quarta-feira, 10 de maio de 2017
Moro vazou informações para a Globo?
Curitiba, 10/5/17. Foto: Mídia Ninja |
Vários internautas ficaram revoltados com a cobertura da GloboNews do depoimento desta quarta-feira (10) do ex-presidente Lula ao "justiceiro" Sergio Moro, em Curitiba. A emissora por assinatura, que pertence à famiglia Marinho, deu detalhes da audiência, sempre tentando satanizar o líder petista. O motivo da indignação é que o próprio "juiz" - se o algoz ainda merece este título - proibiu qualquer imagem da sessão. À defesa do ex-presidente foi negado o pedido para gravar o depoimento. Sergio Moro também ordenou que os celulares fossem retidos e só permitiu o acesso ao local de promotores e advogados. Diante de tanta cautela, como os repórteres da Globo tiveram acesso aos detalhes sobre o depoimento? O falso juiz, com sua obsessão doentia contra Lula, vazou as informações?
O mico do ato de apoio a Moro em Curitiba
Por Altamiro Borges
As revistas golpistas – em especial, a ‘Veja’ e a ‘IstoÉ’ – divulgaram que Curitiba seria palco de enormes atos favoráveis e contrários à Operação Lava-Jato. Elas confessaram que os manifestantes acompanhariam a “guerra” entre o ex-presidente Lula e o “justiceiro” Sergio Moro – sem a presença de um juiz ou de qualquer Justiça. A informação, porém, foi apenas uma meia verdade. É certo que milhares de pessoas de todo o país viajaram por longas horas à capital paranaense para defender o líder petista. Já os “coxinhas” favoráveis à midiática Lava-Jato não compareceram, conforme relato do repórter Vinicius Boreki, postado no UOL nesta quarta-feira (10). O mico foi vergonhoso.
As revistas golpistas – em especial, a ‘Veja’ e a ‘IstoÉ’ – divulgaram que Curitiba seria palco de enormes atos favoráveis e contrários à Operação Lava-Jato. Elas confessaram que os manifestantes acompanhariam a “guerra” entre o ex-presidente Lula e o “justiceiro” Sergio Moro – sem a presença de um juiz ou de qualquer Justiça. A informação, porém, foi apenas uma meia verdade. É certo que milhares de pessoas de todo o país viajaram por longas horas à capital paranaense para defender o líder petista. Já os “coxinhas” favoráveis à midiática Lava-Jato não compareceram, conforme relato do repórter Vinicius Boreki, postado no UOL nesta quarta-feira (10). O mico foi vergonhoso.
Curitiba, a capital do estado de exceção
Curitiba, 10/5/17. Foto: Mídia Ninja |
Hoje, num desdobramento típico do nosso realismo fantástico, o futuro da democracia brasileira será decidido em Curitiba. O palco está armado – até os dentes, segundo vídeos que documentaram ontem as movimentações da tropa de choque da PM na capital paranaense. Assim Lula e as centenas de movimentos sociais que se organizaram para manifestar o seu apoio ao ex-Presidente serão recebidos.
Na madrugada de hoje, foram filmados morteiros sendo jogados no acampamento do MST, perto do centro da cidade. Helicópteros, “caveirões”, proibição de circulação nos arredores da Justiça Federal, o clima de estado de sítio foi cuidadosamente preparado pelas autoridades.
Moro colocou o povo no banco dos réus
Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:
Hoje, um burguês ignorante das agruras de ser brasileiro imaginará interrogar apenas um homem, mas estará interrogando milhões. Assim será por falta de inteligência para entender que, quando Lula estiver sentado no banco dos réus, estará personificando todo esse povo humilde cotidianamente humilhado por gente como o juiz Sergio Moro.
De um lado, Lula e seu vernáculo coloquial; de outro, o empertigado janota, herói das madames e dos doutores que desprezam o papel do Estado por não precisarem de seus serviços, mas que estarão sempre prontos a servirem-se do Erário.
Hoje, um burguês ignorante das agruras de ser brasileiro imaginará interrogar apenas um homem, mas estará interrogando milhões. Assim será por falta de inteligência para entender que, quando Lula estiver sentado no banco dos réus, estará personificando todo esse povo humilde cotidianamente humilhado por gente como o juiz Sergio Moro.
De um lado, Lula e seu vernáculo coloquial; de outro, o empertigado janota, herói das madames e dos doutores que desprezam o papel do Estado por não precisarem de seus serviços, mas que estarão sempre prontos a servirem-se do Erário.
Página do Facebook incita a violência
Por Rafael Tatemoto, no jornal Brasil de Fato:
Uma página não oficial de Facebook postou mensagens incitando a repressão a militantes sociais que se reúnem em Curitiba (PR) em apoio ao ex-presidente do República Luiz Inácio Lula da Silva, que irá prestar depoimento ao juiz federal de primeira instância Sérgio Moro.
Uma página não oficial de Facebook postou mensagens incitando a repressão a militantes sociais que se reúnem em Curitiba (PR) em apoio ao ex-presidente do República Luiz Inácio Lula da Silva, que irá prestar depoimento ao juiz federal de primeira instância Sérgio Moro.
Diversas organizações e movimentos populares se encontram na cidade para acompanhar a Jornada de Lutas pela Democracia nos dias 9 e 10 de maio.
Batizada como "Polícia do Paraná", a página não-oficial veiculou dois vídeos em que integrantes da Tropa de Choque e do Batalhão de Operações Especiais marchando e com legendas afirmando se tratar da “recepção de boas vindas [sic] ao pessoal da CUT [ Central Única dos Trabalhadores] e do MST [Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra].
Criticado por aliados, Moro tenta sobreviver
Curitiba, 10/5/17. Foto: Mídia Ninja |
Embora Sergio Moro tente, cinicamente, banalizar o depoimento de Lula, ele é um divisor de águas para a democracia brasileira.
De imediato, há um componente absurdo e autoritário no processo, mas emblemático do momento que vivemos: o juiz aparece como contendor, não no papel que deveria ter num estado de direito.
Acusado em cinco processos distintos de receber propina e outras vantagens indevidas de construtoras, Lula chega para um encontro com o principal agente de seu massacre diuturno, um soldado aplicado das mesmas forças que deram o golpe.
De imediato, há um componente absurdo e autoritário no processo, mas emblemático do momento que vivemos: o juiz aparece como contendor, não no papel que deveria ter num estado de direito.
Acusado em cinco processos distintos de receber propina e outras vantagens indevidas de construtoras, Lula chega para um encontro com o principal agente de seu massacre diuturno, um soldado aplicado das mesmas forças que deram o golpe.
Curitiba, 10 de maio: Pela democracia!
Curitiba, 10/5/17. Foto: Mídia Ninja |
O mais recente desdobramento da luta pela democracia ocorre nesta quarta-feira (10), em Curitiba.
Está marcado para esse dia o depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao juiz Sérgio Moro.
Há um enorme falatório na mídia a respeito, alimentado por seletivos vazamentos de informações do processo, obtidas principalmente através de delações premiadas.
O que todos os democratas e pessoas preocupadas com o Estado Democrático de Direito precisam discernir, em meio a toda essa propaganda feita pelos golpistas, é que o que está em jogo são as liberdades conquistadas com muito custo.
Os tucanos criaram o monstro fascista
Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:
Há gente surpresa com o fato de porta-vozes notórios da direita estarem alarmados e críticos ao papel que Moro e o Ministério Público assumiram.
É algo sobre o que há tempos se vem alertando: formou-se, dentro das instituições, um partido político informal e autoritário, que ganhou vida própria e tem apetites imensos de poder.
O amigo Rodrigo Vianna, em texto publicado em seu Escrevinhador, organiza muito bem este raciocínio e vale a transcrição de um trecho:
A imprensa brasileira e o controle social
Por Luiz Gonzaga Belluzzo, na revista CartaCapital:
O Big Brother global não cobriu, mas encobriu, por todos os meios e modos, a greve geral do dia 28 de abril. Durante a programação noticiosa, o telespectador ficou à mercê do excesso de gesticulações de âncoras e que tais, contorcionismos que denunciavam o mal-estar com a negação dos fatos que ocupavam e desocupavam as ruas. Não raro, os diálogos entre apresentadores e repórteres se encerravam com ataques ao vernáculo: “Brigado”.
A propósito da imprensa e de suas liberdades, julguei oportuno reproduzir nesta coluna o relatório final da Comissão sobre a Liberdade de Imprensa, nomeada em 1947 pelo Congresso dos Estados Unidos. Considero o texto um exemplo de equilíbrio e acuidade no tratamento do tema “liberdade de imprensa”.
O Big Brother global não cobriu, mas encobriu, por todos os meios e modos, a greve geral do dia 28 de abril. Durante a programação noticiosa, o telespectador ficou à mercê do excesso de gesticulações de âncoras e que tais, contorcionismos que denunciavam o mal-estar com a negação dos fatos que ocupavam e desocupavam as ruas. Não raro, os diálogos entre apresentadores e repórteres se encerravam com ataques ao vernáculo: “Brigado”.
A propósito da imprensa e de suas liberdades, julguei oportuno reproduzir nesta coluna o relatório final da Comissão sobre a Liberdade de Imprensa, nomeada em 1947 pelo Congresso dos Estados Unidos. Considero o texto um exemplo de equilíbrio e acuidade no tratamento do tema “liberdade de imprensa”.
Fascistas disparam morteiros em Curitiba
Morteiros contra a democracia
Por Adolfo Varzea e Fernando Santo, no site Jornalistas Livres:
Um grupo de provocadores atacou no início da madrugada o acampamento dos sem-terra em Curitiba. Uma chuva de morteiros atingiu barracas e feriu pelo menos um acampado da Ocupação Dom Tomaz Balduino, que sofreu queimaduras no braço, nas costas e ferimentos no ouvido.
Um grupo de provocadores atacou no início da madrugada o acampamento dos sem-terra em Curitiba. Uma chuva de morteiros atingiu barracas e feriu pelo menos um acampado da Ocupação Dom Tomaz Balduino, que sofreu queimaduras no braço, nas costas e ferimentos no ouvido.
Um Estado policial nasce em Curitiba
Aparato policial nos arredores do Tribunal de Justiça,
Curitiba, 10/5/17. Foto: Eduardo Figueiredo/Mídia Ninja
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Há algo de estranho quando um processo toma as feições de um embate entre o juiz e o réu. O juiz está acima das partes. São elas – acusação e defesa – que se confrontam. Por isso, imagina-se, juízes não têm torcida. Torce-se para um ou outro lado e, portanto, para que o juiz decida a favor de um ou outro lado. Mas torcida pelo juiz? Implausível.
Até em ditaduras, quando elas desejam manter um mínimo de fachada de respeito por procedimentos legais, é assim. Os processos de Moscou, aos quais os críticos da Operação Lava Jato por vezes a comparam, foram uma farsa. Mas suas estrelas não foram os juízes. A estrela foi Vichinsky, o promotor. Era ele, em consonância com a formalidade do processo, que apresentava a acusação e empunhava a espada da vingança. Os juízes, obedientemente, limitavam-se a condenar.
Ecos de Curitiba serão ouvidos no Judiciário
Lula em Curitiba, 10/5/17. Foto: Matheus Fraiha/Jornalistas Livres |
As manifestações desta quarta-feira, 10 de maio, em Curitiba, em apoio ao ex-presidente Lula contra a parcialidade do juiz Sérgio Moro, lançam uma pergunta às instâncias superiores do Judiciário: até quando vão se calar diante de uma situação que expõe a própria crença na Justiça, permitindo que Moro continue à frente do processo contra Lula depois de ter exposto tanto sua parcialidade? A pergunta do deputado deputado Paulo Teixeira (PT-SP) pode ter uma resposta do Superior Tribunal de Justiça, que no final do dia de ontem recebeu um pedido da defesa de Lula para que ele não seja julgado por Moro. Pedidos de suspeição semelhantes já foram negados pelo TRF-4. Depois do STJ, restará um apelo ao Supremo, que até aqui não se incomodou com os abusos contra Lula, embora tenha agora começado a enfrentar a Lava Jato no que diz respeito ao método das prisões preventivas prolongadas para a obtenção de delações premiadas.
terça-feira, 9 de maio de 2017
Câmara é sitiada na votação da Previdência
Congresso, 9/5/17. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil |
Tudo indica que o cenário de incertezas no Brasil parte para maiores definições nos próximos dias. Em Curitiba, o Partido da Lava-Jato, que teve papel decisivo na deposição de Dilma Rousseff, está desesperado para concluir sua obra, inviabilizando a potencial candidatura do ex-presidente Lula em 2918. Já em Brasília, o covil golpista de Michel Temer joga todas as suas fichas para aprovar as contrarreformas trabalhista e previdenciária. Do contrário, o próprio Judas pode ser descartado e traído pelas forças do capital que orquestraram e financiaram o golpe dos corruptos. A votação dos destaques da “reforma da Previdência” nesta terça-feira (9) indica que a tensão atingiu o seu ponto máximo. A Câmara Federal foi literalmente sitiada, com grades e forte aparato repressivo.
Ápice fascista: Moro vai prender Lula?
Por Altamiro Borges
O Partido da Lava-Jato, chefiado pelo "juiz" Sergio Moro e orientado pela Rede Globo, desembestou de vez. Na véspera do depoimento do ex-presidente Lula em Curitiba, nesta quarta-feira (10), a turma "infantil" do Ministério Público Federal decidiu jogar todas as suas fichas na radicalização política. A cavalgada fascista parece atingir seu ápice. Criticada em seus abusos autoritários até por figuras que antes estiveram juntas na conspiração golpista contra Dilma - como o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal -, o Partido da Lava-Jato descamba para o desespero e adota várias medidas truculentas. A escalada reforça o temor de que o "justiceiro" Sergio Moro tente dar o xeque-mate em breve, ordenando a prisão ilegal e arbitrária do carismático Lula - o que pode causar uma explosão de revolta no país. O último lance desta cruzada fascista foi a decisão de fechar o Instituto Lula.
O Partido da Lava-Jato, chefiado pelo "juiz" Sergio Moro e orientado pela Rede Globo, desembestou de vez. Na véspera do depoimento do ex-presidente Lula em Curitiba, nesta quarta-feira (10), a turma "infantil" do Ministério Público Federal decidiu jogar todas as suas fichas na radicalização política. A cavalgada fascista parece atingir seu ápice. Criticada em seus abusos autoritários até por figuras que antes estiveram juntas na conspiração golpista contra Dilma - como o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal -, o Partido da Lava-Jato descamba para o desespero e adota várias medidas truculentas. A escalada reforça o temor de que o "justiceiro" Sergio Moro tente dar o xeque-mate em breve, ordenando a prisão ilegal e arbitrária do carismático Lula - o que pode causar uma explosão de revolta no país. O último lance desta cruzada fascista foi a decisão de fechar o Instituto Lula.
Um AI-5 em câmera lenta ameaça o Brasil
A decisão do juiz de Brasília, que mandou fechar o Instituto Lula, mostra que o arbítrio avança rapidamente (clique aqui pra saber mais). A decisão vem às vésperas do depoimento de Lula em Curitiba, onde outras decisões de juízes de primeira instância já indicavam que estamos em pleno regime autoritário de corte jurídico-midiático: uma juíza (ligada aos fascistas do MBL) proibiu manifestações na capital do Paraná; outro (Moro) quer impedir Lula de gravar o depoimento, em clara afronta ao que diz o Código de Processo Civil.
A guerra entre as facções jurídicas do golpe
Por Jeferson Miola
Há uma guerra ruidosa e mal cheirosa instalada entre as facções jurídicas do golpe. Numa trincheira desta guerra está a força-tarefa da Lava Jato. Na outra trincheira está o pólo comandado pelo juiz tucano do STF Gilmar Mendes.
Nesta guerra, a Rede Globo está do lado da força-tarefa da Lava Jato, com quem forma a ditadura jurídico-midiática que manieta um cada vez mais cambaleante Michel Temer.
As escaramuças entre o pólo golpista comandado por Gilmar Mendes e a turma do Moro, Janot e Dallagnol se acentuaram precisamente no momento em que ficou impossível esconder a corrupção das lideranças do PSDB. Gilmar teve, então, de maneirar a artilharia anti-petista depois que FHC, Alckmin, Aécio, Serra e os esquemas industriais de corrupção do PSDB foram revelados pelos diretores da Odebrecht e de outras empreiteiras.
Há uma guerra ruidosa e mal cheirosa instalada entre as facções jurídicas do golpe. Numa trincheira desta guerra está a força-tarefa da Lava Jato. Na outra trincheira está o pólo comandado pelo juiz tucano do STF Gilmar Mendes.
Nesta guerra, a Rede Globo está do lado da força-tarefa da Lava Jato, com quem forma a ditadura jurídico-midiática que manieta um cada vez mais cambaleante Michel Temer.
As escaramuças entre o pólo golpista comandado por Gilmar Mendes e a turma do Moro, Janot e Dallagnol se acentuaram precisamente no momento em que ficou impossível esconder a corrupção das lideranças do PSDB. Gilmar teve, então, de maneirar a artilharia anti-petista depois que FHC, Alckmin, Aécio, Serra e os esquemas industriais de corrupção do PSDB foram revelados pelos diretores da Odebrecht e de outras empreiteiras.
Trabalhar seis horas, desejo impossível?
Por Esteban Mercatante, no site Outras Palavras:
Os avanços da robotização e da inteligência artificial, nos últimos anos, deram novo vigor à reflexão sobre o “fim do trabalho”. Quase toda semana surgem na mídia notícias sobre os milhões (ou mesmo dezenas de milhões) de empregos que desaparecerão nos pŕoximos anos como consequência desse avanço. Os fantasmas sobre o fim do trabalho vêm de antes – em 1995 saiu o livro de Jeremy Rifkin O fim do trabalho e já nos anos 80 o teórico crítico André Gorz apontou as mutações no mundo da produção que colocavam em crise o papel do trabalho. Mas agora, tornaram-se uma perspectiva mais próxima, ou ao menos assim parecia, dados os prognósticos mais alarmistas.
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