sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

Avança a mobilização do funcionalismo

Por Cristiane Sampaio, no jornal Brasil de Fato:

A mobilização de categorias da elite do funcionalismo público federal vem ganhando, aos poucos, novas proporções.

Entre os auditores fiscais do trabalho, mais de 160 dos que ocupavam funções de chefia e coordenação já entregaram os cargos, segundo dados atualizados na quarta-feira (4).

O número equivale a pelo menos 53% do total de 298 postos desse nível.

“Em 26 anos de carreira, eu nunca tinha presenciado essa modalidade de reivindicação”, conta Valdiney Antonio de Arruda, que está na instituição desde 1996 e, na última segunda (3), abriu mão do cargo de chefe da Seção de Inspeção do Trabalho (Seint) da Superintendência Regional do Trabalho de Mato Grosso (SRT/MG).

Globo vai ignorar Lula e mirar em Bolsonaro

Charge: Zepa
Por Naian Lopes, no Diário do Centro do Mundo:

A direção da Globo traçou um plano, decidindo que vai ignorar Lula e atacar Bolsonaro ao longo de 2022. Os objetivos do canal são evitar que o ex-presidente cresça ainda mais nas pesquisas e que o atual chefe do executivo federal perca ainda mais popularidade. Quem deve se beneficiar com isso é o ex-juiz Sergio Moro, o novo querido do mercado.

Conforme apurou o DCM, a emissora não quer que o petista volte ao poder. E ela entende que ataques contra o ex-presidente acabam o fortalecendo. Por isso a estratégia é evitar tocar o nome dele, tanto para o bem quanto para o mal.

O "vale tudo" entre moristas e bolsonaristas

Por Fernando Brito, em seu blog:

Os leitores deste blog sabem da minha aversão por “tretas” de internet.

Mas não é possível ignorá-las quando revelam o estado de desespero de forças importantes do jogo político.

A troca de ofensas entre Carluxo e o ex-coordenador da campanha bolsonarista de 2018 no Nordeste (e agora da de Sergio Moro), Julien Lemos, travada na base onde “corno” e “falta de testosterona” são “argumentos” da discussão político-eleitoral são evidência do estado deplorável das candidaturas que defendem.

Diante do fiasco do seu desempenho, bolsonaristas e moristas só sabem reagir com mais fanatismo, como dois Jim Jones fundamentalistas e negacionistas da politica.

Malafaia e a implosão da bancada evangélica

Por Plinio Teodoro, na revista Fórum:

Uma das principais bases de sustentação do governo Jair Bolsonaro (PL) na Câmara, a bancada evangélica está estremecida com a briga entre dois dos principais bajuladores do presidente no meio: Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, e Samuel Ferreira, que comanda a Assembleia de Deus no Brás – Ministério de Madureira.

A briga começou quando Ferreira anunciou que faria campanha para manter o deputado Cezinha De Madureira (PSC-SP), vice-líder do governo no Congresso, no comando da bancada durante culto pela posse de André Mendonça no Supremo Tribunal Federal (STF).

quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

Mundo-3: os novos ventos na América Latina

Derrubada (1960), Portinari



Por Altamiro Borges

A luta de classes segue movendo o mundo. Na geopolítica internacional, há importantes mudanças em curso. Os EUA já não mandam e desmandam como antes. A potência imperialista está enfiada em uma crise econômica sem precedentes, perdendo o papel de liderança no planeta. A sua hegemonia nas armas, no front militar, também sofre abalos, como ficou evidenciado após 20 anos de ocupação criminosa no Afeganistão.

A degradação acelerada do império explica, inclusive, o trágico governo do fascista Donald Trump – um ser patético e grotesco –, o que só aumentou o isolamento dos EUA no mundo. A tentativa frustrada de manter o poder, com a violenta invasão em janeiro passado do Capitólio – o congresso ianque – confirmou o grau de degradação dessa nação apodrecida.

Mundo-2: neofascismo e ultraneoliberalismo

Descoberta da terra (1941), Portinari
Por Altamiro Borges


Nessa nova fase regressiva e destrutiva do capitalismo, que concentra a riqueza e faz explodir a miséria, há uma combinação perversa entre o ultraneoliberalismo na economia, o fascismo na política e o obscurantismo nos valores e nos direitos humanos. Ocorre um processo de fascistização no mundo.

O neoliberalismo aguçou as contradições do sistema, o que ampliou suas deformações e depravações, como aumento da violência urbana e do drama da imigração. Ele também fragilizou as instituições democráticas do Estado, travou as mudanças mais progressistas na sociedade e fragmentou a capacidade de resistência dos trabalhadores.

Mundo-1: pandemia, desigualdade e resistência

Família (1935), Portinari
Por Altamiro Borges

O mundo do trabalho vive o pior dos mundos. A pandemia da Covid-19 só agravou o cenário de desigualdades sociais, desemprego, queda de renda, regressão trabalhista, desalento e falta de perspectivas – principalmente entre os mais jovens. A crise do capitalismo, que é prolongada, estrutural e sistêmica, ganhou contornos ainda mais trágicos com o novo coronavírus.

Por outro lado, a pandemia acelerou o processo de mudança na geopolítica mundial, com o declínio relativo dos EUA e a ascensão de novas nações, com destaque para a China. A humilhação do império no Afeganistão, após 20 anos de ocupação criminosa e gastos de dois trilhões de dólares, é a prova mais recente dessa mutação do quadro internacional.

A vitimização bolsonarista perdeu o encanto?

Carestia, inflação e o poder do "mercado"

A invasão do Capitólio e o futuro de Trump

Um dos países mais desiguais do mundo

O mundo em 2022: estabilidade ou conflitos?

Brasil entra o novo ano cheio de esperança

Jogo de cena da hospitalização de Bolsonaro

Bolsonaro, racismo ambiental e as enchentes

Os "programas sociais" de quem odeia pobre

Charge: Nando Motta
Por Bepe Damasco, em seu blog:


Sem ser capaz de produzir uma única ideia original sobre programas sociais que contribuam para melhorar minimamente a vida das pessoas mais pobres, Bolsonaro tem se limitado a copiar, não sem antes maquiar, desvirtuar e deformar, políticas vitoriosas dos governos do PT.

A aposta envolve alto risco político. Bolsonaro pode estar por tabela fortalecendo ainda mais no imaginário popular a ideia de que o PT prioriza em seus governos o investimento na inclusão social, o que é reconhecido até por adversários do partido.

É aquela história: entre o original e o arremedo de imitação, a tendência do eleitorado é abraçar a primeira opção.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2022

Um ano decisivo para o Brasil

Editorial do site Vermelho:


A virada de ano foi marcada por um sentimento de esperança para o povo brasileiro. Mesmo diante da crise explosiva pela qual o País passa, a chegada de 2022 nos faz iniciar a contagem regressiva: estamos no ano das eleições presidenciais que podem decretar o fim do governo Jair Bolsonaro. Primeiro e segundo turno estão marcados, respectivamente, para 2 e 30 de outubro. Se o pior presidente na História do Brasil não cair antes por vias como o impeachment ou a renúncia – hipóteses mais improváveis a esta altura –, poderá ser expelido do cargo, enfim, pelo voto.

Um ano marcado pela destruição ambiental

Futebol-empresa: capitalismo chega no futebol

Por Marcos Dantas

É comum, nas semanas finais de um ano ou iniciais do seguinte, o noticiário futebolístico ser ocupado por negociações de compra ou venda de jogadores, renovação de contratos, contratação de técnicos. Nesta virada de 2021 para 2022, o noticiário futebolístico foi invadido por um novo tipo de negociação: a compra de times inteiros por algum investidor. O ex-jogador Ronaldo "Fenômeno" comprou o Cruzeiro de Minas Gerais. Um cidadão estadunidense de nome John Textor está comprando o Botafogo do Rio de Janeiro. O Vasco da Gama, também do Rio, estaria à "venda". Toda essa movimentação tem por trás uma lei que pode transformar totalmente a atual estrutura político-econômica do futebol brasileiro: a lei 14.193/2021 que criou a "sociedade anônima do futebol" (SAF).

Direito trabalhista e reação da plutocracia

Por Leonardo Attuch, no site Brasil-247:

A possível aliança entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-governador Geraldo Alckmin criou a falsa percepção de que um provável governo Lula-3 seria um período de conciliação e confraternização nacional, em que o bode do fascismo seria retirado da sala, mantendo-se todas as políticas neoliberais implantadas após o golpe de estado de 2016 e que fracassaram de maneira incontestável.

Bastou um elogio de Lula à revogação pelo governo espanhol de uma reforma trabalhista também fracassada por lá para que a plutocracia brasileira começasse a se movimentar. Lula disse apenas que os brasileiros devem olhar para a Espanha, sinalizando que é possível travar uma discussão madura sobre políticas públicas que não trouxeram os resultados prometidos: