domingo, 8 de setembro de 2019

O que emergirá do caos no Brasil?

Por Pedro Breier, no blog Cafezinho:

23 de julho de 2019, dia em que os famigerados hackers de Araraquara foram presos, suspeitos de serem os autores da interceptação e repasse para o The Intercept Brasil das mensagens chocantes trocadas entre procuradores da Lava Jato, o ex-juiz Sergio Moro e outros personagens. Chamei um carro por um aplicativo de carona à tardinha. Entrei e cumprimentei o motorista, um cara simpático aparentando ter uns 50 e poucos anos. No rádio, falava-se sobre a prisão dos hackers. Pedi para ele aumentar o volume. Era o programa do Reinaldo Azevedo. O outrora antipetista mor desancava Moro, Dallagnol e a Lava Jato. Ouvíamos em silêncio. A certa altura do programa, alguém deu a informação de que Moro havia anunciado que o material encontrado com os hackers seria destruído. Não me contive e manifestei meu assombro. O motorista então falou: “Esses caras tinham que tá tudo preso!”. Desenvolvi um pouco mais a conversa para ter certeza de que ele estava falando de Moro, Dallagnol e cia. Estava.

Bolívia: um cenário eleitoral quase definido

Foto: Twitter de Evo Morales
Por Alfredo Serrano Mancilla, Gisela Brito e Sergio Pascoal, no site Outras Palavras:

A quase dois meses da eleição presidencial na Bolívia, seu desfecho se torna cada vez mais claro. Ao analisar o contexto de um processo eleitoral, é importante entender que sempre surgem questões na conjuntura com um impacto impossível de se prever, e que o fundamental é identificar as tendências nas preferências dos eleitores, assim como o mapa de sensações vigente na opinião pública. É cada vez mais comum observar a enorme proliferação de informações, de uma ou outra pesquisa, que determinam as chances de cada candidato na disputa, como se fosse uma corrida de cavalos. Porém, a chave de um estudo rigoroso está na coerência entre o número de intenção de voto e outras variáveis que dão uma visão sociológica e política mais ampla.

Uma semana de derrotas para Boris Johnson

Charge: Luc Descheemaeker/Bélgica
Por Luana Forlini, no site da Fundação Perseu Abramo:

O Parlamento britânico retornou do recesso e para o início da atuação do conservador Boris Johnson como primeiro-ministro no dia 3 de setembro. Desde então, o debate foi conturbado e ele sofreu várias derrotas sobre a agenda do Brexit, que continua dividindo os partidos e a sociedade.

Johnson foi alçado ao cargo de primeiro-ministro após a renúncia de Theresa May, que estava governando desde 2016 em substituição a David Cameron que deixou o cargo devido ao voto favorável ao rompimento da Inglaterra com a União Europeia no plebiscito daquele ano. Tanto May quanto Johnson colocaram como objetivo principal de seus governos concluir o Brexit. Entretanto, May, que pertence a uma ala do Partido Conservador que defende uma saída mais suave da União Europeia tentou três vezes que o Parlamento britânico aprovasse um acordo negociado por ela com a Comissão Europeia e todas foram rejeitadas.

Bolsonaro deixa Moro vivo e mata sua imagem

Por Fernando Brito, em seu blog:

A afetação da intimidade com Sérgio Moro feita hoje por Jair Bolsonaro no Sete de Setembro chega a ser mórbida.

Exibiu o cadáver vivo, expôs o outrora indomado como um cachorro na coleira, amansado, que abaixou as orelhas e cedeu a sua agora mestre.

Moro perdeu e desfilou sua derrota com a humilhação estampada no rosto.

Seus adoradores que debandam, como faz aí abaixo [aqui], o desclassificado Arthur “Mamãe Falei” do Val, adorariam ser liderados pelo ex-juiz, mas sentem que ele não tem estofo para liderar coisa alguma, que se aceitou ser depenado vivo pelo “Mito”.

O golpe da Lava-Jato com a Globo

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Foi tudo uma grande farsa, sabemos agora, tramada pelos milicianos da Lava Jato com a Globo, para derrubar o governo do PT e prender Lula.

No atropelo às leis e à Constituição, para liberar logo as conversas grampeadas dos celulares de Dilma e Lula, Moro levantou o sigilo às 16h19 e, às 18h32, a GloboNews já estava no ar, ao vivo, com um repórter plantado na Polícia Federal de Curitiba, provocando uma comoção nacional.

16 de março de 2016: nesse dia, em operação conjunta da Lava Jato de Moro & Dallagnol com a maior emissora de TV do país, consumou-se o golpe contra as instituições que, ao final, acabaria levando Jair Bolsonaro ao poder.

A perseguição e o desmonte da cultura

Por Rodrigo Gomes, na Rede Brasil Atual:

Uma das primeiras ações do governo de Michel Temer, logo após o golpe parlamentar de 2016, que resultou no impeachment da presidenta da República Dilma Rousseff (PT), foi tentar extinguir o Ministério da Cultura. A reação de organizações e de artistas pressionou o então presidente a recuar. Apesar disso, os orçamentos das políticas públicas desenvolvidas pela pasta não resistiram ao movimento de desmonte que se seguiu. O orçamento geral da cultura, bem como sua participação percentual no conjunto das verbas federais, despencou.

Os retrocessos no audiovisual brasileiro

Lava-Jato era só um projeto golpista

Por Kiko Nogueira, no Diário do Centro do Mundo:

Da nova leva de diálogos da Vaza Jato, parceria do Intercept com a Folha, há uma frase que encapsula a tragédia:

“Mas a questão jurídica é filigrana dentro do contexto maior que é político”.

Os procuradores se referiam aos grampos de Lula e Dilma e que foram a pá de cal no governo petista.

O “Bessias”, apelido do servidor Jorge Rodrigo Araújo Messias, ficaria nacionalmente famoso, assim como o “Tchau, querida”.

Independência em tempos de traição nacional

Editorial do site Vermelho:

Na conjuntura deste 7 de setembro, Dia da Independência do Brasil, a soberania nacional está mais uma vez gravemente ameaçada. O governo Bolsonaro avança como um tanque de guerra para destruir os fundamentos da nação e os pilares da construção de um país que, a duras penas, aprendeu a prezar o direito de conduzir seus destinos. Armado com um discurso hipócrita sobre a posição da pátria - como num de seus slogans, onde ela estaria ao lado de Deus -, o bolsonarismo vem aplicando o seu programa de destruição nacional de modo a não deixar pedra sobre pedra.

Bolsonaro, Bachelet e a repercussão na mídia

Por Beatriz Bandeira de Mello e João Feres Jr., no site Manchetômetro:

Desde que assumiu a presidência, Jair Bolsonaro vem colecionando críticas acerca da maneira como conduz a política externa brasileira. Mantendo uma retórica agressiva, característica de sua trajetória política como parlamentar, o atual presidente já protagonizou episódios que afrontam princípios básicos das relações internacionais do Brasil, como o pacifismo, a não-intervenção e a prevalência dos direitos humanos. Atuando junto ao presidente na definição da agenda da política externa brasileira há um grupo ideologicamente orientado pelo conservador Olavo de Carvalho, no qual figuram o atual Ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, o Assessor Especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Filipe Martins, e o presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, Eduardo Bolsonaro. Adotando premissas questionáveis como o combate ao “globalismo” e ao “marxismo cultural”, o governo Bolsonaro tem buscado manter um alinhamento ideológico, e visivelmente assimétrico, com os Estados Unidos, além da aproximação com países economicamente liberais e politicamente conservadores na América do Sul, tais como Chile, Colômbia, Paraguai e a Argentina.

sábado, 7 de setembro de 2019

Paulo Guedes é “feioso” e destrutivo

Por Altamiro Borges

Tão misógino e tosco como o seu chefete fascista, o ministro Paulo Guedes também resolveu agredir a primeira-dama da França, Brigitte Macron. Em um evento intitulado “A nova economia do Brasil”, ocorrido na quinta-feira (5) em Fortaleza, ele abriu sua latrina verborrágica: “O Macron falou que estão colocando fogo na Amazônia. O presidente devolveu, falou que a mulher do Macron é feia. O presidente falou a verdade, ela é feia mesmo”. Os empresários presentes na plateia ainda deram risada e aplaudiram a patifaria machista. Deprimente!

Bolsonaro precisa do seu engavetador-geral

O falso patriotismo de Bolsonaro

Ricardo Salles e política de meio ambiente

Abuso de autoridade e o estado policial

O fundo do poço de Augusto Nunes

Do blog: http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com/
Por Gustavo Freire Barbosa, na revista CartaCapital:

Na música “Banditismo por uma questão de classe”, Chico Science e a Nação Zumbi brincam com as possíveis causas que levam as pessoas a entrarem no mundo do crime. Nela, indagam se a prática do banditismo se daria em função de uma maldade pura, inerente à pessoa, ou de suas necessidades básicas – afinal, com a barriga vazia não é possível dormir, como narra em primeira pessoa o protagonista de “Da lama ao caos”, também do grupo.

As perdas da classe média

Por Tereza Cruvinel

Algumas universidades federais já pensam seriamente em cancelar o vestibular do verão. Com a asfixia financeira que lhes vem sendo imposta pelo governo Bolsonaro, não terão condições de receber novos alunos. Se isso acontecer, vai mexer com a classe média, que pagou escolas particulares caras para que seus filhos pudessem chegar às melhores universidades. O corte de 11 mil bolsas de pós-graduação e pesquisa certamente bateu mais na classe média que nos pobres. E mais cortes virão. Os caminhoneiros estão aí, chamando Bolsonaro de traidor e pregando seu impeachment. Hoje a categoria está dividida mas uma greve como a do ano passado também dará nos nervos da classe média, que continua sendo, como sempre foi, o pêndulo do sistema. Até aqui, os arreganhos autoritários e as vulgaridades de Bolsonaro não bastaram para tirá-la de sua zona de conforto mas a conta começará a chegar.

A regulação das plataformas na internet

Do site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

Empresas de tecnologia, como o Google e o Facebook, têm hoje o direito de gerenciar os discursos explicitados em suas plataformas – há pelo menos uma década, o próprio Facebook tem praticado uma "moderação de conteúdo". A questão que permanece é: como elas deveriam definir o que pode ou não circular em suas plataformas e gerenciar a liberdade expressão de seus usuários?

Esse é o tema que será discutido, sob uma perspectiva latinoamericana para a regulação de conteúdos online, no seminário "Grandes plataformas de internet e moderação de conteúdos: desafios para a liberdade de expressão e outros direitos humanos", no dia 10 de setembro, na Faculdade de Direito da USP, em São Paulo.

Desnacionalizar: traição à Pátria

Por Dilma Rousseff, em seu site:

A Frente em Defesa da Soberania Nacional, lançada na quarta-feira, 4 de setembro, é o caminho para reunir as forças democráticas em defesa da Nação e do povo brasileiro, dos nossos direitos e riquezas. Isto significa defender o Brasil.

Hoje, a soberania brasileira está sendo atacada em várias frentes. As mais visíveis são: 1) a venda das grandes empresas estatais brasileiras, que são estratégicas, como a Embraer, a Caixa, o Banco do Brasil, os Correios, a Eletrobras e a Petrobrás; 2) o desmonte do ensino superior público, do sistema de pesquisa e geração de ciência e tecnologia, assim como da cultura, com o bloqueio do sistema de incentivos; e 3) a destruição da proteção e conservação da Amazônia e do meio ambiente, além do desprezo pelos povos indígenas.

A moratória argentina e o futuro da região

Por Aram Aharonian e Horacio Rovelli, no site Carta Maior:

Poucos fatos surpreendem esta região que alguma vez foi chamada de “fazenda do mundo”, hoje cheia de indigentes e trabalhadores lançados à miséria pelas políticas sociais e econômicas do governo neoliberal de Mauricio Macri.

Na quarta-feira (4/9), movimentos sociais e sindicais da capital argentina e da Grande Buenos Aires realizaram manifestações contra a crise alimentar no país, pedindo pela abertura de programas sociais e mais e melhores alimentos para os restaurantes populares, que trabalham diariamente para garantir ao menos uma refeição a centenas de milhares de crianças. Instalaram uma barraca na frente do Congresso com a intenção de permanecer no lugar até que se sancione a lei de emergência alimentar, enquanto se organizam a distribuição de comida para pessoas na badalada Avenida 9 de Julio.