quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

O drama dos brasileiros com os bancos


Por Artur Araújo, no site Outras Palavras:

Os brasileiros devem muito pouco, se feita a comparação entre as dívidas das famílias e o PIB dos países.

Em outubro deste ano, a carteira de crédito para indivíduos atingia 27,5% do PIB do Brasil. Na Suíça esta cifra é de 129,50%, nos EUA chega a 75%, na Zona do Euro atinge 57,6% e pode também ser comparada com Portugal (66%), China (53,6%) ou Chile (45,6%).

Crédito é, há séculos, um motor essencial da demanda agregada e, portanto, elemento decisivo para o bom funcionamento das economias e parte integrante de seu crescimento.

O caso Lulinha e a pesquisa Datafolha

A Odebrecht e o porto de Cuba

Argentina e a "diplomacia" de Bolsonaro

Violência do Estado e desafios da esquerda

O pirralho é Bolsonaro

Por Fernando Brito, em seu blog:

Jair Bolsonaro deve ser realmente especialista em pirralhos, porque os seus filhos, já marmanjos, continuam agindo como tal, mal comportados, inconvenientes, enxeridos.

A sueca Greta Thunberg, uma menina de 16 anos, tem todas as razões do mundo para ser uma ativista ambiental. E nenhuma para ter ponderações maduras sobre como se deve fazer isso sem causar traumas econômicos.

Ela é, como deveria ser toda a juventude, radical, porque essa força da juventude é a única que se opõe à indiferença dos mais velhos com o que será o futuro, que nunca é pessoal e que só existe pela generosidade e pelo amor.

Fascismo e a consciência de compromisso

Por Tarso Genro, no site A terra é redonda:

Trato neste artigo dos pequenos e grandes compromissos na História e me inspiro mais uma vez em episódios da grande literatura do Século passado.

Proust e Joyce se encontraram somente uma vez em 1921, numa festa em homenagem a ambos, na casa do romancista Stephen Hudson. No livro O mundo moderno – dez grandes escritores, Malcom Bradbury, crítico literário e romancista, conta assim o encontro: “Naturalmente, todos achavam que Proust não viria, mas ele veio. Joyce chegou tarde, um tanto bêbado, e só se aproximou de Proust quando este já estava saindo. Proust queixou-se do estômago e Joyce reclamou da vista. “Lamento não conhecer a obra do sr. Joyce”, disse Proust. (…) “Nunca li o sr. Proust”, disse Joyce”.

Farsa e tragédia no crescimento dos ricos

Editorial do site Vermelho:

O Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH) da Organização das Nações Unidas (ONU) que aponta o Brasil em segundo lugar na concentração de renda não chega a ser surpreendente. É, sim, estarrecedor. Um país em que os 10% mais ricos concentram 41,9% da renda total, uma desigualdade só superada pelo Catar, está numa condição inaceitável.

É evidente que essa situação decorre, na essência, de problemas históricos, a forma como o país foi estruturado e a herança de 388 anos de escravismo. O ideal republicano, que concentra acontecimentos épicos como a Independência e a Abolição, nunca foi uma realidade, um projeto longevo e solidamente instalado.

Pesquisa não é pauta para a campanha

Por Antonio Barbosa Filho

Nem presidente de Partido, nem político profissional, nem o Papa, sabem em quem votarão daqui a três anos. Toda pesquisa a tanta distância do pleito, só serve para os candidatos pedirem doações (caixa-2) e pra mídia ter assunto.

Lembro-me (e recordo a todos) que no primeiro mês do primeiro mandato de Lula, o Datafolha fez "pesquisa" que dava 40% dos votos a José Serra, quatro anos antes da sucessão! Aquele índice embasou toda a cobertura da mídia, os planejamentos dos atores políticos e econômicos, etc. Deu no que deu: Lula reeleito, Serra no fundo do poço (de onde nunca mais saiu, aliás).

Bolívia: agressão cruel aos direitos humanos

Polícia boliviana ataca manifestantes em Cochabamba, 15/11/19. Foto: AFP
Por Leonardo Wexell Severo

Membro da Assembleia Permanente de Direitos Humanos em El Alto, cidade boliviana onde ocorreu o massacre de Senkata em morreram oficialmente 10 manifestantes e 30 ficaram feridos à bala, o ativista David Inca denunciou o terrorismo de Estado praticado por Jeanine Áñez. A “autoproclamada” presidenta reconhece que há, até o momento, 34 manifestantes mortos, 800 feridos e 1.500 prisioneiros.

Nesta entrevista exclusiva, o humanista que nos acompanhou na visita ao hospital de El Alto, alertou para “os riscos da campanha de silenciamento, perseguições e ameaças” desencadeada pelos golpistas contra jornalistas, “com o objetivo de invisibilizar as vítimas”. “Quem está conseguindo romper o cerco midiático é a imprensa internacional, pois a mídia nacional está tendo uma relação comercial, mercadológica, que informa à medida em que o veículo recebe publicidades do governo, censuras ou ameaças”, frisou.

terça-feira, 10 de dezembro de 2019

Universidades federais contra o 'Future-se'

O pior presidente eleito do mundo

Como funciona o fascismo no Brasil

Bolsonaro, o pirralho que fala fino com Trump

Greta se chama de “pirralha”, mas pirralho é o presidente do Brasil
Por Kiko Nogueira, no Diário do Centro do Mundo:

Fabio Porchat é autor de uma das melhores frases do ano.

“Bolsonaro não governa, ele se vinga”, disse o humorista do Porta dos Fundos.

A gestão bolsonarista se destaca por esse tipo de comportamento destrutivo com relação a velhos ressentimentos.

Chamado de racista a vida toda, ele escala um ativista negro que odeia o movimento negro para a Fundação Palmares.

O sujeito oculto das candidaturas avulsas

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Enquanto o ministro Luiz Roberto Barroso organiza audiências públicas sobre a possibilidade de candidaturas avulsas disputarem cargos eletivos, o sujeito oculto dessa discussão, Jair Bolsonaro, permanece em silêncio do outro lado da Praça dos Três Poderes.

Vivemos num país onde a "filiação partidária" é "condição de elegibilidade"( artigo 14, parágrafo 3o da Constituição).

Isso quer dizer que, salvo uma mudança na própria Constituição, com base no ritual necessário para alterações na carta de 1988, as candidaturas avulsas estão proibidas -- um fato tão evidente que, embora este debate seja assunto recorrente nos jornais e mesmo tribunais, até agora a discussão jamais avançou.

Mudança silenciosa na política econômica

Por Paulo Nogueira Batista Jr., na revista CartaCapital:

Desde a grande recessão de 2015-2016, a economia brasileira tem patinado lamentavelmente. De 2017 a 2019, o crescimento ficou sempre abaixo do projetado pelos economistas. E o PIB per capita permaneceu estagnado.

Comprovou-se uma vez mais a nossa incapacidade de antecipar o futuro. Apesar disso, não há quem não nos pergunte: 2020 será diferente?

Arrisco responder na afirmativa. Se não houver choques de grande magnitude – por exemplo, uma crise financeira internacional ou, ainda, uma crise política no Brasil que desorganize tudo –, parece perfeitamente possível, até provável, que a economia nacional consiga finalmente sair da casa de 1% para algo como 2% a 2,5% de crescimento, talvez um pouco mais.

Para a elite, nem toda pessoa é gente

Por João Paulo Cunha, no jornal Brasil de Fato:

Quando se fala em apartheid social, fica muito claro que o Brasil é um país dividido entre quem merece viver e quem apenas atrapalha o projeto dos donos da vida. Tem gente que importa e gente que é descartável. O massacre em Paraisópolis é mais um exemplo dessa constatação. Nove jovens foram mortos de forma criminosa pelo fato de frequentarem uma festa numa região pobre. Não faltou quem acusasse a festa, a música e até os pais dos jovens assassinados por permitirem que cometessem o desatino de serem jovens cheios de vida.

Extrema-direita e elite empresarial se unem

Por José Dirceu, no site Metrópoles:

Vivemos um novo ciclo político, podemos mesmo afirmar um novo período histórico: a coalizão de centro-direita, a Aliança Democrática – que elegeu Tancredo, governou o país, sobreviveu a Collor, reorganizada depois sob a hegemonia do PSDB nas vitórias e nos governos FHC –, não existe mais.

Ela foi derrotada quatro vezes pelo PT, apoiado e aliado aos partidos de esquerda, no sentido amplo, e na eleição e na reeleição de Dilma ao PMDB, força política hegemônica no governo Sarney e parceira também de FHC.

Essa coalizão de centro-direita não existe mais, foi substituída pela aliança entre Bolsonaro, representando a extrema-direita, Moro e a Lava Jato, Guedes e o capital financeiro bancário, sob tutela e vigilância dos militares. Não vê quem não quer.

Bolsonaro e a contagem regressiva

Por Marcos Nobre, no site da Fundação Maurício Grabois:

Jair Bolsonaro sempre teve clareza de que chegou ao poder por uma confluência única de circunstâncias, uma janela no tempo difícil de se repetir. Desde que se elegeu, tem apenas duas preocupações: evitar o impeachment e se reeleger. A tática para atingir suas metas é a mesma: manter o sólido apoio de uma parcela do eleitorado que não é maioria, mas que é grande o suficiente tanto para resistir a um impeachment como para chegar ao segundo turno em 2022.

Necropolítica: Matar e deixar que se matem

Por Evandro Cruz Silva, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

O sociólogo Mitchell Duneier conta em seu livro “Ghetto: the invention of place, the history a idea” a história de como a palavra “ghetto” chegou ao vocabulário dos negros pobres dos Estados Unidos da América. O termo foi apreendido pelos soldados norte-americanos durante a ocupação da Alemanha nazista ao fim da Segunda Guerra Mundial. Os praças, com uma parcela relevante de negros, observaram as condições de vida dos judeus nas áreas de confinamento e as identificaram com os bairros pobres de suas origens na América. As áreas de concentração de judeus na Alemanha nazista eram chamadas de “Jhetos”, palavra balcânica-judia equivalente “bairro”. Diante da busca por pureza da raça ariana através do isolamento e extermínio judeu, os negros norte-americanos viram grandes semelhanças com o isolamento e extermínio de seus semelhantes nas periferias da América.