terça-feira, 30 de agosto de 2016

Temer beneficia Globo, Folha e Estadão

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Já que o Governo Temer se mostrou tão zeloso em cortar a publicidade dos blogs e sites progressistas – e não deste aqui, que jamais recebeu um tostão – vou dar minha cota de colaboração para que todos vejam que, quando é para dar publicidade a grande mídia vale tudo, até transformar jornais cariocas e paulistas em gaúchos e usar para isso matéria legal, publicada por determinação judicial.

Defesa histórica inspira a resistência

Por Renato Rovai, em seu blog:

A presidenta Dilma começou a falar no Senado às 9h53 e terminou às 23h47. Quase 14h de uma defesa memorável que vai se tornar uma peça de estudos por muitos e muitos anos.

Uma defesa que já seria histórica se fosse algo mais ou menos razoável, mas não foi só. Foi um show. Um show de coragem, de dignidade e de respeito à biografia e à democracia.

Não é pouco ter dignidade para defender a biografia. No universo da política as pessoas trocam suas biografias por qualquer trocado.

A aula de democracia da presidenta Dilma

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Apesar das negativas dos golpistas de que estão fazendo o que todos veem, a quantidade de pessoas, instituições e até de nações que enxergam que está ocorrendo um golpe de Estado no Brasil desqualifica as tentativas vis, imorais, inaceitáveis de tratar esses questionamentos com desdém.

As multidões que tomaram as ruas e a internet para protestar contra a derrubada da presidente chegam a dezenas de milhares, as figuras públicas que manifestaram repúdio ao processo farsesco mal chamado de “impeachment” são prêmios Nobel, intelectuais, artistas, chefes de governo, líderes religiosos e tantos e tão importantes cidadãos “comuns”, os órgãos de imprensa que opinam que esse processo é viciado são veículos como o francês Le Monde, o inglês The Guardian, o norte-americano The New York Times, o alemão Deutche Welle…

"Temer é coadjuvante, o líder é Cunha"

http://pataxocartoons.blogspot.com.br/
Por Rodrigo Martins, na revista CartaCapital:

Afastada do poder há mais de cem dias, Dilma Rousseff estava em sua 12ª hora de depoimento no Senado quando Cristovam Buarque assumiu o microfone do plenário para interpelá-la. Decidido a abraçar de vez a aventura do impeachment sem crime de responsabilidade, após meses “indeciso”, o parlamentar ignorou o esgarçado pretexto das pedaladas fiscais e a questionou sobre a escolha do peemedebista Michel Temer como seu vice. “O que ele teve de tão bom que quatro anos depois a senhora repetiu o nome dele como seu companheiro de chapa?"

A consciência tranquila de Dilma

http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/
Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

Com o discurso coerente e a postura mais uma vez altiva, serena e digna diante dos algozes, a presidenta Dilma Rousseff assegura o lugar no panteão das vítimas históricas da injustiça. Caso este golpe se concretize, como tudo indica que irá, Dilma estará ao lado de João Goulart, Salvador Allende, Joana d’Arc, Sacco & Vanzetti e tantos outros grandes homens e mulheres imolados pelas forças reacionárias “em nome do povo”. Como neles, a palavra “honra” cabe como uma luva à biografia de Dilma. Em companhia oposta, na dos covardes e dos traidores, estarão os que a condenaram –e isto inclui os lamentáveis meios de comunicação que dominam nosso país.

Golpe fede mais do que banheiro químico

Por Bepe Damasco, em seu blog:

A "semana da vergonha", como bem a definiu o ex-presidente Lula, começou com a frase histórica da senadora Gleisi Hoffmann, que esfregou na cara dos corruptos do Senado, que querem roubar 54 milhões de votos dos brasileiros, uma verdade corrosiva : "vocês não têm moral para julgar a presidenta Dilma."

Na sequência, um exemplo acabado de moralista sem moral, o presidente do Senado, Renan Calheiros, entrou em cena para pedir moderação, mas acabou se despindo da fantasia da sobriedade ao lançar mão de mentiras e baixarias contra a senadora Gleisi e os adversários do golpe na Casa. Para ele, os senadores da oposição devem ter um comportamento bovino diante do estupro da Constituição.

Dilma sacudiu as consciências

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

É possível que Dilma não tenha virado votos com seu comparecimento ao Senado mas é certo que mexeu com algumas consciências no plenário e com a vastidão do imaginário popular em relação ao processo. O discurso, a firmeza, a disposição para o debate, o preparo intelectual, tudo somou para fazer de sua apresentação um ato de estadista, ainda que seja o último como presidente da República. 

A inarredável caracterização do impeachment como golpe parlamentar, sintonizado com a nova realidade da América Latina, que não comporta mais as velhas quarteladas, pode não ter mudado a correlação de forças, mas semeou desconforto entre seus algozes. Eles sabem que, mesmo ganhando a guerra para tirá-la do cargo, perderam a disputa pela narrativa desta tragédia grega. 

Cunha manda no covil golpista de Temer

Por Altamiro Borges

Bem que a mídia golpista e o seu dispositivo partidário gostariam de esconder o nome do correntista suíço Eduardo Cunha na sessão do Senado desta segunda-feira. Afinal, ele chefiou a “assembleia de bandidos” que deflagrou o processo de impeachment. Após realizar o trabalho sujo, ele foi afastado da presidência da Câmara, mas segue em atividade tentando salvar o seu mandato – contando com o apoio nada discreto de Michel Temer, que morre de medo da sua “delação premiada”. O esforço para esconder o bandido, porém, esbarrou na determinação de Dilma Rousseff de cutucar a ferida. Respondendo a vários senadores, ela fez questão de citar o nome do líder do “golpe dos corruptos”.

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Discurso de Dilma repercute no mundo

Por Altamiro Borges

Os golpistas fizeram de tudo para evitar a presença de Dilma Rousseff diante do tribunal de exceção do Senado na manhã desta segunda-feira (29). Espalharam boatos e estimularam a cizânia. Temiam a repercussão do seu pronunciamento - no Brasil e no mundo. A pressão dos covardes, porém, não deu resultado. "Coração valente", a presidenta foi ao plenário - acompanhada de artistas, intelectuais e de lideranças políticas e sociais - e fez um discurso altivo e contundente. Durante horas, Dilma também aguentou as provocações dos falsos moralistas, respondendo com firmeza aos algozes. O efeito foi imediato. Nas redes sociais, a hashtag #Pelademocracia foi a mais acessada no twitter mundial. Na imprensa internacional, o histórico discurso teve ampla repercussão.

Aécio: "o primeiro a ser comido" no Senado

Por Altamiro Borges

Em seu histórico discurso no Senado na manhã desta segunda-feira (29), a presidenta Dilma mandou um recado direto para o cambaleante Aécio Neves, presidente do PSDB. "Desde a proclamação dos resultados eleitorais, os partidos que apoiavam o candidato derrotado nas eleições fizeram de tudo para impedir a minha posse e a estabilidade do meu governo. Disseram que as eleições haviam sido fraudadas, pediram auditoria nas urnas, impugnaram minhas contas eleitorais, e após a minha posse, buscaram de forma desmedida quaisquer fatos que pudessem justificar retoricamente um processo de impeachment. Como é próprio das elites conservadoras e autoritárias, não viam na vontade do povo o elemento legitimador de um governo. Queriam o poder a qualquer preço".

A grande imprensa e o governo do golpe

Por Paulo Kliass, na revista Caros Amigos:

Um dos aspectos mais importantes que devem ser creditados ao sucesso da “operação golpeachment” refere-se ao papel exercido pelos grandes meios de comunicação ao longo de todo o processo. A participação da grande imprensa foi essencial para ajudar no estabelecimento de uma leitura hegemônica a respeito da inevitabilidade do afastamento da Presidenta.

Muito já foi pesquisado e escrito a respeito das relações incestuosas da tríade estabelecida entre “mídia, poder e dinheiro”. O caso brasileiro ocorrido entre 2014 e 2016 vai se transformar certamente em objeto de um sem-número de dissertações, teses, livros e filmes. A vitória de Dilma em sua campanha pela reeleição só foi possível graças à intensa mobilização popular que se verificou entre o primeiro e o segundo turnos durante o mês de outubro de 2014. A partir dali tem início uma ampla articulação conservadora visando impedir que Rousseff conseguisse chegar ao final de seu segundo mandato.

O contundente discurso de Dilma

Foto: Jonas Pereira/Agência Senado
Por Eduardo Maretti, na Rede Brasil Atual:

Diferentemente do senador Álvaro Dias (PV-PR), que, em entrevista, afirmou que o discurso de Dilma Rousseff no Senado foi “bom em retórica”, analistas ouvidos pela RBA consideraram o pronunciamento na manhã de hoje politicamente eficiente. “Eu temia que ela fosse para argumentos muito técnicos, mas ela deu um tom político claro à fala. Deu a base da estrutura do processo de impeachment e marcou uma posição importante. Não foi tímido, foi um discurso quente, que se posicionou, teve lado, e não tentou ir para uma linha tecnicista”, diz o cientista político Vitor Marchetti, da Universidade Federal do ABC (UFABC).

Dilma usa as vestes da democracia

Por Hildegard Angel, em seu blog:

Enquanto se desenvolve a sessão da defesa da presidenta Dilma, vai se consolidando a convicção de que não é Dilma Rousseff que está no banco dos réus, é a nossa Democracia, é um projeto que ousou contemplar o Brasil como um todo, contemplar o povo brasileiro, a nossa soberania.

E isso cada vez mais, na medida em que vemos se apresentarem senadores com textos decorados, discursos trazidos de casa na pontinha da língua, como se estivessem blindados a qualquer argumentação, surdos e cegos às verdades que lhes são hoje ditas, arraigados aos objetivos fisiológicos que os levam, com sede ao pote, a pretender um golpe, que podará todos os direitos às minorias, às mulheres, aos trabalhadores, com a precarização das leis trabalhistas, a “flexibilização” da CLT e, com isso, de todos os direitos trabalhistas, o congelamento de despesas com saúde e educação por 20 anos, a desvinculação das pensões e aposentadorias ao salário mínimo, relegando nossos idosos e deficientes à absoluta miséria, privatizando todas as nossas riquezas, sem para isso tenha havido aprovação popular…

Dez sugestões aos cínicos golpistas

Por Gilson Caroni Filho, no Jornal GGN:

1. Votei em Dilma e voltaria a fazê-lo se os seus oponentes fossem os mesmos.

2. Não me agradou o fato de ela ter adotado a agenda neoliberal, mas isso não justifica impeachment. Afastar uma presidente, eleita legitimamente, sem provas concretas de sua culpabilidade, é golpe. Não sejam cínicos.

3. A situação econômica do país não é justificativa para remoção de uma mulher que pode ter mil defeitos, mas é honesta. Lembrem-se que foi o esgotamento da política neoliberal de FHC que levou Lula a assumir a presidência da República, em eleições limpas, no já distante ano de 2002. Se estavam descontentes com o governo atual que esperassem 2018. Não sejam cínicos.

Aécio Neves, "o candidato derrotado"

http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/
Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Uma das melhores cenas da sessão da manhã do Senado foi quando Dilma citou o “candidato derrotado”. Dilma sublinhou o adjetivo “derrotado”.

Sem que nada houvesse sido obviamente combinado, a câmara da TV Senado se fixou em Aécio. E os memes se multiplicaram pelas redes sociais.

É assim que Aécio, o Abominável Aécio das Neves, vai passar para a história. Como o candidato conservador que ao ser batido nas urnas iniciou o processo de golpe que tragicamente vai chegando ao fim.

Um discurso para a História

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Por Breno Altman, em seu blog:

A presidente Dilma Rousseff não falou apenas como uma governante ameaçada por um golpe de Estado, mas como combatente pela democracia e pela justiça.

Seu discurso foi limpido e emocionante. Acusou seus acusadores. Desmascarou seus interesses. Expôs suas manobras e falsidades. Apontou o caráter de classe do golpismo.

Declarou sua inocência com altivez e dignidade. Portou-se, perante as ratazanas do Senado, com a mesma firmeza de mirada com a qual, há mais de quarenta anos, enfrentou seus algozes em um tribunal militar.

Na farsa do Senado, só falta o Cunha

Por Jeferson Miola

A imprensa internacional exprime com absoluta precisão a verdade que a Globo e a imprensa golpista do Brasil escondem.

No mundo inteiro o impeachment é divulgado pelo que é: um golpe de Estado, um atentado à democracia e à Constituição; uma farsa montada por políticos corruptos para derrubar uma Presidente inocente.

O francês Le Monde avalia em editorial que “se esse não é um golpe de Estado, é no mínimo uma farsa”. Para o inglês The Guardian, “o impeachment de Dilma é tragédia e escândalo”. O argentino Página12, por exemplo, lançou o livro “Golpe no Brasil – genealogia de uma farsa”. O New York Times alerta que estão “tentando tirar a líder do Brasil, mas enfrentam acusações contra si mesmos”.

Duvivier e o poema do "Fora Temer"



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Poemas inéditos de Temer revelam novas facetas do interino

Gregorio Duvivier - Folha de S.Paulo, 29 de agosto

POÉTICA

Chamar-me-ão de vampiro
De golpista ou morto-vivo
Chamar-me-ão de mordomo
Ou de vice decorativo
Alguns me chamam de Drácula
Outros usam Nosferatu
Alçaram-me à presidência
Pra acabar com a Lava Jato
Confessar-vos-ei meu nome
Antes que eu me vá embora
Meu segundo nome é Temer
Meu primeiro nome é Fora

O discurso histórico de Dilma no Senado

Foto: Jornalistas Livres
Por Altamiro Borges

Sem se intimidar diante dos seus algozes - com a mesma altivez que enfrentou os generais no tribunal de exceção da ditadura militar -, a presidenta Dilma Rousseff apresentou a sua defesa na sessão do Senado desta segunda-feira (29). "Coração valente", ela encarou os senadores: "Diante das acusações que contra mim são dirigidas, não posso deixar de sentir novamente o gosto amargo da injustiça e do arbítrio. Mas como no passado, resisto. Não esperem de mim o obsequioso silêncio dos covardes". Ao falar sobre o êxito das Olimpíadas no Brasil, ela chorou. Dilma também criticou o papel nefasto da mídia no golpe. Vale conferir a íntegra do seu discurso, que entrará para a história:

Chico Buarque e o manifesto dos artistas

Guilherme Boulos, do MTST, Chico Buarque, Lula e João Paulo, do MST
Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula
Por Altamiro Borges

Antes de se dirigir ao "tribunal de exceção" do Senado na manhã desta fatídica segunda-feira (29), a presidenta Dilma se encontrou com Chico Buarque no Palácio da Alvorada. Segundo postagem da sua assessoria nas redes sociais, "o cantor e compositor veio prestar seu apoio à presidenta Dilma. Ele acompanhará o depoimento dela ao Senado. Conversaram, no Alvorada, sobre a canção 'Apesar de você', que marcou a juventude da presidenta, durante a ditadura". Vários outros artistas, intelectuais, parlamentares, ministros e lideranças dos movimentos sociais foram convidados para ouvir o discurso de defesa da governante contra o "golpe dos corruptos" no plenário do Senado.