Por Jair de Souza
Em todas as sociedades estruturadas à base de classes antagônicas, os grupos hegemônicos sempre se constituem em um percentual bem reduzido da totalidade da população. No Brasil, notoriamente um dos países com os mais elevados índices de desigualdade social do planeta, a coisa não poderia ser diferente.
Entretanto, justamente por serem inexpressivas em termos numéricos, as classes dominantes precisam encontrar formas para angariar apoio entre o restante majoritário da população, para, desta maneira, assegurar certa estabilidade do sistema e poderem seguir usufruindo de seus privilégios. Em momentos de crises mais intensas, também se intensifica o processo de cooptação política de elementos dos setores populares para colocá-los na linha de choque da preservação das estruturas de exploração capitalista. Neste processo, a hipocrisia se torna uma das mais importantes ferramentas da política.