terça-feira, 27 de julho de 2021

Ir para as ruas adianta?

Rio de Janeiro, 24/7/21. Foto: Duda Dusi/Mídia Ninja
Por Eric Nepomuceno, no site Brasil-247:


Confesso que não me lembro da última vez em que participei de uma passeata de protesto.

Não me refiro a atos de campanha eleitoral ou de defesa de alguma causa: estou falando de passeata de protesto.

Pois no sábado fui. Havia um sol cálido no centro do Rio, onde eu também não ia há sei lá quanto tempo. Reencontrei gente que não via há séculos.

Uma antiga e querida amiga me contou que o último abraço dado por ela foi em minha companheira e em mim, no sábado 14 de março de 2020. Que aliás, e até sábado agora, tinha sido nosso último encontro.

Fiquei impressionado com a quantidade de gente que passava pela avenida Presidente Vargas, rumo à Candelária. Estacionei ali um tempinho, o suficiente para ver grupos organizados que iam de crianças negras a veteranos de 1968.

Bolívia fortalece rede de comunicação estatal

Reprodução do site: https://www.ahoraelpueblo.bo/
Por Leonardo Wexell Severo


“O jornal Agora o Povo surge para enfrentar uma mídia multiespecializada, neoliberal, que conta com grande aparato nacional e internacional para propagar mentiras contra o processo que a Bolívia está construindo”, afirmou Marco Santivañez, responsável pela publicação, em entrevista exclusiva. Na avaliação de Santivañez, ao investir no jornal junto à rede Pátria Nova, à Bolívia TV, ao Sistema Nacional de Rádios dos Povos Originários (RPOs) e à Agência Boliviana de Informação (ABI), “oferecendo um material adequado e de qualidade, o presidente Luis Arce Catacora tem colocado em outro patamar a luta política contra os meios hegemônicos”. “Afinal, este é o momento do povo, este é o momento da Pátria, da reivindicação social, econômica e política, de quem resistiu a um governo ditatorial sanguinário, terrorista, que em 11 meses estava destruindo tudo o que havia sido conquistado e construído em 14 anos de governo de Evo Morales”, denunciou.

segunda-feira, 26 de julho de 2021

Maranhão rejeita estátua do 'Véio da Havan'

Bolsonaro omite encontro com nazista alemã

Por Simão Zygband, no site Construir Resistência:


Uma foto divulgada nesta segunda-feira mostra que o ocupante da presidência, Jair Bolsonaro, se encontrou, fora da agenda oficial, com a deputada alemã Beatrix von Storch, uma das lideranças do partido de extrema direita Alternativa para Alemanha (AfD) e neta de um ex-ministro das Finanças da Alemanha durante o regime nazista de Adolf Hitler, Ludwig Schwerin von Krosigk.

A parlamentar postou sua foto abraçada com Bolsonaro e Sven von Storch, seu marido. Além disso, ela acrescentou uma mensagem na qual afirma que seu partido quer “fortalecer suas conexões e defender nossos valores cristãos e conservadores em nível internacional”.

Centrão e militares são muito parecidos

Por Bepe Damasco, em seu blog:


Vejo como simplistas e exageradas as análises que situam em campos opostos hoje os militares e o Centrão, na disputa pela hegemonia no governo Bolsonaro.

No quesito briga por ocupação de cargos e, consequentemente, controle de verbas, de fato, a queda de braço é real. Não satisfeitos com os mais de 6 mil cargos que detêm na administração direta e nas estatais, os militares querem mais.

Quanto ao Centrão, os cargos de poder e as fatias polpudas do orçamento constituem-se na própria razão de ser do agrupamento.

Contudo, a tese do antagonismo incontornável entre o “partido militar” e os políticos vorazmente fisiológicos do Centrão não resiste a um exame mais cuidadoso.

Um olho no golpe, outro no Borba Gato

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China desafia hegemonia dos EUA

Centrão manda e Bolsonaro obedece

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Como reverter a reprimarização da economia

Capitalismo digital e a proteção de dados

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A privatização dos Correios na Argentina

domingo, 25 de julho de 2021

Os ganhos dos generais Pazuello e Braga Netto

Por Altamiro Borges


Os generais não têm do que reclamar do "capetão", mesmo perdendo alguns ministérios (de 10 para sete desde o início do laranjal) ou sendo humilhados (“fui atropelado por um trem”, choramingou o defenestrado Luiz Eduardo Ramos). A instituição perde credibilidade, mas os altos oficiais estão bem de vida. Eduardo Pazuello, por exemplo, “recebeu R$ 88,5 mil em diárias extras do Ministério da Saúde em 2020”, relata a jornalista Mônica Bergamo na Folha de S.Paulo.

Segundo a notinha publicada na quinta-feira (22), o ex-ministro da Saúde recebeu esse valor em diárias e ajuda de custo – que são pagas aos servidores que se deslocam em viagens de trabalho. Os ganhos estão nos documentos enviados à CPI do Genocídio no Senado. "Pazuello ficou por dez meses no Ministério da Saúde. Recebeu, portanto, uma média de R$ 8,8 mil mensais de diárias, engrossando seus vencimentos no cargo".

Bolsonaro pagará R$ 15 milhões por racismo?

Por Altamiro Borges

O “capetão” sempre foi racista e nunca foi punido. Agora, porém, está na mira. Nesta quinta-feira (22), Ministério Público Federal (MPF) e Defensoria Pública da União (DPU) entraram com uma ação civil contra Jair Bolsonaro por mais uma de suas incontáveis diarreias verborrágicas preconceituosas. Os órgãos pedem uma “reparação” no valor de R$ 15 milhões. A tendência é de que o pedido seja derrotado, mas ele serve ao menos para incomodar o fascista no poder.

Em 8 de julho, o “presidente-cagão” afirmou, aos risos, que o cabelo crespo de um apoiador era “um criador de baratas” e provocou: "Você não pode tomar ivermectina, vai matar todos seus piolhos". A fala de cunho racista foi obrada diante de seus seguidores panacas no "chiqueirinho" montado no Palácio da Alvorada, em Brasília.

Fascismo avança e censura em Juiz de Fora

Foto: Jéssica Pereira/Tribuna de Minas
Por Altamiro Borges

Jair Bolsonaro está mais frágil, mas a fascistização segue em curso em todos os poros da sociedade. Na semana passada, o juiz Alexandre do Valle Thomaz, da 1ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias Municipais da Comarca de Juiz de Fora, atendeu ao pedido de um vereador-policial e censurou uma mostra artística na cidade mineira.

Em sua decisão liminar (provisória), o juizeco determinou que os painéis fotográficos da exposição “Democracia em Disputa” fossem retirados da fachada do Centro Cultural Bernardo Mascarenhas. Ele se curvou ao vereadorzinho Sargento Mello Casal (PTB-MG), que moveu uma ação contra a Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage (Funalfa), gerida pela prefeitura de Juiz de Fora.

Fascistas atacam Manuela, Boulos e Gleisi

Blefe que Braga Netto não consegue desmentir

Por Moisés Mendes, no Diário do Centro do Mundo:


Braga Netto mandou o recado do golpe a Arthur Lira, para que Lira passasse o aviso do golpe adiante.

Se não fosse assim, não teria sentido mandar o recado.

Era preciso que muitos deputados e senadores ficassem sabendo da ameaça, e não só os membros da comissão especial que examina a proposta de emenda do voto impresso na Câmara.

Como muitos receberam o aviso e era sabido que alguém iria vazar a ameaça, não há agora como negá-la. A nota de Braga Netto em que diz que não disse nada a Lira também acaba não dizendo nada.

A notícia da ameaça (se não tiver voto impresso, não tem eleição) saiu no Estadão.

O golpe nosso de cada eleição

Por Roberto Amaral

A ciência política clássica atribui aos golpes de Estado três características definidoras: (i) intervenção militar, (ii) ação rápida e (iii) certa margem de surpresa (Bobbio et alli. Dicionário de política). Nesse sentido também tratadistas brasileiros como Paulo Bonavides (Ciência política, 1972). Desses elementos, porém, os golpes se desvencilham na contemporaneidade, e o Brasil, nesse sentido, fornece farta matéria prima para análise. Os golpes, por exemplo, não observam mais o caráter surpresa – são, até, longamente preparados mediante campanhas políticas e ideológicas de massa, protagonizadas pelos meios de comunicação em suas variadas modalidades; nem muito menos se cingem, do ponto de vista operativo, ao assalto ao poder (na forma de putsch), ou à ação repentina.