sexta-feira, 9 de julho de 2021

Nota dos militares é um acinte à democracia

Por Gilberto Maringoni

A nota produzida pelo ministro da Defesa e pelos comandantes das três Armas no início da noite desta quarta (7) é absolutamente inaceitável num regime democrático. Em quatro parágrafos, os altos oficiais buscam intimidar o presidente da CPI do Covid, senador Omar Aziz, e, por tabela, todo o meritório trabalho da Comissão.

Não é à toa. Na tarde de hoje, os senadores começaram a deslindar a ação de duas possíveis quadrilhas incrustradas no ministério da Saúde. Elas disputariam o butim do sobrepreço das vacinas. De um lado estaria a ala comandada pelo deputado Ricardo Barros, e de outro, uma turma que teria o coronel Elcio Franco à testa.

Hagiografia em chamas

Por Manuel Domingos Neto

Desde a última ditadura, a representação política viveu intimidada pelos militares.

Em 1979, acatou uma anistia que preservou praticantes do terrorismo de Estado que atentaram contra a humanidade. Na Constituinte de 1988, através do Artigo 142, reconheceu os superpoderes das corporações armadas. O Ministério da Defesa, organismo essencialmente político, foi entregue ao desígnio do militar. Os negócios da Defesa foram simploriamente assimilados como assuntos militares. Com uma tuitada um general condicionou as últimas eleições presidenciais. Com o país em profunda crise multidimensional, a representação política admitiu que Bolsonaro concedesse privilégios a perder de vista à “família militar”.

A CPI está do lado certo da História

Por Marcelo Zero, no site Brasil-247:


Ninguém está acima da lei.

Este é um princípio democrático e civilizatório que se aplica tanto a civis quanto a militares.

A CPI da Pandemia do Senado Federal descobriu fortíssimos indícios de que há, dentro e fora do Ministério da Saúde, verdadeiras máfias que operam para obter propinas em compras de vacinas e outros insumos necessários para o enfrentamento à maior tragédia humanitária da história do Brasil.

São criminosos da pior espécie, grupos que seriam compostos tanto por civis quanto por militares.

Essas máfias, somadas à estratégia criminosa de impingir a imunidade natural de rebanho tanto a civis quanto a militares, são, ao menos, parcialmente responsáveis pelas cerca de 530 mil mortes de brasileiros, civis e militares.

Delírio autoritário e o ‘Inferno tão temido’

Por Tarso Genro, no site Sul-21:


A democracia liberal em crise no mundo – no Brasil que degrada de forma planejada o Estado Social – agora faz uma paródia de si mesma. Nesta degradação, a relação do fascismo societal, racista e escravocrata, com o escárnio da República promovido pelo Presidente Bolsonaro, chega ao momento da sua potência máxima. E este máximo – o inferno tão temido, como no conto de Onetti - ainda está incompleto. Não se sabe, ainda, se o nosso destino está tolhido pela última manifestação da Caserna ou se ele vai ser reaberto pelo que nos resta de vergonha republicana.

A CIA e o capacho que afunda

Por Roberto Amaral

O ex-ministro Celso Amorim já observou não ser usual um chefe da CIA conspirar à luz do dia: “A CIA, quando aparece, não age” - ou (acrescento), quando age, não aparece, pois a discrição é arte exigida do conspirador. É da natureza de seu macabro papel. Como cavalo não desce escada e jabuti não trepa em árvore, abre-se um leque de conjecturas sobre o que teria levado o Sr. William Burns, o número 1 da principal agência de espionagem, assassinatos e sabotagem dos EUA, a abandonar seu gabinete na Virgínia para vir a Brasília, via Bogotá, onde encontrou em crise seu principal aliado na América do Sul.

Sindicalismo deve persistir na VIA

Foto: Reuters
Por João Guilherme Vargas Netto


Enquanto aguardam a convocação de novas manifestações de rua as direções sindicais dos trabalhadores deveriam cumprir as tarefas decorrentes da estratégia da VIA, que adotaram.

A primeira delas é a subida às bases.

Com a doença assolando a população, com o desemprego, o desalento e a carestia afligindo os trabalhadores, a própria situação dos empregados formais se deteriora e se complica exigindo pronta intervenção dos sindicatos.

O controle da aplicação dos protocolos sanitários nas empresas, avanço da vacinação, a conquista de PLRs compatíveis com o ganho empresarial e a qualificação dos empregados, a vigilância sobre o cumprimento dos acordos e convenções e a resistência ao desemprego formam uma pauta mínima de preocupações e de intervenção dos sindicatos ao lado dos trabalhadores.

"Vacinogate" expõe bandalheira fardada

Militares entram definitivamente na política

Os compromissos secretos de Bolsonaro

E o financismo segue livre e solto!

Precisamos falar sobre a ditadura militar

quinta-feira, 8 de julho de 2021

As pesquisas e o xadrez eleitoral para 2022

Cooperativismo e trabalho nas plataformas

Militares ameaçam CPI da Covid

Bolsonaro pode repetir Pinochet

O debate sobre a reforma administrativa

O Deus de Bolsonaro e de Ricardo Barros

Por que vender os Correios não é boa ideia

Forças Armadas sentiram aproximação da CPI

Sobre "racismo recreativo" e estereótipos