sábado, 11 de agosto de 2018

Haddad e Dilma na mira da Lava-Jato

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Como costuma acontecer desde 2014, quando as eleições se aproximam, a força-tarefa da Lava Jato, que andava meio sumida, voltou com tudo nesta sexta-feira - contra o PT, é claro.

Sem fatos novos, requentaram uma delação de Monica Moura, aquela moça que masca chicletes quando é presa, mulher de João Santana, o ex-marqueteiro do partido.

Não por acaso, os alvos agora são os principais líderes do PT nesta disputa eleitoral: Fernando Haddad, que substitui Lula na campanha presidencial, e Dilma Rousseff, a ex-presidente que lidera a com folga a corrida para o Senado em Minas Gerais e fez Aécio Neves desistir de enfrentá-la.

Números dos debates na Band e no PT

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

O debate de ontem, realizado na Band, teve parceria com o Google, que disponibilizou ferramentas para se identificar os principais interesses dos internautas.

O candidato mais procurado no sistema de buscas do Google foi, de longe, Jair Bolsonaro, com 70%.

Ciro Gomes veio em segundo, com 12%.

Os outros candidatos ficaram todos abaixo de 5%.

Alckmin e Bolsonaro: os escudeiros de Temer

Por Cristiane Sampaio, no jornal Brasil de Fato:

Atuais adversários no campo político-eleitoral, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) e o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ), ambos pré-candidatos à Presidência da República pelas suas legendas, tentam se descolar da figura do presidente golpista Michel Temer (MDB), que amarga baixos índices de popularidades.

Os três, no entanto, estão situados em espectros políticos semelhantes quando se observa, por exemplo, o comportamento dos partidos a que pertencem Alckmin e Bolsonaro, especialmente em temas econômicos.

Mídia usa censura contra Lula

Por Dayane Santos, no site Vermelho:

Luiz Inácio Lula da Silva foi impedido de participar do primeiro debate com os presidenciáveis realizado nesta quinta-feira (9), pela Band. Após visita ao ex-presidente, Fernando Haddad, seu porta-voz e candidato a vice na chapa (PT-PCdoB), disse que o desejo de Lula é participar dos debates.



Ainda sobre o debate da Band

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

O debate de anteontem na TV Bandeirantes, além de enfadonho e morno, serviu para mostrar o quanto esta eleição é esdrúxula.

Suas regras permitiram a caricata participação do cabo Daciolo, que fez até o Bolsonaro parecer menos obtuso.

Ou foi ele que, vendo-se no espelho, acionou o moderador verbal, em sinal de que, quando quer, sabe se conter.

sexta-feira, 10 de agosto de 2018

O maior fakenews é o fantasma do fakenews

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

O país tem imensa dificuldade em analisar fenômenos novos, de ruptura. Há uma emulação atrasada das discussões que ocorrem nos grandes centros, com pouca análise e enorme vontade de protagonismo por parte de autoridades.

É o que explica as manifestações virulentas do Ministro Luiz Fux – um penalista no sentido mais restrito do termo – ameaçando com o fogo do inferno os geradores de fakenews, apresentado por ele como a última grande ameaça à democracia. Fux convocou Ministério Público Federal, Polícia Federal, Gabinete de Segurança Institucional para a grande frente destinada a fazer busca e apreensão nas casas dos geradores de boatos, antes que eles fossem divulgados. Ou seja, instituir a censura prévia.

Atentado na Venezuela e o silêncio cúmplice

Por Álvaro Verzi Rangel, no site Carta Maior:

A Assembleia Constituinte venezuelana aprovou a prisão e juízo dos deputados Julio Borges e Juan Requesens, por sua vinculação ao atentado terrorista contra o presidente Nicolás Maduro. Paralelamente, o chanceler Jorge Arreaza e o promotor-geral Tarek William Saab, apresentaram ao encarregado de negócios dos Estados Unidos na Venezuela, James Story, provas e evidências sobre a tentativa de magnicídio.

A arte de fazer política no terremoto

Por Bepe Damasco, em seu blog:

Chama atenção a quantidade de gente bem-intencionada a vociferar nas redes sociais contra a engenhosa e complexa costura política feita por Lula e pela cúpula do PT que culminou na chapa tríplice Lula-Haddad- Manuela D’Ávila.

As críticas, algumas com um descabido nível de ferocidade, vão da preocupação com o esvaziamento da candidatura de Lula a discordâncias de mérito em relação ao nome do ex-prefeito de São Paulo, passando por manifestações de solidariedade a Ciro Gomes por ter ficado de fora do acordo que envolveu PT, PCdoB, PROS e PCO, além da neutralidade do PSB na eleição presidencial.

Moro é o Posto Ipiranga de Alvaro Dias

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

A nota de Sergio Moro sobre o “convite” de Álvaro Dias para o ministério da Justiça, lançado no debate da Band, é dúbia, para utilizar um eufemismo.

“Reputo inviável no momento manifestar-me, de qualquer forma e em um sentido ou no outro, sobre essa questão, uma vez que a recusa ou a aceitação poderiam ser interpretadas como indicação de preferências políticas partidárias, o que é vedado para juízes”, diz.

Não foram poucas as situações em que Moro facilitou “interpretações de que preferências políticas partidárias”. Bastam as fotos com tucanos em convescotes.

Manipular ou libertar, eis a questão

Por Pedro Alvas Cardoso, na revista CartaCapital:

Fernando Haddad concedeu à Folha de S. Paulo uma entrevista na qual falou sobre a mídia e as concessões públicas de rádio e tevê.

Ele fala do envolvimento promíscuo desses meios de comunicação com o mundo político-partidário e defendeu uma regulação, por causa de sua concentração tanto vertical quanto horizontal.

Segundo Haddad, o controle é necessário para garantir seu pluralismo e liberdade de expressão. A entrevista acontece no momento em que a Editora Abril, dona da Veja, revista vinculada às elites políticas de direita e extrema-direita, está em processo falimentar.

A banalização da violência doméstica

Por Clairí Madai Zaleski Rebuá, no site Outras Palavras:

I. “Respeita as Mina!”

Não leva na maldade não, não lutamos por inversão. Igualdade é o x da questão, então aumenta o som! Em nome das Marias, Quitérias, da Penha, da Silva. Empoderas, revolucionárias, ativistas. Deixem nossas meninas serem super-heroínas! Pra que nasça uma Joana D’Arc por dia! Como diria Frida: eu não me Kahlo. Junto com o bonde saio pra luta e não me abalo. O grito antes preso na garganta já não me consome. É pra acabar com o machismo e não pra aniquilar os homens. Quero andar sozinha porque a escolha é minha, sem ser desrespeitada e assediada a cada esquina. Que possa soar bem, correr como uma menina, jogar como uma menina, dirigir como menina, ter a força de uma menina…

(“Respeita as Mina” – Kell Smith)

Haddad e o jornalismo Chico Xavier

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Agora que a Veja está morrendo, preocupa-me que a Folha esteja assumindo o chamado “jornalismo Chico Xavier”, onde o repórter não se limita a escrever sobre fatos revelados por “fontes” – em geral personagens de segundo plano, que querem ficar “amiguinhos” de jornalistas – e passa a psicografar pensamentos dos personagens-vítimas das histórias a serem contadas.

Nada contra o jornalismo com opinião e até com paixões confessadas – não só o pratico como acho um ato de honestidade com o leitor – mas eu não sou, confesso, capaz de saber o que Aécio Neves anda pensando com seus botões nem o que Alckmin conversa com Dona Lu.

quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Inclusão social provocou reação conservadora

Por Marcio Pochmann, no site da Fundação Perseu Abramo:

O projeto de inclusão experimentado pelo capitalismo avançado seguiu, em geral, a tríade sucessiva dos direitos civis, políticos e sociais. Com ingresso tardio no modo de produção capitalista, após longeva superação da escravidão, o Brasil constituiu lenta e gradualmente o seu processo próprio de inclusão social demarcado por três ciclos imediatos e fortemente contestados e atacados pelo conjunto de forças liberais conservadoras.

Justiça ou Judiciário: Qual a nossa escolha?

Por Denise da Veiga Alves e Giselle Mathias, no site Jornalistas Livres:

Em um primeiro momento, é possível crer que “Justiça” e “Judiciário” sejam a mesma coisa. Afinal, naturalizou-se nomear o Poder Judiciário de “Justiça”.

Porém, desde muito cedo a humanidade aprende que Justiça é mais do que um mero conceito. Justiça é um sentimento que transforma e diferencia as pessoas daquilo que é bestial; é o que retira as pessoas da barbárie e faz todos iguais. A Justiça é o equilíbrio, a equidade, o respeito e o reconhecimento da humanidade do outro. O outro, mesmo diferente, mas cuja humanidade é reconhecida e respeitada.

"Mercado" aposta suas fichas em Alckmin

Por Eduardo Maretti, na Rede Brasil Atual:

Segundo informações divulgadas na mídia comercial, boatos que circularam na tarde de terça-feira (7) derrubaram o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, que fechou em queda de 0,87%. O motivo seria uma possível delação premiada envolvendo o candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin.

Uma segunda corrente de boatos, porém, teria informações de que uma pesquisa traria notícias de que o desempenho do candidato não estaria dando sinais de recuperação. A pesquisa CNT/MDA, divulgada hoje a partir de sondagem restrita ao estado de São Paulo – que traz Alckmin atrás de Bolsonaro e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que lidera –, não permitiu comparação com o levantamento anterior, de maio, que teve abordagem nacional.

Venezuela: Drones no ar, povo nas ruas

O tiroteio entre Alckmin e Bolsonaro

Alckmin, Bolsonaro ou BTG Pactual?

Por Alexandre Andrada, no site The Intercept-Brasil:

Quando o jornalismo se refere a esse ente abstrato chamado “mercado”, saiba que é apenas o nome impessoal dado um punhado de empresas do setor financeiro, de origem nacional e estrangeira, cujas sedes se concentram no Rio e em São Paulo.

O Banco Central divulga semanalmente o Relatório Focus, que apresenta as expectativas do “mercado” sobre uma série de variáveis econômicas. Em seu último número, vê-se que “ele” espera para 2018 uma inflação de 4,11%, e de 4% para 2019 e 2020.

As Fintechs e o futuro dos bancos no Brasil

Por Marco Aurélio Cabral Pinto, no site Brasil Debate:

O termo Fintech poderia ser tanto o mais celebrado como o mais subestimado que a indústria tem visto nas últimas décadas. Por um lado, do ponto de vista do investidor, o funding para a revolução Fintech por Venture Capital tem sido explosivo, resultando em bilhões de dólares em investimentos. Contudo, muito poucas startups têm mostrado habilidade e agilidade para inovar nos gaps de experiência que os consumidores têm enfrentado junto aos bancos tradicionais. [World Fintech Report 2017, Kapgemini/Linkedin].

Até agora a literatura sobre o tema Fintechs tem sido majoritariamente composta por relatórios de bancos e consultorias gerenciais, os quais possuem grande poder de influência sobre investidores e gestores de fundos de investimento. Agrupam-se ainda estudos produzidos por universidades sem tradição de independência de pensamento, as quais replicam a narrativa ao mesmo tempo em que a confirmam por meio de “casos” emblemáticos.

Debate na Band é marco da semiditadura

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

O debate presidencial da Band, marcado para hoje, traça uma linha divisória na política brasileira.

Em 1989, coube à mesma emissora realizar o primeiro debate presidencial após o restabelecimento das eleições diretas para presidente. Um marco da democratização.

Em 2018, o debate é um marco da semi-ditadura em que o país foi colocado após o golpe que afastou Dilma Rousseff sem crime de responsabilidade, favorecendo a criação de um regime sob tutela judicial. O veto a dois nomes do Partido dos Trabalhadores, o mais popular partido brasileiro, é a expressão clara dessa situação.