quinta-feira, 19 de janeiro de 2023
Lula come pelas beiradas a questão militar
Charge: Marcelo Camargo/Agência Brasil |
Só nos últimos três dias, foram afastados 13 militares do GSI e 40 da coordenação administrativa do Palácio Alvorada. Ao todo, já são 140 militares demitidos em menos de 20 dias de governo. Na Comissão de Anistia, militares foram substituídos por perseguidos políticos e ativistas dos direitos humanos.
Mas essa limpa ainda demora um pouco para ser concluída, dada a presença de milhares de militares na estrutura de governo.
Fiel ao seu estilo cauteloso, Lula dá sinais de que resolveu comer pelas beiradas a questão militar. Ao enfatizar, na entrevista à Natuza Nery, na GloboNews, que a inteligência do governo falhou e que a entrada dos terroristas no Palácio do Planalto foi facilitada fica claro, para bom entendedor, que os dias de Múcio Monteiro, no Ministério da Defesa, e do general Gonçalves Dias, no comando da GSI, estão contados. Mas isso só vai acontecer quando a atmosfera estiver menos carregada.
Mas essa limpa ainda demora um pouco para ser concluída, dada a presença de milhares de militares na estrutura de governo.
Fiel ao seu estilo cauteloso, Lula dá sinais de que resolveu comer pelas beiradas a questão militar. Ao enfatizar, na entrevista à Natuza Nery, na GloboNews, que a inteligência do governo falhou e que a entrada dos terroristas no Palácio do Planalto foi facilitada fica claro, para bom entendedor, que os dias de Múcio Monteiro, no Ministério da Defesa, e do general Gonçalves Dias, no comando da GSI, estão contados. Mas isso só vai acontecer quando a atmosfera estiver menos carregada.
Nardes, a testemunha que faltava
Por Paulo Moreira Leite, no site Brasil-247:
Com currículo antidemocrático que inclui o voto de relator pelo impeachment de Dilma Rousseff, que teve início em 2014 no Tribunal de Contas da União onde é ministro, a partir de agora Augusto Nardes também pode ser descrito como testemunha-chave do fracassado golpe bolsonarista da semana passada.
Em novembro de 2022, quatro semanas depois da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas urnas, empresários do agro-negócio receberam um audio de 7 minutos com a voz de Augusto Nardes.
Ali, o ministro do TCU descreve as cenas terríveis da baderna civil-militar que seria vista, ao vivo, no centro de Brasília, um mês e meio mais tarde.
Na gravação de novembro, divulgada em primeira mão pelo Brasil-247 em 22/11, Nardes mostra seus conhecimentos sobre a trama que iria ocorrer em Brasília.
Com currículo antidemocrático que inclui o voto de relator pelo impeachment de Dilma Rousseff, que teve início em 2014 no Tribunal de Contas da União onde é ministro, a partir de agora Augusto Nardes também pode ser descrito como testemunha-chave do fracassado golpe bolsonarista da semana passada.
Em novembro de 2022, quatro semanas depois da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas urnas, empresários do agro-negócio receberam um audio de 7 minutos com a voz de Augusto Nardes.
Ali, o ministro do TCU descreve as cenas terríveis da baderna civil-militar que seria vista, ao vivo, no centro de Brasília, um mês e meio mais tarde.
Na gravação de novembro, divulgada em primeira mão pelo Brasil-247 em 22/11, Nardes mostra seus conhecimentos sobre a trama que iria ocorrer em Brasília.
quarta-feira, 18 de janeiro de 2023
Fascismo será enfrentado na política e na lei
Charge: Clay Jones |
A Polícia Federal poderia ter sido acionada para ajudar a conter o atentado terrorista do dia 8 contra a democracia brasileira? “Não”, responde o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino. “E a Polícia Rodoviária Federal? “Não poderia”, prossegue Dino. Ambas as respostas pelas mesmas razões: seriam medidas que não se enquadram nas missões constitucionais dessas corporações. “E as Forças Armadas?” Não deveriam. Flávio Dino respondeu a perguntas espinhosas em live realizada nesta terça-feira (17), em que avaliou a tensão das últimas semanas, previu outras pela frente e apresentou a ideia de um “Pacote da Democracia” para conter a desinformação convertida em crimes digitais.
Fascistas vão continuar com ações terroristas
Nove dias após os ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília, o ministro da Justiça, Flávio Dino, diz que o governo federal e o conjunto das instituições brasileiras estão mais preparados para enfrentar ameaças de golpe de Estado. Para Dino, já não há mais margem para atentados similares aos de 8 de janeiro, quando apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram e depredaram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o STF (Supremo Tribunal Federal).
Nesta terça-feira (17), o ministro participou de uma entrevista coletiva por videoconferência com jornalistas da mídia alternativa e convidados. A conversa – que durou pouco mais de uma hora – foi promovida pelo Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé.
Golpe ainda lateja e passa a ser permanente
Reprodução da ilustração do site La Iguana |
O Brasil, como caso especial, e o Peru sempre em convulsão são apenas na aparência dois cenários à parte nesse momento na América do Sul.
Nos demais países, parece não existir ameaça visível de golpe. Parece. Mas há um golpe permanente em quase toda a região, muitas vezes invisível para os países vizinhos.
É bem provável que o Brasil esteja sendo contagiado, pós-8 de janeiro, por esse modelo de golpe latejante e incessante.
Nicolás Maduro só agora começa a se livrar do golpe permanente de Juan Guaidó, porque o golpista está fragilizado, mas não a sua base.
Há na Bolívia o golpe permanente do fascista Luis Fernando Camacho, preso no mês passado, depois de conspirar sem parar nos últimos cinco anos.
No Peru, Pedro Castillo foi golpeado permanentemente desde que assumiu e tentou reagir com outro golpe, até ser golpeado, e agora sua vice no poder também pode cair.
Lula e a questão militar
Charge: Quinho |
Os atentados terroristas de 8 de janeiro afetaram irremediavelmente a confiança do presidente Lula nas Forças Armadas. E sedimentaram nele a convicção sobre o protagonismo central das cúpulas militares na guerra fascista de destruição da democracia e da República.
O marco significativo desta inflexão foi a decisão de decretar intervenção na segurança do DF ao invés de convocar os militares para a operação de Garantia da Lei e da Ordem [GLO] proposta a Lula pelo ministro da Defesa José Múcio Monteiro.
A decisão pegou de surpresa o Alto Comando do Exército. Mesmo sem requisição prévia do presidente da República, o Exército já tinha colocado de prontidão uma impressionante tropa de 2.500 soldados para intervir no caos e na desordem que eles próprios arquitetaram. A presteza para “governarem” o país via GLO contrasta com a lentidão na desmontagem dos acampamentos ilegais e antidemocráticos nas áreas dos quartéis.
terça-feira, 17 de janeiro de 2023
Conversa com o ministro Flávio Dino
Foto: Amanda Perobelli/Reuters |
O ministro da Justiça Flávio Dino conversou hoje cedo com integrantes do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé. Participei do encontro e faço um relato:
Para Dino, houve um claro encadeamento entre os 4 anos de bolsonarismo no poder e "o que vimos no 8 de janeiro". Não foi por "geração espontânea". Elencou os seguintes fatos: fechamento de estradas, instigação política contra a diplomação da chapa Lula/Alckmin no dia 12/12, planejamento do estado de defesa no TSE, tentativa de atentado a bomba no dia 24/12, ameaças à posse e, finalmente, o 8 de janeiro.
Segundo o ministro, cinco pontos chamam atenção na articulação: a ofensiva de comunicação através das redes sociais, a dimensão internacional do golpismo de direita, a "visão idílica de uma segurança perdida" que levou a apelos junto aos pilares da segurança, dentre os quais se inclui o Exército; a crise política desatada em 2013/2014, que fortaleceu instâncias judiciárias e os militares; o fato de que parte substantiva da elite brasileira não é "fã dos procedimentos democráticos".
O golpe se concretizou e foi revertido
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil |
O Ministro da Justiça e Segurança Pública Flávio Dino, dirigindo-se a quase oitenta jornalistas das mídias independentes brasileiras, afirmou que houve um golpe, não apenas uma tentativa de golpe. “Faticamente chegamos a ter um golpe de Estado. Porque um golpe de Estado se materializa, desde sempre, pela tomada do palácio de inverno e isto aconteceu. Entre 4 e 5 da tarde, nós não tínhamos o controle físico da sede dos três poderes da República”.
Jovem Pan demite jagunços para se salvar
Charge: Geuvar |
A Jovem Pan – também apelidada de Jovem Klan por suas posições de extrema-direita e por difundir fake news e estimular o ódio e a violência na sociedade – está desesperada. Neste final de semana, a emissora de rádio e televisão demitiu mais alguns dos seus famosos jagunços midiáticos. Entre eles, o pateta Rodrigo Constantino, o neto de ditador Paulo Figueiredo e a gusana anticubana Zoe Martinez.
Os três já tinham sido “afastados” na semana retrasada, conforme revelou o site NaTelinha. A medida diversionista foi tomada “por conta do processo que o Ministério Público Federal está movendo contra o canal. A instituição instaurou inquérito para apurar a má conduta da emissora”. O quadro se agravou com o apoio de seus jagunços aos atos de terrorismo bolsonarista em Brasília no fatídico 8 de janeiro.
segunda-feira, 16 de janeiro de 2023
O lugar de Bolsonaro é na cadeia
Charge: Ednagyz |
A minuta de decreto encontrada na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres é prova mais do que contundente de uma conspiração golpista. Alguém pensou, buscou fundamentação jurídica (inexistente), escreveu e entregou o decreto de golpe nas mãos de Torres. Quem é o autor da proposta de estupro da Constituição, sempre desejado por Bolsonaro? Quem a encomendou? Se Torres era ministro e não denunciou a conspiração, dela fazia parte.
O presidente Lula conseguiu erguer uma muralha institucional contra o golpismo, imediatamente após o domingo infame na Esplanada, juntando até mesmo governadores bolsonaristas (pelo menos para o registro da História). Também recebeu maciço apoio e solidariedade internacional.
Lula e Flávio Dino evitam a tutela militar
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil |
Os atos criminosos de vandalismo praticados por bolsonaristas fascistas e idiotas contra os palácios do governo em Brasília no último dia 8 de janeiro ficarão marcados como um momento sombrio da história brasileira.
Sobre o tema, a Folha de S. Paulo publicou hoje (15) um notável artigo do historiador Francisco Carlos Teixeira da Silva cujo título é significativo: “Com intervenção civil, Lula adota política que tenta superar tutela militar”.
As Forças Armadas esperavam o recurso à GLO (garantia da lei e da ordem), mas apoiado no seu notável ministro da Justiça, Flávio Dino, o presidente optou por algo inédito – a Intervenção Civil.
Sobre o tema, a Folha de S. Paulo publicou hoje (15) um notável artigo do historiador Francisco Carlos Teixeira da Silva cujo título é significativo: “Com intervenção civil, Lula adota política que tenta superar tutela militar”.
As Forças Armadas esperavam o recurso à GLO (garantia da lei e da ordem), mas apoiado no seu notável ministro da Justiça, Flávio Dino, o presidente optou por algo inédito – a Intervenção Civil.
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