quinta-feira, 30 de maio de 2024

Sem Terra, a nova casta sem direitos

Agricultura familiar. Foto: João Pompeu/MST
Por Igor Felippe Santos

Quando os portugueses chegaram ao Brasil no século 16, fiéis à doutrina da Igreja Católica, diziam que os indígenas não tinham alma. Assim, justificavam a colonização, a exploração e o genocídio de um povo. Consideravam como seres inferiores, praticamente sub-humanos, que deveriam ser subjugados e civilizados.

Mais pra frente, durante o período da escravidão dos negros africanos, foi retomada a ideia de que não tinham alma. Nesse processo de desumanização, justificavam a exploração, a violência e a morte, embora a Igreja Católica já reconhecesse formalmente que todos os seres humanos tinham alma.

Os deputados brasileiros decidiram que os sem-terra não têm alma. Assim como os indígenas que resistiram à violência da invasão portuguesa e os negros africanos que não admitiram a condição de escravização, aqueles que lutam hoje contra a chaga da pobreza, do latifúndio e da ordem imposta pelo poder vigente não têm a mesma condição dos outros.

Melo admite falhas, mas culpa o estagiário

Charge: Latuff/Brasil de Fato
Por Jeferson Miola, em seu blog:

Rompeu o dique de blindagem midiática do prefeito Sebastião Melo, que agora submerge na mesma lama que, devido à incompetência e negligência do seu governo, inundou Porto Alegre.

E, com o rompimento do dique de proteção dos grupos locais de mídia, Melo finalmente se viu obrigado a admitir as graves falhas da Prefeitura. No entanto, ele tenta transferir a culpa das escolhas desastrosas dele mesmo e do seu governo para o estagiário.

No sábado, 25/5, a assessoria de comunicação social da Prefeitura informou “que o prefeito Sebastião Melo determinou ao Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) abertura de investigação preliminar sumária (IPS) para apurar eventuais problemas em providências a partir de relatório de engenheiros do departamento sobre as estações de bombeamento de água pluvial. A investigação, em caráter de urgência, deverá abranger todos os processos relacionados ao tema”.

Meio ambiente e ambiente inteiro

Charge: Fraga/GZH
Por João Guilherme Vargas Netto


Nos anos 80 do século passado começou a ficar costumeira a expressão “meio ambiente” referindo-se aos problemas climáticos e ambientais.

Um influenciador sindical (como diríamos hoje) brincando seriamente com o conceito novo inventou a expressão “ambiente inteiro” para se referir à preocupação com o ambiente do trabalho, apontando os inúmeros problemas nas fábricas e outros locais.

Passados 40 anos, mesmo que melhoras substanciais tenham sido obtidas, estes problemas persistem como ficou demonstrado na greve dos metalúrgicos da Renault em cuja pauta de reivindicações apareciam os temas de saúde e segurança e demais disfunções para o exercício do trabalho.

Pode-se dizer que, neste assunto, a luta deve continuar.

O bolsonarismo no ataque

Charge: Miguel Paiva/247
Por Tereza Cruvinel, no site Brasil-247:


Direita e extrema direita se uniram ontem (28) no Congresso para dobrar a espinha do Governo, derrubando vetos de Lula e mantendo alguns de Bolsonaro, com destaque para o que impediu a criminalização de fake news.

A derrota não foi de Lula.

Foi nossa, foi da democracia, foi da política diante da marotagem e do jogo da lacração para enganar e manipular.

Juntas, direita e extrema direita decidiram manter o fim das saidinhas de presos, um dos melhores instrumentos de ressocialização segundo especialistas; numa medida de autoproteção, derrubaram a tipificação das fake news como crime; e com uma trama bem urdida por Eduardo Bolsonaro, criaram a ideia de que Lula refugou, com vetos, a proibição de ações abomináveis com dinheiro público.