segunda-feira, 3 de abril de 2017

Cunha pode estremecer as bases golpistas

Por Mário Augusto Jakobskind, no jornal Brasil de Fato:

O ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que todos se lembram teve papel relevante no processo de afastamento da presidenta Dilma Rousseff, na prática um golpe parlamentar, pegou 15 anos e quatro meses de prisão ao ser julgado em Curitiba. Terá também que devolver o que surrupiou da Petrobras por ter recebido propina em contrato com a empresa petrolífera para a exploração do ouro negro em Benin, na África.

O ex-presidente da Câmara dos Deputados, que quando ocupava o cargo fazia e acontecia, vai apelar da sentença e os seus advogados vão declarar que ele é inocente e tudo o mais. Cunha, hoje execrado por praticamente todos os setores da sociedade tem carta escondida e segundo denúncias continuava a pressionar parlamentares que ajudou a eleger através de métodos que envergonham a classe política honesta.

"Carne Fraca" e o projeto de terceirização

Por Reginaldo Moraes, no site Brasil Debate:

O escândalo da “Carne Fraca” mostrou várias coisas ao mesmo tempo. Antes de mais nada, escancarou a luta pelo protagonismo dentro da Polícia Federal – cada delegado querendo aparecer mais do que o outro. A qualquer custo. Depois, a tentativa de chantagear políticos, pela mesma instituição: primeiro, um recado ao ministro da Justiça, supostamente “chefe” da PF; quando outro ministro criticou a PF, reação parecida.

Depois veio Blairo Maggi – que Deus o tenha e o Diabo o receba. Não constava em delações, no dia seguinte a suas declarações, passou a constar. E os delegados fizeram questão de alertar: o que vazamos é apenas parte de nossa munição. O estado policial foi deslanchado com os golpistas e agora reina absoluto. Manda recados via vazamentos.

A 'Trumplândia' e o Brasil dos golpistas

Por Sebastião Velasco, no site Carta Maior:

Não sei se você, caro leitor, mas de minha parte jamais imaginei que viveria o bastante para assistir ao espetáculo hoje exibido ao mundo pelos Estados Unidos.

A sequência é estonteante. Descontada a fase preparatória – a campanha eleitoral --, ela começa na cerimônia de transmissão de cargo, em 20 de janeiro, com o discurso pronunciado pelo novo Presidente logo depois de seu juramento.

Quem viu, há de lembrar. Feitos os agradecimentos convencionais, Trump abre sua fala com um ataque à elite política de seu país, cuja brutalidade não poupa nenhum dos presentes. Na sequência, define sua vitória como a devolução do poder ao povo americano, e reafirma seus compromissos de campanha, sintetizados no slogan “Make America Great Again”: reerguer a indústria, trazer de volta os empregos, reconstruir a infraestrutura devastada por décadas de descaso, reequipar as Foras Armadas. Com a sua contrapartida, mudar as relações com os parceiros comerciais, defender as fronteiras nacionais; cobrar dos aliados o custo de sua segurança. Os Estados Unidos buscarão amizade e boa vontade em toda parte – assevera o orador -- mas colocarão os seus interesses em primeiro lugar, como fazem – ou devem fazer – todas as nações do mundo.

Aécio, candidato a deputado federal

Por Renato Rovai, em seu blog:

Aécio foi o pai do golpe. Esse golpe bastardo que acabou gerando Temer, um presidente absolutamente ilegítimo.

Depois de ter saído da eleição com todas as condições de fazer oposição responsável e se cacifar pra chegar em 2018 como favoritíssimo à sucessão de Dilma, preferiu, por vaidade, o confronto em ritmo de UFC.

Pediu recontagem de votos no TSE, se alinhou a Cunha para aprovar pautas bombas no Congresso, insuflou uma resistência anti-PT nas redes e nas ruas e fechou um acordo com Temer para realizar o impeachement.

Achava que ao fazer isso, se fortaleceria para o atropelo final nas próximas eleições. Mas deu ruim.

Quem deu o golpe na Venezuela?

Por Gilberto Maringoni, no site Opera Mundi:

Há uma luta política duríssima em curso na Venezuela. A suspensão temporária da Assembleia Nacional pela Suprema Corte é sua mais recente e dramática face.

De um lado, há um governo acuado por uma crise econômica causada pela queda dos preços do petróleo, entre 2014-16, pela falta de comando político estável e pelo desaparecimento de sua principal liderança, Hugo Chávez, morto há quatro anos.

De outro, existe uma oposição vitaminada por expressiva vitória eleitoral, em dezembro de 2015, na qual obteve 112 cadeiras contra 55 do governo. Três deputados foram impugnados no estado de Amazonas, sob acusação de fraudes eleitorais.


Aécio Neves, o novo alvo de uma 'delação'

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

Eu não acredito em Aécio Neves. Não gosto de Aécio Neves. Ele e seu grupo ajudaram a patrocinar, desde o início, o jogo sujo do golpe, que abusou desse mecanismo sórdido de prisões cautelares (usadas como forma de tortura), vazamentos seletivos, delações forjadas e todo o tipo de atropelo do processo penal.

Era de se esperar, porém, que a “máquina de lama”, um dia, se voltasse para alguns de seus criadores. Afinal, como diria Jucá, “quem não conhece os esquemas do Aécio”?

Mesmo assim, eu não quero entrar nessa onda.

Direita do Equador não aceita a derrota

Lenín Moreno e Rafael Correa
Por Victor Farinelli, na revista CartaCapital:

Quando o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) anunciou que o resultado das urnas neste domingo (2/4) já era irreversível, e confirmava a vitória do candidato governista Lenín Moreno – que foi vice de Rafael Correa em seu primeiro mandato –, o Equador teve que enfrentar o mesmo momento de tensão política pelo qual passaram a Venezuela em 2013 e o Brasil em 2014.

Desde aquele primeiro minuto, a reação da direita equatoriana foi a de apostar na desestabilização e no confronto social. O banqueiro Guillermo Lasso, representante da direita que experimentava seus primeiros minutos na condição de candidato derrotado, saiu rapidamente a dar uma declaração, qualificando o processo eleitoral como “fraudulento”, assegurando possuir provas a respeito.

domingo, 2 de abril de 2017

Beto Richa tem conta secreta na Suíça

Por Esmael Morais, em seu blog:

O novo inquérito contra o governador Beto Richa (PSDB), autorizado esta semana pelo STJ, ensejou o senador Roberto Requião a denunciar, outra vez, a existência de uma conta secreta do tucano na Suíça.

“A grana sai por Foz/ Paraguay, vai para o banco Habib, e volta para empreendimentos imobiliários. Seria assim Beto Richa?”, questionou o senador do PMDB pelo Twitter.

Há exatos dois anos, Requião revelou que Beto Richa possuía contas secretas na Europa e no Oriente Médio. O parlamentar até declinou o nome do Habib Bank, em Zurique, da Suíça, e em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

Moro e mídia usam condenação do Cunha

Por Jeferson Miola

O colunismo oficial do golpe apressa-se em narrar a condenação de Eduardo Cunha como prova de isenção e imparcialidade da Lava Jato [sic].

No Globo desta sexta-feira 31/3, Merval Pereira escreveu que a condenação de 15 anos imposta pelo juiz Sérgio Moro tira “do partido do ex-presidente Lula a desculpa esfarrapada de que há uma perseguição seletiva contra ele e o PT”.

Merval mente; o que ele diz é rigorosamente falso. A mídia golpista fabrica “verdades alternativas” – como diria FHC, “acadêmico” da ABL assim como Merval – para distorcer a realidade e ocultar o objetivo político real e camuflar a razão de ser da Lava Jato no plano político, que é a caçada ao Lula e a liquidação do PT.

Defesa de Temer segue as dicas de Gilmar

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

O Brasil entrou em abril recordando o golpe de 1964 e buscando saída para o golpe de 2016. Através da Lava Jato, não há batom na cueca que leve à condenação de Temer, como deixou claro o procurador-geral Rodrigo Janot na ressalva ao STF, ao pedir investigações sobre os citados na delação de Sérgio Machado: a Constituição impede que o presidente seja investigado ou processado por atos estranhos ao exercício do mandato. É o TSE que tem nas mãos a chance de afastar o ilegítimo mas podemos assistir, a partir desta terça-feira, à encenação de uma farsa: o acolhimento da tese da separação de responsabilidades entre os integrantes da chapa, a condenação da ex-presidente Dilma Rousseff à inelegibilidade, preservando-se o mandato de Michel Temer. Este é o roteiro perseguido pelo Planalto e aliados, seguindo pistas que foram dadas pelo próprio presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes, como se verá adiante.

Lula condena desmonte da Previdência

Terceirização e a elite escravagista

Por Osvaldo Bertolino, no site da Fundação Maurício Grabois:

A aprovação na Câmara dos Deputados do texto-base do Projeto de Lei que autoriza o trabalho terceirizado para qualquer tipo de atividade é um golpe frontal na classe trabalhadora. Atinge a estrutura social erguida ao longo do século XX e início do século XXI, amalgamada com sangue; para erguê-la, muitos foram presos, torturados e não poucos assassinados. Enfrentou-se ditaduras e os métodos truculentos, brutais, da direita brasileira para que os trabalhadores tivessem um mínimo de dignidade na relação capital-trabalho.

Em 2014, Aécio distribuía 'Veja' nas ruas

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Em outubro de 2014, na reta final da eleição em segundo turno, a campanha do então candidato a presidente Aécio Neves violou proibição do Tribunal Superior Eleitoral de os meios de comunicação eletrônicos e o PSDB divulgarem edição da revista Veja que trazia na capa acusação sem provas contra Lula e Dilma Rousseff, adversária do tucano.

Naquela eleição, Aécio fechou sua campanha eleitoral na TV prometendo ética na política e acusando Dilma e seu partido.

A herança trágica do neoliberalismo

Por Gabriel Valery, na Rede Brasil Atual:

“Se existe um legado trágico do neoliberalismo é a desorganização dos trabalhadores. Soma-se a isso uma pauperização enorme que torna precárias as condições para retomar qualquer movimento”, avaliou a economista e professora da UnB Maria Mollo. “E a verdade é que para transformar qualquer sociedade é preciso de organização dos trabalhadores.”

Com o tema "Tendências da crise mundial do capitalismo", Maria traçou, , durante o Seminário 100 anos da Revolução Russa e 95 do PCdoB, realizado na quinta-feira (30), em São Paulo, um panorama geral das crises do capitalismo, em especial a chamada Grande Recessão de 2008, desencadeada por inadimplência em financiamentos de alto risco (subprime) nos Estados Unidos. Deixando de lado os fatores técnicos que levaram parte da economia global a uma recessão, a professora se concentrou em analisar as crises como naturais do sistema capitalista.

Um conselho aos novos jornalistas

Por Gilson Caroni Filho, no blog Viomundo:

Aos novos jornalistas,

Prezados colegas que compõem a mesa, prezados formandos, familiares e amigos aqui presentes.

Uma formatura é sempre um momento especial. Nele rememoramos o que foi o convívio acadêmico, o aprendizado de saberes fundamentais (teóricos e práticos) para o bom exercício do jornalismo e o quanto lutamos para estarmos aqui, neste 29 de março de 2017, com a sensação de missão cumprida.

Meus queridos alunos, em toda solenidade como esta eu me emociono. Não só pela homenagem em si, mas pelo que ela contém: o entrelaçamento de duas histórias, a minha e a de vocês, que começou nas salas, em aulas de Sociologia e de Cultura, Memória e Sociedade, e, acreditem, não vai terminar aqui.

Lava-Jato agora mira nos partidos políticos

Por Dayane Santos, no site Vermelho:

Desde que foi deflagrada, em 2014, a Operação Lava Jato criou um cenário de devastação na área da infraestrutura no país, com quebradeira nas maiores construtoras nacionais e dezenas de obras estruturantes paralisadas. Agora, a força-tarefa de Curitiba dirige o seu canhão contra os partidos, ao apresentar, nesta quinta-feira (30), uma ação de improbidade administrativa contra o Partido Progressista (PP).

A ação assinada pelo procurador Deltan Dallagnol segue o modelo da denúncia apresentada contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em setembro do ano passado, baseando-se na convicção – não em provas - de que em troca do apoio político, o governo do ex-presidente nomeou indicados de partidos e, assim, garantiu o favorecimento das empresas. Propositalmente, os procuradores criam um imbróglio entre doação, caixa 2 e propina, que variam ao de acordo com a vontade.

Luciano Huck e a negação da política

Por Matheus Pichonelli, no site The Intercept-Brasil:

O dia 13 de março de 2016 ficou marcado na história do jornalismo brasileiro como o dia em que Kim Kataguiri, o jovem líder do MBL que abandonou a faculdade porque sabia mais de economia do que o professor, apelou para os Power Rangers na primeira página do maior jornal do país no que deveria ser o chamado à tomada popular do poder horas antes da maior das manifestações pelo impeachment de Dilma Rousseff. Estranhamente, o excerto não rendeu nenhum prêmio Esso, mas assim é a vida: tomada por vilões de seriados e injustiças, não exatamente nessa ordem.


Propinas e o enriquecimento de Serra

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

A informação da coluna Radar (https://goo.gl/EsZI00) da Veja, de que a Odebrecht teria feito pagamentos milionários ao senador José Serra na conta de “uma parente” e através do lobista José Amaro Pinto, é a pá de cal na carreira do senador. Desvenda-se o maior segredo de Polichinelo da história da república: o processo de enriquecimento de Serra na política.

A parente de Serra obviamente é a filha Verônica. Completando a delação do executivo da Odebrecht, há a famosa tarja preta que a Polícia Federal colocou na agenda telefônica de Marcelo Odebrecht, antes de vazar a agenda para a mídia. Amadores, chamaram imediatamente a atenção de todos e não se deram conta de que um bom editor de imagens eliminaria as tarjas revelando os nomes. O compromisso tarjado era de Marcelo Odebrecht, com uma reunião com José Serra justamente no escritório de Verônica.

Não há acordo possível com Temer

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Mesmo setores conservadores e governistas reclamaram da natureza escravocrata do texto do projeto aprovado na Câmara, repleto de absurdos escravocratas.

Pediam vetos a Temer e a mescla com o projeto que tramitava no Senado. Temer o sancionou sem vetos significativos.

As dissensões de deputados da base governista e os protestos de metade da bancada do Senado foram sinais eloquentes que, mesmo para os que não têm tradição de apoio aos trabalhadores, considerou-se exagerada a abolição de direitos contida na medida.

Manifesto por um projeto de Nação

Por Maria Carolina Trevisan, na revista Brasileiros:

Representantes da sociedade civil, de entidades sindicais, universidades e empresas, com diferentes visões políticas, produziram um manifesto em defesa da democracia. O documento expõe 10 pontos necessários para superar a crise diante do “grave momento” da história do Brasil. O grupo denuncia que há uma “imposição de um programa de ruptura do pacto social brasileiro” implementado por um “governo transitório”, ao qual lhe falta “norte, tempo e popularidade”.