipais no próximo domingo (27), o ex-presidente Jair Bolsonaro não terá muito tempo para festejar os resultados das urnas. Crescem os boatos de que ele será indiciado pela Polícia Federal no inquérito sobre as tentativas de golpe contra a democracia e de que será finalmente denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por vários crimes. O risco de ir para a cadeia em breve deve assombrar o “capetão”.

Neste final de semana, o jornalista Guilherme Amado especulou no site Metrópoles que “novembro vai ter um gosto amargo para Jair Bolsonaro e alguns de seus ex-ministros: a PF vai indiciar, em meados do mês, o ex-presidente; os ex-ministros e generais Augusto Heleno e Walter Braga Netto; o ex-comandante da Marinha e almirante Almir Garnier Santos; o ex-ministro Anderson Torres; e o ex-ministro Paulo Sérgio Nogueira, entre outros”.

Ainda segundo a postagem, “a Polícia Federal tem elementos que mostram a participação dos seis na trama golpista colocada em prática ao longo de 2022, e, em especial, após o resultado do segundo turno da eleição daquele ano. Mensagens encontradas recentemente pela PF ligam Bolsonaro à minuta golpista que implementava instrumentos jurídicos que permitiriam contestar o resultado das eleições, à margem da Constituição”.

Generais Augusto Heleno e Braga Netto

O almirante Almir Garnier foi o único dos três chefes militares que, segundo as investigações, colocou suas tropas à disposição para uma intentona golpista. O ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, é listado como pertencente ao núcleo de oficiais de alta patente que teriam se valido do cargo “para influenciar e incitar o apoio aos demais núcleos de atuação para a consumação do golpe de Estado”. Já Anderson Torres “será indiciado por ter servido, nas palavras dos ex-comandantes militares, como ‘tradutor jurídico’ da minuta golpista.

Em relação direta com Jair Bolsonaro, os generais Augusto Heleno e Braga Netto são tratados como chefões do golpe. “Contra o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), a PF encontrou anotações de teor golpista em uma agenda apreendida em sua casa... A Polícia Federal também encontrou provas documentais e colheu depoimentos confirmando que o ex-ministro da Defesa e candidato derrotado à Vice-Presidência, Walter Braga Netto, tentou pressionar o ex-comandante do Exército Freire Gomes a aderir ao golpe de Estado. Numa das mensagens, ele chama o general de ‘cagão’ por não ser golpista”.

Diante dos boatos de que será indiciado em breve, o ex-presidente fujão estrebuchou: “Essa é mais uma da PF criativa do Alexandre [de Moraes]”, afirmou em telefonema ao colunista do site. “Bolsonaro disse que uma eventual condenação sua é para ‘reforçar a inelegibilidade”, já decretada por ele. ‘Querem se garantir com uma condenação’, disse. A despeito dos arroubos que teve durante seu governo, o ex-presidente disse que nunca desrespeitou a Constituição, livro que, segundo ele, era sua ‘leitura de cabeceira e de banheiro’”.

PGR aponta relação com a ação terrorista do 8 de janeiro

Para assombrar ainda mais o ex-presidente fujão, o colunista Aguirre Talento informa no UOL que “em manifestação apresentada no inquérito da PF que apura a discussão de um plano de golpe por aliados do ex-presidente Bolsonaro, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, apontou, pela primeira vez, um vínculo entre essas articulações golpistas e os atos violentos do 8 de janeiro, que resultaram em invasão e depredação das sedes dos Três Poderes”.

“Elementos de convicção até então colhidos indicam que a atuação da organização criminosa investigada foi essencial para a eclosão dos atos depredatórios ocorridos em 8.1.2023", escreveu Paulo Gonet, em documento sigiloso enviado ao Supremo Tribunal Federal. “O UOL teve acesso à manifestação da PGR. Gonet também indicou ao STF que os acusados pelo plano de golpe poderão ser cobrados para ressarcir os cofres públicos por prejuízos da ordem de R$ 26 milhões, provocados pela destruição do patrimônio público”.

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