Por Tarso Genro, no site Sul-21:
Num dos seus textos de reflexão sobre hegemonia política, Gramsci se reporta aos líderes do liberalismo democrático italiano (Croce e Fortunato), para abordar a concepção de “Partido”. E o faz designando o Partido “como ideologia geral”, superior aos vários agrupamentos mais imediatos, ordem esparsa de frações e de grupos nacionais e regionais, frações do liberalismo”. Gramsci diz que Croce – que ele admirava pela sua grandeza e autenticidade intelectual – “foi o teórico de tudo que estes grupos e grupelhos, camarilhas e maltas, tinham em comum” (…) e que ele (Croce) falava como “líder nacional dos movimentos de cultura, que nasciam para renovar as velhas formas políticas”. Obviamente a crítica de Gramsci tinha em vista a defesa de um partido orgânico, proletário, nacional-popular, para a construção de uma nova ordem social na conjuntura doentia da Itália em transe.