quinta-feira, 7 de março de 2019

Bolsonaro resiste à chuveirada de urina

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

A simples possibilidade de que o porno-presidente Jair Bolsonaro venha a ser denunciado na Câmara por quebra de decoro em função da "goldenshower" é uma demonstração do grau de degradação de um governo empossado há apenas dois meses.

Essa situação é uma demonstração de fraqueza congênita.

Estimula terríveis presságios para os aliados de Bolsonaro e acende luzes de esperança nos círculos adversários.

É bom cultivar um pouco de cautela, contudo, e não desprezar o arsenal de recursos à disposição da articulação política que levou Bolsonaro ao Planalto.

As mulheres e a luta socialista

Por Augusto Buonicore, no site da Fundação Maurício Grabois:

I. Os liberais e a igualdade da mulher

Os direitos políticos das mulheres constituem, atualmente, uma condição para qualquer democracia moderna – burguesa ou socialista. Hoje nenhum país que recuse os direitos políticos e sociais às mulheres poderia ser considerado democrático. Mas, esta é uma situação relativamente nova – nascida no século XX – e conquistada depois de muitas lutas.

Bolsonaro e a suprema obscenidade

Por Marcelo Zero

Não sei o que é mais obsceno, se o vídeo postado pelo capitão ou a indignação tardia daqueles que o ajudaram a se eleger.

Esperavam outra coisa de uma abominação intelectual e moral?

Qualquer pessoa medianamente informada sabia, há muito tempo, que o capitão sempre foi isso.

Uma obscenidade política ambulante que, em mais de três décadas de vida pública, se dedicou a defender as piores e mais desavergonhadas barbaridades.

Afinal, o que é mais obsceno, o vídeo ou a defesa entusiasmada da tortura e de torturadores?

Bolsonaro "toca reunir" aos fanáticos

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Reportagem de Talita Fernandes, na Folha, aprofunda aquilo que mais cedo se disse aqui: o surto de agressividade de Jair Bolsonaro nas redes sociais pode ter relação com uma espécie de “tocar reunir” da parcela fanatizada que o apoiava inicialmente, na qual se detectou – não me perguntem com quais instrumentos – alguma deterioração depois de 65 dias de governo.

(…) a primeira identificação de dissidentes se deu em fevereiro, no processo de fritura pública do ex-ministro Gustavo Bebianno, demitido por Bolsonaro após ter sido chamado por ele pelo Twitter de mentiroso.


quarta-feira, 6 de março de 2019

Devaneios do ministro e demência da educação

Por Fred Melo Paiva, na revista CartaCapital:

Pense naquela sua tia que compartilha correntes no WhatsApp, envia mensagens de alerta sobre os novos tipos de golpes que bandidos estão a aplicar na praça e, abduzida por insuspeita militância, bombardeia sua caixa de entrada com abaixo-assinados em série. Imagine que essa sua tia, hoje uma aplicada combatente da mamadeira de piroca, decidiu enveredar-se na trilha do comentário político ao inaugurar um canal no YouTube, onde é possível acompanhar seu pensamento vivo. Vociferante e furibunda com os inimigos, amável com os amigos, foi catapultada ao sucesso como “influenciadora digital” da nova direita, espécie de Alexandre Frota dispensada do filme pornô, embora suas vergonhas estejam à vista do internauta que se animar a assisti-las. 

Sanders e Ocasio-Cortez: socialistas dos EUA?

Por Mehdi Hasan, no site The Intercept-Brasil:

Você sabe o que realmente me irrita na cobertura da mídia sobre a política americana e, principalmente, sobre o Partido Democrata?

Busque no Google as palavras “moderado” ou “centrista” e um pequeno grupo de nomes aparecerá instantaneamente: Michael Bloomberg, Amy Klobuchar, Joe Biden e, sim, Howard Schultz.

Bloomberg é considerado um “líder do pensamento centrista” (Vanity Fair). Klobuchar é a “pragmatista direta” (Time). Biden é o “o mais puro centrista” (CNN) e o “último grito de alegria para democratas moderados” (New York magazine). Schultz é talentoso com entrevistas de alto escalãopara assentar o seu tom de “centrista independente” aos eleitores.

Lula e a tragédia dos Lula da Silva

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

Imagine seu pai. Ele inventa se tornar sindicalista e presidente de sua entidade de classe. Ele inventa ser político. Ele inventa ser presidente do Brasil. Ele se torna o presidente mais popular da história. Ele é preso injustamente. Independentemente de como você aja ou faça, sua vida é um contínuo turbilhão, trazido por seu pai, seu querido pai. E tudo que ele fez de “errado” foi querer o melhor para o povo mais sofrido do país…

Governo Bolsonaro é uma pornochanchada

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

No boletim Focus divulgado hoje, a estimativa do mercado para o PIB de 2019 caiu para 2,3%. Economistas experientes, contudo, sabem que esses números são otimistas demais, e que se crescermos um pouco mais de 1% já será muito.

A OCDE reduziu sua estimativa de crescimento do PIB brasileiro este ano para 1,9%.

O tal mercado, entidade que significa, em verdade, a opinião de meia dúzia de operadores da bolsa e diretores de banco, tornou-se, no Brasil, mais um centro de difusão de irracionalidade.

Crianças e os banqueiros: em nome de Arthur

Por Tarso Genro, no site Sul-21:

Alguns nazistas até hoje negam os fornos de Auschwitz. Os experimentos “científicos” com seres humanos como cobaias e a criminalização e extinção em massa de toda uma comunidade cultural e étnica é suprimida da sua memória: negam a “solução” final e alegam que apenas combatiam em defesa da Alemanha, contra os banqueiros judeus, contra a “decadência europeia”, pelo fim da humilhação alemã ao fim da 1a. Guerra mundial. A negação do mundo real faz parte, tanto da construção do “mito” político moderno, como da sua negação quando a História volta o seu curso de civilidade mínima.

Um capitalismo de vigilância

Por Shoshana Zuboff, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

Aquele dia de julho de 2016 foi particularmente difícil para David. Ele passara longas horas ouvindo testemunhas de litígios relacionados a seguros em um tribunal empoeirado de Nova Jersey, onde, na véspera, uma queda de energia havia danificado o sistema de ar-condicionado. Finalmente em casa, imergiu no ar fresco como quem mergulha no mar. Pela primeira vez no dia, respirou fundo, pegou uma bebida e subiu para tomar um longo banho. A campainha tocou no exato momento em que a água começou a correr sobre seus músculos doloridos. Interrompendo o banho, vestiu uma camiseta e uma bermuda e desceu as escadas correndo. Ao abrir a porta, viu-se diante de dois adolescentes sacudindo seus aparelhos de celular bem na sua cara.

O 'excrementíssimo' presidente Bolsonaro

Por Ivana Bentes, no sie Mídia Ninja:

E Bolsonaro, o “excrementíssimo” presidente da República, deu um tiro no pé: o presidente do Brasil responde as provocações dos blocos de carnaval de rua, que em todo Brasil viralizaram o “Ei Bolsonaro vai TNC” e outros impropérios, tentando desqualificar a maior e mais amada festa de rua popular brasileira com uma imagem garimpada nas redes para “horrorizar” o cidadão de bem! Como se o carnaval de rua fosse um vídeo pornográfico da deep web! Proibido para a família brasileira!

Bolsonaro tenta desmoralizar o carnaval

Da Rede Brasil Atual:

Jair Bolsonaro (PSL) foi o presidente da República mais lembrado da história em um carnaval com apenas dois meses de mandato. Mas a forma como os foliões o homenagearam nos blocos de rua deixou o chefe do Executivo sem rumo. Xingamentos, vaias e fantasias de laranjas em blocos de rua por todo o país, latas e pedras atiradas contra seu boneco em Olinda (PE), redes sociais tomadas por postagens ironizando e esculachando os dois primeiros meses de sua gestão, entre outras manifestações, deram o tom dos quatro dias da maior festa popular do Brasil. Irritado, Bolsonaro postou um vídeo obsceno de dois homens em um bloco de rua em São Paulo, dizendo que a cena seria comum em "blocos de rua no carnaval brasileiro".

Por esquerdas plurais e democráticas

Por Flavio Aguiar, no site Carta Maior:

A primeira condição para ser de esquerda hoje é parar de falar “na esquerda” e passar a falar “nas esquerdas”. É preciso acabar com o que chamo de “síndrome do banco da frente”, descrita mais ou menos assim: na nossa Kombi (sou do tempo das heróicas Kombis) é de esquerda quem senta comigo no banco da frente; dali pra trás e pra fora é tudo traidor do proletariado e da revolução que está nos esperando já no primeiro cruzamento. O diabo deste tipo de pensamento, que vigorou e ainda vigora por áreas do sentimento de ser “vanguarda”, é que não há cruzamento: esta estrada não tem fim.

Pibinho deixa o Brasil andando de lado

Por Paulo Kliass, no site Vermelho:

Alguns dias antes do início do Carnaval, o IBGE divulgou o resultado oficial das Contas Nacionais para 2018. Como era de se esperar, os números vieram a confirmar aquilo que já se anunciava como o fracasso da política econômica implementada desde o início do austericídio em 2015.

E aqui não custa nada fazer um pouco de recuperação de nossa História recente. Dilma havia sido reeleita em outubro de 2014, depois de um apertado embate com Aécio Neves no segundo turno. Um dos temas mais debatidos na campanha havia sido justamente o legado dos 3 mandatos a partir de 2003. Ocorre que depois anunciada a vitória, ela se deixou levar pelo discurso ortodoxo e monetarista do financismo a respeito da suposta necessidade de uma conduta mais rigorosa na questão fiscal.

terça-feira, 5 de março de 2019

Os militares e o resmungo final

Por Fernando Rosa, no blog Senhor X:

O Exército Brasileiro designou o general de brigada Alcides Valeriano de Faria Júnior para ocupar o cargo de subcomandante de interoperabilidade do Comando Sul. O Comando Sul, atualmente chefiado pelo almirante Craig Faller, é uma unidade militar dos Estados Unidos responsável por coordenar os interesses estratégicos do país na América do Sul, na América Central e no Caribe. “É uma coisa tão insólita, tão inusitada, que eu não me lembro de nenhuma situação semelhante, a não ser em tempo de guerra”, alertou o ex-chanceler Celso Amorim.

Daniela Mercury dá “aula” para Bolsonaro

Da revista Fórum:

Considerada uma das artistas mais importantes do Brasil, a cantora Daniela Mercury, através de uma nota oficial divulgada na tarde desta terça-feira (5), deu uma verdadeira “aula” sobre Lei Rouanet, economia e carnaval ao presidente Jair Bolsonaro.

No texto, veiculado em suas redes sociais, Daniela rebate uma provocação feita mais cedo por Jair Bolsonaro contra ela e o cantor Caetano Veloso. Pelo Twitter, o capitão da reserva postou um vídeo de um homem cantando uma marchinha dedicada aos dois artistas que diz que “o carnaval não está proibido”, mas “não será feito com o dinheiro do povo”. Como legenda do vídeo, Bolsonaro escreveu: “Dois ‘famosos’ acusam o Governo Jair Bolsonaro de querer acabar com o Carnaval. A verdade é outra: esse tipo de “artista” não mais se locupletará da Lei Rouanet”.

A (im)previdência chilena e a capitalização

Por Renato Martins, na revista Teoria e Debate:

A reforma do sistema de aposentadoria no Chile foi implementada em 1980, com a publicação do Decreto Lei nº 3.500, num dos períodos mais duros da ditadura de Augusto Pinochet.

A reforma consistiu no fim das aposentadorias por antiguidade; na definição do valor dos benefícios com base na contribuição realizada durante toda vida, e não só nos últimos anos de quotização; na adoção de mecanismos automáticos de ajuste do sistema às mudanças demográficas de longo prazo e às variações econômicas conjunturais; na substituição do modelo de repartição pelo sistema de capitalização e, finalmente, na transferência da administração pública das Caixas de Pensão para as Administradoras de Fundo de Pensão (AFPs), sob controle de grupos privados. Das múltiplas Caixas de Pensão existentes, as únicas que restaram foram a das Forças Armadas e a dos Carabineros. Ambas deficitárias, cobertas até hoje por recursos fiscais.

A briga de facções: Lava-Jato e os Bolsonaro

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Tales Faria é um dos mais experientes repórteres políticos brasilienses, jornalista de total confiabilidade. No seu Blog na UOL, Tales descreve a reação de procuradores da Lava Jato à humilhação imposta ao ex-juiz Sérgio Moro por Jair Bolsonaro, desautorizando uma indicação dele para um cargo irrelevante.

Mencionaram as investigações sobre o Ministro do Turismo, sobre Flávio Bolsonaro e suas relações suspeitas com milicianos. No artigo de Tales, fica mais do que caracterizada a guerra entre facções políticas, com um dos lados dotado de poder de Estado, de investigar, denunciar e prender.

A reforma agrária no governo Bolsonaro

Por Gustavo Noronha, no site Brasil Debate:

Se no debate público o tema da reforma agrária surge e ressurge no Brasil pelo menos desde José Bonifácio, passando por Joaquim Nabuco, entre outros pensadores brasileiros, sua implementação efetiva como política pública foi muito circunscrita. De tanto se falar em reforma agrária no Brasil, sem nunca avançar na sua concretização, entendemos como caracterização adequada a este processo no Brasil como a reforma agrária perene. Não necessariamente perene em sua execução, mas como uma agenda que sempre esteve colocada (embora nunca implementada).

ONG bilionária dará superpoderes a Lava-Jato

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Num país que há cinco anos paga uma pesada contrapartida à Lava Jato, seja na economia, seja na democracia, acaba de surgir uma novidade espantosa.

Pretende-se criar uma Fundação para administrar um fundo bilionário, a ser alimentado por multas, indenizações e delações premiadas apuradas na operação.

"Serão milhões de reais por ano," admite Deltan Dallagnol, chefe da força-tarefa, em entrevista a Folha de S. Paulo.