terça-feira, 17 de maio de 2016

Por que o governo Temer acabou

Por Renato Rovai, em seu blog:

Temer, o ilegítimo, já entrou para a história como ex-presidente da República mais trapalhão e obtuso desde a democratização.

E olha que tivemos Collor, mas ao menos o caçador de marajás teve votos. Temer também, mas apenas 367. E a história dirá como foram amealhados.

Mas este post não se dedicará a falar dos motivos que garantiram a tomada de poder pela turma de Temer, o ilegítimo, mas se dedicará a explicar seu obituário.

Como funcionam os paraísos fiscais

Serra prepara quinto abandono de cargo

Por Helena Sthephanowitz, na Rede Brasil Atual:

Em mais um capítulo parcialmente divulgado pela mídia tradicional do diário do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, enquanto ocupou a Presidência da República (1995-2002), o tucano maior narra que o escolhido do governo provisório de Michel Temer para ser o ministro das Relações Exteriores, José Serra, teve reentrada problemática no ministério em 1998. Serra havia sido ministro do Planejamento de FHC (1995-1996). De difícil convivência, José Serra teve divergências com a equipe econômica, deixou o cargo para disputar a prefeitura de São Paulo. Perdeu (o eleito foi Celso Pitta) e queria voltar para o governo em algum cargo na área econômica.

A nova correlação de forças no Congresso

Por Marcos Verlaine, no site Vermelho:

Queda de Dilma e ascensão de Temer muda a correlação de forças no Congresso Nacional. Na prática, antes do afastamento da presidente essa correlação de forças já existia, mas não estava formalizada. Isto é, Dilma, do ponto de vista formal tinha uma grande base, mas na prática era o que podíamos chamar de “base paraguaia”.

A votação da admissibilidade do impedimento na Câmara, no dia 17 de abril, evidenciou esse fato, que agora na prática está configurado. A admissibilidade do impeachment foi aprovada na Câmara por 367 votos contra 137 e sete abstenções. No Senado, o pedido foi aceito na comissão especial por 15 a 5; no plenário, cuja votação ocorreu no dia 11 de maio, o placar foi 54 a 22.

Honduras, Grécia e o destino do Brasil

Pedro X. Molina/Rebelión
Por Marcelo Zero

Por causa do golpe, o Brasil se converteu, aos olhos do mundo, numa espécie de grande Honduras. Um país sem instituições democráticas sólidas, instável, sujeitos a golpes de todos os tipos. Uma típica e caricata república de bananas.

Graças ao golpe, o Brasil se converteu em motivo de chacota em todo o mundo. Nunca a imagem do nosso país esteve tão baixa. Até mesmo jornais conservadores, como o New York Times, fazem editoriais condenando o golpe e afirmam o óbvio: a destituição de Dilma Rousseff piorará a crise política brasileira. Já a nossa mídia plutocrática e bananeira dedica-se, agora com vocação para grande partido da situação, a ocultar o óbvio e a defender o indefensável.

Temer ataca a comunicação pública

Por Felipe Bianchi, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

A comunicação pública brasileira é o mais novo alvo do golpe que colocou Michel Temer na presidência da República. Nesta terça-feira (17), foi publicada no Diário Oficial da União a ordem de exoneração do jornalista Ricardo Melo do cargo de Diretor-Presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), atropelando a lei e escancarando a intenção de aparelhar a EBC. Melo informou que recorrerá à Justiça para tentar garantir o cumprimento de seu mandato.

Wagner Moura é censurado pelo 'Estadão'

Por Altamiro Borges

O premiado ator Wagner Moura foi procurado pelo oligárquico Estadão para opinar sobre a extinção do Ministério da Cultura - um dos primeiros atos arbitrários do Judas Michel Temer. O texto, porém, foi censurado pela jornal da famiglia Mesquita, que já está em plena operação para blindar o golpista que assaltou o Palácio do Planalto. Como o próprio ator escreveu, o Brasil viverá tempos de "trevas". A sorte é que ainda existe a internet livre, pelo menos enquanto os novos ditadores não a sabotarem. Rejeitado pelo Estadão, o artigo de Wagner Moura foi postado no blog de Juca Kfouri. Vale conferir: .       

A cultura responderá à agressão golpista

Festival de Cannes
Por Patrícia de Matos, no site da UJS:

O movimento cultural tem dado grandes demonstrações da sua força política na recente luta contra o rompimento democrático no Brasil. Nos últimos meses, uma série de atos culturais e políticos envolvendo artistas, produtores, coletivos e redes têm se espalhado pelo país para denunciar o retrocesso do golpe e suas graves conseqüências.

Sem dúvida, o anúncio da extinção do Ministério da Cultura, logo no início do governo golpista de Michel Temer, é uma dolorosa punhalada que afeta imediatamente toda a cadeia cultural do país e indica para um retrocesso sem precedentes. Por outro lado, traz a necessidade de articulação política de um movimento social e cultural complexo, pujante e em constante crescimento.

É possível derrubar o governo golpista

Por Bepe Damasco, em seu blog:                                                          

Em poucos dias os golpistas que assaltaram o governo já mostraram suas garras. Não pretendem deixar pedra sobre pedra em termos de políticas sociais e conquistas civilizatórias.

Com esse objetivo, a Esplanada dos Ministérios foi invadida pelo que há de mais desqualificado, corrupto e fétido na política nacional.

O problema para Temer e sua quadrilha é que muita gente capturada pelo massacre midiático diário, que até apoiava a saída de Dilma, começa a perceber que foi enganada e que seus direitos estão prestes a virar pó.

Golpe, golpistas e as metáforas perigosas

Por Flavio Aguiar, de Berlim, no site Carta Maior:

Chamou a atenção a cara de desolação com que as comentaristas presentes na Globo News receberam a fala de Jorge Pontual, desde Nova Iorque, sobre a péssima recepção inicial do governo Temer na mídia internacional.

Em outra oportunidade, chamou a atenção também a reação ressentida de comentaristas da Globo a editorial do New York Times criticando o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Uma das comentaristas chamou de doideira ou palavra semelhante. Sinal de o golpe foi duro. O New York Times é considerado um jornal modelar por grande parte do mundo leitor e jornalistas do mundo inteiro. Ou seja, a Globo acusou o golpe - não o que ajudou a patrocinar contra Dilma, mas o que recebeu no fígado.

Agressão a blogs é a nova tara golpista

Por Miguel do Rosário, no blog O Cafezinho:

Menciono essas agressões não por vitimismo, sequer por preocupação, mas porque agora elas fazem parte da conjuntura política.

Falar delas é necessário para entender o que está acontecendo no país.

Nos últimos dias, os blogueiros sofreram várias agressões.

1) matéria na capa do site da Globo (fiz post sobre isso).
http://oglobo.globo.com/brasil/blogs-pro-governo-terao-verba-cortada-19305905

2) twitter ultra-agressivo, nojento, de Jorge Bastos Moreno (fiz post sobre isso).


O papel da comunicação pública

Para onde vai a democracia brasileira?

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Panelaço contra a panelinha de Temer

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

O grave para Michel Temer é que não foi o povão.

Foi a classe média.

A mesma classe média que gritava “Fora Dilma”.

E que grita “Fora Temer”, agora.

E que provavelmente gritaria “fora, qualquer um”.

Não tem nem um mês – só amanhã – que o circo comandado por Eduardo Cunha, com a bênção do austero Ministro Teori Zavascki, que só depois considerou imoral sua permanência no posto, começava o inevitável afastamento de Dilma Rouseff.

Do dr. Ulysses ao traidor Temer

Por Maurício Dias, na revista CartaCapital:

A eleição presidencial de 1989, a primeira disputa direta após a ditadura militar, deixou marcada na história do PMDB a grande traição cometida pelo partido. Ulysses Guimarães, referência política importante da história republicana brasileira, disputou a eleição pela legenda fundada em 1965, batizada então de MDB, e por ele presidida a partir de 1971. Ganharia um “P” com a reforma partidária imposta pela ditadura em 1979.

Virtudes e erros na questão democrática

Por Tarso Genro

Circulam nas redes e até na imprensa tradicional -nesta em número insignificante- artigos excelentes sobre a conjuntura, que se abriu com a posse interina de Michel Temer na Presidência da República. O golpe institucional engendrado pela grande mídia, articulado com setores rentistas da sociedade brasileira e lideranças políticas oligárquicas (que tanto estavam no Governo Dilma como fora dele), prosperou e o país vive um novo ciclo político. Após a fala de abertura do Presidente interino e da apresentação do seu Ministério, uma reflexão mais de “fundo” pode ser ensaiada. Para ela, quero contribuir com este pequeno texto, supondo que precisamos, não só defender o legado de uma parte da esquerda deste período, mas também reestruturar a nossa visão frentista de forma autocrítica, além de pensarmos rapidamente uma saída concreta para a crise: saída política e econômica, mais além das resistências de rua que, se não tiverem uma correspondência no plano das disputas eleitorais pelo Governo, ou em direção a uma Constituinte, tendem a declinar.

As baixarias na extrema-direita. Hilário!

A confissão de Zezé ‘Helicoca’ Perrella

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Os próprios golpistas se incumbiram de desmascarar o golpe.

Dois casos são notáveis.

Um deles é o do dono do helicoca, o senador José Perrella. Numa entrevista à BBC, Perrella disse que as pedaladas fiscais não foram a razão do afastamento de Dilma.

Ora, ora, ora.

Mas não era aquela a base – mentirosa, cínica, é verdade – do pedido do impeachment?

Globo se lança ao colo do Meirelles!

Por Paulo Henrique Amorim, no blog Conversa Afiada:

O Fantástico exibiu nesse domingo, 15/maio, cenas de constrangedora subserviência.

Não bastasse uma "entrevista" de 25' com o Temer Puft, que provocou ensurdecedora reação, a "apresentadora" do Fantástico ofereceu um espetáculo degradante!

Ao final de uma "entrevista" inútil, em que o Meirelles não disse nada que preste, ela, Poliana Abritta, se projetou para cima do Ministro da Fazenda, em direção ao seu colo, agarrou-lhe as duas mãos e, curvada para a frente, disse:

Michel Temer quer rebaixar a cultura

Por Leonardo Sakamoto, em seu blog:

“A única certeza de Temer sobre a Cultura é que deve ser rebaixada.'' A avaliação é de João Brant, secretário executivo do Ministério da Cultura até a saída do ministro Juca Ferreira e o rebaixamento da área pelo novo governo na última quinta (12). “Isso parece ter menos a ver com economia de custos e mais com a combinação de um fetiche pela diminuição de ministérios e de um desprezo pela pauta.''

Uma das primeiras ações tomadas pelo presidente interino Michel Temer foi extinguir o Ministério da Cultura, subordinando-o ao da Educação. A repercussão negativa junto ao setor conseguiu unir nas críticas artistas favoráveis e contrários ao impeachment de Dilma Rousseff. Com isso, o novo governo estuda dar mais peso político à pasta e até atrelá-la diretamente à Presidência da República.