quinta-feira, 5 de julho de 2018

O petróleo e a geopolítica do golpe

Por Tatiana Carlotti, no site Carta Maior:

Os interesses geopolíticos em torno do pré-sal e o desmonte da política soberana da Petrobras foram analisados, por José Sérgio Gabrielli, ex-presidente da estatal, durante o ciclo de debates “Humanidade ou Barbárie”, promovido pelo ex-ministro Carlos Gabas (Previdência Social) na última terça-feira (26 de junho) no Sindicato dos Bancários, em São Paulo.

Economista e professor aposentado da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Gabrielli esteve à frente da Petrobras entre 2005 e 2012, período em que a estatal teve um papel estratégico na política de desenvolvimento nacional dos governos petistas, sobretudo a partir de 2007, quando da descoberta do pré-sal.

O Brasil que virá com as eleições

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

Na quase pausa para a Copa do Mundo, a pré-campanha presidencial esquenta hoje com a sabatina de seis presidenciáveis no Encontro Nacional da Indústria, megaevento empresarial organizado pela CNI.

Para os executivos presentes, tão importante quanto saber quem pode ganhar é antever o Brasil que será moldado pelas eleições.

Por isso foi grande o afluxo à palestra do diretor do Eurasia Group no Brasil, o cientista político Christopher Garman.

Seis meses de desemprego e desproteção

Por Orlando Silva

A reforma trabalhista completou 6 meses em maio. Os números do IBGE (PNAD-C) revelam um país com mais desemprego e mais informalidade. E ainda, os trabalhadores estão mais desprotegidos, perderam o acesso à justiça para reclamar os seus direitos e assistem ao desmonte das suas entidades sindicais.

O discurso para aprovação da reforma era diminuir os direitos do trabalhador para facilitar o emprego. O Congresso aprovou a reforma dos sonhos para a lucratividade das empresas. Para os trabalhadores, menos direitos; para as empresas o direito de sonegar à vontade os poucos direitos que restaram, seja pelas dificuldades criadas para o acesso à justiça seja pela desestruturação das entidades sindicais de representação dos trabalhadores.

'Globo se aliará a Bolsonaro se for preciso'

Por Vitor Nuzzi, na Rede Brasil Atual:

Crítico contumaz do sistema de comunicação no Brasil, em especial da principal emissora do país, um dos vários meios em que trabalhou, o jornalista Paulo Henrique Amorim diz que não fosse a TV Globo "o (Sérgio) Moro não existiria, não haveria golpe".

Em conversa promovida pelo ex-ministro Carlos Gabas, na noite de terça-feira (3), em Araçatuba (SP), ele afirma acreditar em união no campo progressista para derrotar os atuais detentores do poder. Mas identifica possibilidade de uma aliança no campo oposto, em torno do conservadorismo mais exacerbado.

Afilhado de Jefferson é afastado do covil

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

O inferno astral de Michel Temer não tem fundo.

O afastamento, por ordem do STF, do ministro do Trabalho, Helton Yomura, afilhado político de Roberto Jefferson reacende a história que ficou evidente com a nomeação viúva Porcina da filha do tragicômico “dono” do PTB, Cristiane Brasil, a que foi sem nunca ter sido.

Castigo bem merecido para alguém que, semana passada, louvava no Twitter o ministro Edson Fachin, autor da ordem de afastamento de Yomura, como “uma muralha contra os petês“.

Ditadura da toga avança na América Latina

Foto: Ricardo Stuckert
Do blog Nocaute:

O Tribunal Nacional de Justiça do Equador aprovou nesta terça-feira (3) o pedido da Procuradoria Geral do país para ordenar a extradição e prisão preventiva do ex-presidente Rafael Correa.

Correa, que vive na Bélgica, é acusado de ser o mentor do sequestro do ex-deputado Fernando Balda em 2012, na Colômbia.

O processo contra o ex-presidente do Equador é mais um controverso episódio do Judiciário contra figuras de esquerda da América Latina nos últimos 10 anos. Além da prisão do ex-presidente Lula em abril deste ano, golpes foram articulados para destituir os ex-presidentes de Honduras, Manuel Zelaya, em 2009, Fernando Lugo, do Paraguai, em 2012, e Dilma Rousseff, no Brasil, em 2016.

Audálio Dantas será tema de livro

Por Antonio Barbosa Filho

Nem superamos ainda o luto pessoal que sentimos pelo falecimento de Audálio Dantas, e já temos que nos voltar a preservação de sua memória, a difusão do seu exemplo, a didática do que pode ser um jornalista ético mesmo em tempos difíceis. Nisso não podemos nos omitir: lembrar os ícones de nossa profissão, de Barbosa Lima Sobrinho, a Alberto Dines, de Vladimir Herzog a Tim Lopes, entre tantos.

quarta-feira, 4 de julho de 2018

AI-5 da Globo impõe censura aos jornalistas

Por Altamiro Borges

Os jornalistas amestrados do Grupo Globo – um monopólio midiático que reúne TVs aberta e por assinatura, rádios, jornais, revistas e internet – sempre expressaram suas opiniões mais reacionárias, elitistas e golpistas pelas redes sociais. Nunca foram incomodados pela famiglia Marinho. Pelo contrário. Os serviçais, que chamam patrão de companheiro e são mais realistas do que o rei, eram incentivados e bajulados. Bastou, porém, o vazamento de uma conversa pelo WhatsApp de um jornalista mais crítico e independente para o império global baixar um comunicado censurando seus profissionais de forma draconiana, que relembra o período mais sombrio da ditadura militar, o do Ato Institucional número 5. Tanto que a norma está sendo chamada de “Lei Chico Pinheiro”.

Abril está falida. A Veja vai acabar?

Por Altamiro Borges

No meio jornalístico já é tida como certa uma nova onda de demissões – o famoso “passaralho” – na Editora Abril, que publica inúmeras revistas, entre elas a asquerosa Veja. O site Poder360, que tem sólidos vínculos com os barões da mídia, inclusive já postou que várias publicações serão extintas e que cerca de 300 funcionários serão defenestrados. A famiglia Civita, dona do império falido, ainda não confirmou os “rumores”, mas o clima já é de velório nas redações. O facão seria consequência da grave crise que afeta a editora. Somente no ano passado, ela teve prejuízo de R$ 331,6 milhões, uma queda de mais de 140% em comparação aos números negativos de 2016.

Ruralistas enfiam veneno na sua comida

Os verdadeiros banqueiros de Bolsonaro

Poder 360 e a 'fake news' de uma pesquisa

Por Renato Rovai, em seu blog:

Hoje, quarta-feira (4), o Poder 360 lança mais uma pesquisa pra fazer sua campanha de site que cobre política e vender um discurso à praça.

Antes de mais nada, permitam-me apresentar o Poder 360. É um veículo que não tem publicidade, mas que realiza encontros de representantes da Shell com a presidenta da STF, Carmem Lúcia. No encontro, a convidada garantiu que Lula não seria candidato.

A pesquisa de hoje, de ontem e de amanhã do Poder 360 não tem valor de face, como se diz no popular. Este blogueiro já disse isso no primeiro levantamento que veio a público.

Crise fiscal, desoneração e sonegação

Por Paulo Kliass, no site Vermelho:

A sensação de que estamos face a uma verdadeira ausência de governo tem aumentado ao longo dos últimos meses. Até mesmo as forças políticas que conspiraram abertamente pelo golpeachment reconhecem que o núcleo duro da equipe de Michel Temer não comanda mais nada. Aproximamo-nos a cada dia que passa de um perigoso vale-tudo e a senha preferida dos antigos aliados agora vai na base do cada um por si, salve-se quem puder. Aliás, foi exatamente esse o mote adotado pelo fisiologismo golpista, quando rasgaram a Constituição e jogaram no lixo o respeito aos padrões mínimos da ordem jurídica e democrática. Primeiro a gente tira a Dilma e depois...

Contribuição sindical: o capital ganhou!

Por Marcos Verlaine, no site do Diap:

O plenário do Supremo concluiu, nesta sexta-feira (29), o julgamento da ADI 5.794, que questionava o comando da Lei 13.467/17 determinando que a contribuição sindical seja facultativa. Foram 6 votos a 3. O resultado não deve nos causar surpresas. Embora tenhamos torcido muito para que fosse diferente. A vida é dura mesmo.

Isto porque, ultimamente, sempre que a Corte foi provocada a mediar embates e conflitos entre o capital e o trabalho prevaleceu o capital.

A 100 dias da eleição

Por Marcos Coimbra, na revista CartaCapital:

Estamos a apenas 100 dias da eleição, mas, para alguns, parece que ela só vai acontecer daqui a um ano. São os que continuam a imaginar mudanças radicais no quadro que as pesquisas mostram, apesar de a experiência ensinar serem elas improváveis.

Improvável, de fato, não é sinônimo de impossível e temos de admitir que alterações no quadro atual podem ocorrer. Mas também é fato que nenhuma eleição presidencial no Brasil moderno era completamente imprevisível à distância que estamos da próxima. Em todas elas as pesquisas de intenção de voto feitas em momento semelhante apontavam com clareza o fundamental.

Lula e o jornalismo rasteiro da TV Globo

Por Afrânio Silva Jardim, no blog Diário do Centro do Mundo:

Por mais absurdo que possa parecer, pela primeira vez, a TV Globo omitiu uma pesquisa do Ibope, divulgada sexta-feira, onde o ex-presidente Lula aparece disparado na frente dos demais candidatos na intenção de votos para presidência da República.

O Jornal Nacional e o Jornal Hoje se limitaram a veicular e comentar a pesquisa relativa ao presidente Temer e seu governo.

Esta omissão torna mais evidente e clara a parcialidade do Sistema Globo de Comunicação. Esta omissão desacredita ainda mais este hipócrita jornalismo.

Direita obriga brasileiro a comer veneno!


A direita brasileira, que vive enchendo a boca para falar das vantagens da “livre escolha” numa sociedade capitalista, está conseguindo aprovar no Legislativo projetos que tiram o poder de escolha do consumidor. Graças à direita no Congresso nacional, podemos perder o direito de saber se um alimento é transgênico, porque querem tirar o rótulo das embalagens; não teremos o direito de comer alimentos com menos agrotóxicos, porque querem liberar os pesticidas sem restrições; e agora querem nos impedir de comprar orgânicos onde quisermos. Esse é um caso típico de atentado ao direito do consumidor. Cadê o Procon?

Ventos da mudança: Viva o México!

Por Umberto Martins, no site da CTB:

O México proporcionou duas alegrais ao povo brasileiro na última segunda-feira (2). A derrota para a seleção canarinho, que garantiu nosso passaporte para as Quartas de Final em Moscou, e a eleição de Andrés Manoel Lópes Obrador para a Presidência da República, com 53% dos votos. Foi uma contundente derrota para o neoliberalismo e o imperialismo, num pleito marcado pela violência, com um saldo de 145 políticos assassinados durante a campanha.

Lava-Jato dilacera a racionalidade do STF

Por Marcelo Semer, no blog Viomundo:

A ministra Carmen Lúcia está a poucas semanas de encerrar seu mandato como presidente do Supremo Tribunal Federal e aparentemente não vai conseguir realizar o principal de seus intentos: evitar que a Corte se apequene.

Uma contribuição considerável a este fracasso se deu justamente pela adesão desenfreada em busca do prestígio popular a que parte do Judiciário se entregou sem perceber o seu potencial corrosivo.

A luta por engrandecer a Justiça, em resumo, se transformou em uma corrida do cachorro em busca do próprio rabo.

'Projetos nacionais' e suas condicionantes

Por Marco Aurélio Cabral Pinto, no site Brasil Debate:

O objetivo do presente artigo é reagir ao desafio proposto pelos professores R. Bielschowsky (CEPAL/UFRJ) e C. Medeiros (UFRJ), em recente encontro da Sociedade Brasileira de Economia Política (SEP), realizado na Universidade Federal Fluminense (UFF), em junho de 2018.

Em consenso, identificou-se o esforço de elaboração de “projetos nacionais” como insuficiente para a retomada do desenvolvimento na conjuntura. Torna-se necessário também conhecer as condições políticas para implementação.

O imperativo de síntese limita o presente trabalho a alguns poucos aspectos, no nível de complexidade compatível com a elaboração de políticas públicas.