sexta-feira, 3 de maio de 2019

O tour milionário dos coronéis pela Europa

Por Tatiana Dias e Sérgio Spagnuolo, no site The Intercept-Brasil:

O roteiro começa por Paris. O dia é livre, mas há a opção de conhecer o Palácio de Versalhes. Depois, o grupo segue para a Galeria Lafayette, uma luxuosa loja de departamentos que impressiona pela arquitetura. O grupo passa mais um dia na Cidade Luz antes de seguir de ônibus para Bruxelas, na Bélgica. Lá, são dois dias de atividades para os homens, mas suas mulheres podem aproveitar um city tour. As noites são livres, perfeitas para experimentar a tradição cervejeira do país.


Bolsonaro e o ataque às universidades

Por Diogo Cunha, no site Carta Maior:

Se há um consenso entre os diversos observadores da vida política nacional é que Jair Bolsonaro não cometeu estelionato eleitoral. O atual ocupante do Palácio do Planalto nunca escondeu seu desprezo pelas regras do jogo democrático, nem tampouco seu total desconhecimento das mais diversas esferas da ação governamental. Em poucas palavras, é um político autoritário que nunca se preocupou em esconder ou disfarçar sua ignorância. Oriundo do baixíssimo clero, ele passou quase trinta anos como deputado praticamente sem apresentar propostas ou projetos de lei e sem participar das diversas comissões da Câmara. Ainda assim, ele conseguiu se reeleger ad infinitum graças a defesa de uma categoria profissional específica e à sua retórica reacionária. Não é de surpreender, portanto, que desde que assumiu a presidência da República, há pouco mais de 100 dias, Jair Bolsonaro venha testando a capacidade de resiliência da democracia brasileira.

É o petróleo, estúpido (sobre a Venezuela)

Por Maurício Abdalla, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

Dick Cheney (cuja vida foi retratada no excelente filme “Vice”) foi CEO da empresa petrolífera Halliburton. Nos bastidores, a empresa trabalhou para que ele fosse candidato à presidência dos EUA. Devido a uma questão de sua vida pessoal (sua filha era lésbica), ele não concorreu.

Mas acharam um meio de colocá-lo no poder, a fim de que governasse a serviço de sua antiga empresa. Escolheram um candidato estúpido e fraco (George W. Bush) e indicaram Cheney como vice.

Usaram uma estratégia agora bem conhecida por nós, brasileiros: coloca-se um bufão no governo para que as atenções se voltem para sua imbecilidade, enquanto os verdadeiros governantes manipulam os fios invisíveis do poder.

Bolsonaro e a mentira como vocação

Por Ayrton Centeno, no jornal Brasil de Fato:

Jair Bolsonaro, o Messias que nos coube, demonstra ser francamente favorável à entrega à iniciativa privada, do petróleo, do minério de ferro, da indústria aeronáutica e do que houver no solo, no subsolo e no mar territorial da Terra de Santa Cruz. Devido à tutela que sobre ele exerce o ministro Paulo Guedes, tornou-se um privatista de quatro costados. Presume que os empresários, cevados em dinheiro fácil e no ombro amigo do Estado, abrirão seus cofres para despertar a economia de sua letargia. Certo, também existe quem acredite em duendes.

Sistema de Capitalização afunda no Chile

Manuel Riesco
Por Felipe Bianchi e Leonardo Wexell Severo, de Santiago, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

Economista, engenheiro, professor universitário, escritor, fundador e vice-presidente do Centro de Estudos Nacionais de Desenvolvimento Alternativo (Cenda) do Chile, Manuel Riesco abriu sua residência em Santiago para nos receber. Consultor do programa da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), em 2002, e pesquisador das Nações Unidas (ONU) para o Desenvolvimento Social (UNRISD), entre 2003 e 2007, Riesco mantém a energia de destacado líder estudantil dos tempos de Salvador Allende e de dirigente do Partido Comunista durante a ditadura de Pinochet. O “jovem há mais tempo” é atualmente uma das principais referências no que diz respeito à Seguridade Social, sendo autor, entre outros livros, do prestigiado “Nova Previdência – Para restituir o direito a pensões dignas no Chile”.

quinta-feira, 2 de maio de 2019

Governo amplia ataques às universidades

Por Ana Luíza Matos de Oliveira, no site da Fundação Perseu Abramo:

O governo federal anunciou corte de verbas para universidades federais, em especial a Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal da Bahia (Ufba) e Universidade Federal Fluminense (UFF), sob a justificativa de que estas estariam promovendo "balbúrdia" ao invés de se preocupar com as atividades acadêmicas.

Fabricando desemprego, atraso e dependência

Por Artur Araújo, no site Outras Palavras:

É fato mais que comprovado que vêm da indústria a independência econômica estratégica, o avanço tecnológico e da ciência aplicada e os empregos de melhor remuneração, diretos e ao longo de uma extensa cadeia a montante e a jusante.

A opção suicida pela desindustrialização precoce – caminho que o Brasil vem trilhando desde a invasão rentista dos bárbaros de Collor – consome reservas cambiais; nos condena ao atraso produtivo; exige voracidade na extração de pedra e óleo cru, na engorda de bichos e no embarque de grãos in natura; desemprega e paga salários cada vez mais vis.

Império não desistirá na Venezuela

Charge: Tasos Anastasiou/Rebelión
Por Marcelo Zero, no blog Viomundo:

A segunda tentativa de golpe do moleque da CIA na Venezuela, Juán Guaidó, fracassou de forma monumental, para tristeza do moleque de Trump no Brasil e, sobretudo, para desconsolo da nossa imprensa conservadora, que torceu descaradamente pelo sucesso da empreitada ilegal, inconstitucional e criminosa.

Não há dúvida de que Maduro saiu fortalecido do episódio e de que Guaidó, peça patética e descartável na briga geopolítica que envolve a Venezuela, poderá ser substituído por outro títere um pouco menos ridículo.

É hora de parar Bolsonaro

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

O país ainda não se refez do trauma do impeachment de Dilma. O desmonte institucional, induzido por Aécio Neves e convalidado pelo Supremo Tribunal Federal, produziu um caos geral. Assim, há sempre o prurido de reincidir e banalizar o impeachment como saída para as crises institucionais.

Mas o caso Bolsonaro é diferente de tudo o que se viu no país antes e depois da democratização. O país está entregue a um celerado, com ligações diretas com as milícias do Rio de Janeiro, comandando um bando de alucinados que assumiram posição de destaque no Ministério e que tem como único objetivo a destruição de todo sistema formal construído ao longo da história.

Cadê os empregos da 'reforma' trabalhista?

Por Daniel Almeida, no Blog do Renato:

Faz dois anos que o Plenário da Câmara dos Deputados aprovou a Reforma Trabalhista, mudando mais de 100 artigos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). E onde estão os empregos que supostamente seriam gerados em menos de um ano da vigência da nova lei?

Fica cada vez mais claro o que a Bancada do PCdoB no Congresso já denunciava na época da aprovação da Lei 13.467/17. O discurso do governo Michel Temer, efetivamente, era mentiroso ao sustentar que a proposta iria modernizar as relações trabalhistas, gerar empregos e garantir o crescimento da economia.

Blackwater recruta mercenários contra Maduro

Do blog Nocaute:

De acordo com a agência Reuters, Erik Prince, fundador da empresa de mercenários Blackwater, apresentou um plano para derrubar o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, utilizando uma força de 5 mil paramilitares postos à disposição do líder golpista Juan Guaidó.

O fundador do grupo paramilitar Blackwater, Erik Prince, quer enviar cinco mil homens à Venezuela a fim de ajudar o líder golpista, Juan Guaidó, a tomar o poder, informou a agência Reuters News em uma reportagem exclusiva veiculada nesta quarta-feira.

Financiamento da educação: o que vem por aí?

Charge: Bruno Aziz
Por Christian Lindberg, no site da Fundação Maurício Grabois:

Os últimos dias não estão sendo fáceis para a universidade pública em nosso país. Já não bastasse a campanha histórica de que ela abriga somente os filhos dos ricos e de que o conhecimento produzido nela não impacta na vida das pessoas, agora ela é acusada de ser um reduto de militantes esquerdistas e dominada por um suposto marxismo cultural.

Esta campanha contra a universidade pública encontra respaldo nas constantes falas do presidente Jair Bolsonaro, do atual ministro da Educação, Abraham Weintraub, e nas ações tomadas pelo Ministério da Economia, a exemplo do contingenciamento de 5,8 bilhões de reais anunciado recentemente, que implicou no corte linear de 30% do orçamento das universidades federais.

A vida está difícil. Lide com isso

Por Fernando Nogueira da Costa, no site Brasil Debate:

Reuni resumos da literatura recente de não-ficção, postadas no meu blog Cidadania & Cultura, em um livro eletrônico para download gratuito: Fernando Nogueira da Costa – A Vida está Difícil. Lide com Isso. São narrativas da crise mundial na atual transição histórica.

Li e resumi 43 livros de autores estrangeiros, em geral publicados nos últimos anos, exceto os de Metodologia. Apresento as narrativas na ordem clássica da “jornada do herói” (era uma vez – todos os dias – até que em um dia – por causa disso – finalmente) as explicações sobre crise financeira, metodologia econômica, transição histórica devido à revolução tecnológica, consequências políticas vivenciadas e propostas políticas para evitar a atual polarização destrutiva.

Ataque à participação popular é retrocesso

Por Raimundo Bonfim. na Rede Brasil Atual:

Em mais uma medida autoritária, o governo Bolsonaro deu um duro golpe na democracia direta, propondo o fim dos espaços de participação popular. Já durante a campanha eleitoral, o capitão reformado afirmou que iria acabar com o ativismo social, passando a ideia que a participação das pessoas na vida política do país é algo negativo. Quando na verdade é exatamente ao contrário.

No momento em que finalizo esse texto recebo a notícia que o ministro Marco Aurélio de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu pedido de liminar impetrado pelo PT questionando a constitucionalidade do decreto. Agora, essa decisão será submetida ao plenário da Corte. Ou seja, a batalha não está ganha.

Trabalhadores se unem contra a catástrofe

Editorial do site Vermelho:

O cenário de calamidades que emergiu com a guinada do Brasil à extrema direita, um processo iniciado com a homogeneidade das forças do golpismo em torno da ideia do impeachment fraudulento da ex-presidenta Dilma Rousseff, impulsionou as entidades sindicais à unidade do 1º de maio, um fenômeno da mais alta relevância. Essa unidade foi além com as articulações para uma greve geral em 14 de junho para enfrentar a “reforma” da Previdência Social e o crescimento vertiginoso do desemprego.

quarta-feira, 1 de maio de 2019

Seria Mourão o maior erro de Bolsonaro?

Por Maurício Dias, na revista CartaCapital:

Talvez o capitão de reserva Jair Bolsonaro tenha cometido o maior erro da sua vida política ao convidar o general de reserva Hamilton Mourão para compor a parceria na eleição presidencial de 2018. Bolsonaro ganhou e levou com ele, naturalmente, o vice-presidente.

Cedo, cedo, a relação entre Bolsonaro e Mourão azedou. O vice desandou a falar e surpreendeu não só o eleitorado. Na viagem a Israel já como presidente, Bolsonaro anunciou que levaria a embaixada brasileira de Tel-Aviv para Jerusalém. Mourão, de Brasília, rebateu: “Eu não faria isto”.

A derrota moral de Guaidó, Bolsonaro e Trump

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

É possível que o fiasco inesquecível de Juan Guaidó, 30 de abril, venha a ser lembrado como uma reprise da invasão da Baia dos Porcos, em 1961. 

Não custa lembrar: há 58 anos, a CIA organizou um grupo de adversários de Fidel Castro para invadir Cuba na esperança de produzir um levante popular capaz de derrubar um regime recém-instaurado.

Foram derrotados em 72 horas.

Num comportamento particularmente notável quando se considera o grau de sofrimento imposto aos venezuelanos pelos embargos orientados por Washington, a indiferença da população aos apelos de lideranças que imaginavam que bastaria acender uma faísca no palheiro para incendiar o país mostra um dado essencial.

Bolsonaro viola regra para condecorar Olavo

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Jair Bolsonaro assinou decreto concedendo a Grã-Cruz da Ordem de Rio Branco ao astrólogo Olavo de Carvalho.

Embora esperado, já que se trata do patrono da indicação de Ernesto Araújo para o Itamarati, é uma, perdão, esculhambação com a honraria dada a quem se destaca pelos serviços prestados ao país.

O artigo 9°, item B, do regulamento da Ordem diz que só poderão recebê-la, neste grau, “Presidente da República, Vice-Presidente da República, Presidente da Câmara dos Deputados, Presidente do Senado Federal, Presidente do Supremo Tribunal Federal, Ministros de Estado, Governadores dos Estados da União e do Distrito Federal, Almirantes, Marechais, Marechais-do-Ar, Almirantes-de-Esquadra, Generais-de-Exército, Tenentes-Brigadeiros, Embaixadores estrangeiros e outras personalidades de hierarquia equivalente. ”

Bolsonaro pensa que está abafando

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Chegou a hora de o Brasil refletir sobre a sanidade mental do indivíduo que obteve mandato popular para gerir o Estado brasileiro durante este ano e os próximos três. Em nível internacional, Bolsonaro não passa de um Trump sem poder. Ou seja: é um nada que se acha o máximo mesmo sem ter poder para se fazer aturar. Porém, não é assustador ele não enxergar isso?

O nível de desmoralização de Bolsonaro é impressionante. E tanto ele quanto o seu séquito de fanáticos – que vai ficando cada vez menor – não enxergam nada.

Senado oculta salário do primo de Carluxo

Carluxo e seu primo Leo. Foto: reprodução redes sociais
Do blog Socialista Morena:

O Portal de Transparência do Senado, que desde 2012 divulga nominalmente a remuneração dos assessores parlamentares, está ocultando as informações respectivas a Leonardo Rodrigues de Jesus, o Leo Índio, primo de Carlos Bolsonaro, o Carluxo (é o próprio Leo quem trata o primo pelo apelido). Quem clica no nome dele na página do senador Chico Rodrigues (DEM-RR) é encaminhado a uma página de erro: “esta página está fora do ar”. É o único entre os 14 funcionários comissionados do gabinete para quem a remuneração não se encontra disponível.