Por Altamiro Borges
O site de celebridades Splash revelou nesta quinta-feira (2) que o Ministério Público Federal pediu a prisão do apresentador Sikêra Júnior, da RedeTV, pelos crimes de racismo e misoginia. “O MPF afirma que ele extrapolou os limites da liberdade de expressão e violou o direito da mulher ao utilizar os termos como ‘vagabunda’, ‘preguiçosa’ e ‘venta de jumenta’ ao se referir à vítima durante um programa da emissora”.
Como relembra a matéria, o repugnante difusor de ódio “utilizou termos racistas e misóginos contra uma jovem negra durante a apresentação do Cidade em Ação, da TV Arapuã, afiliada da RedeTV na Paraíba. O caso ocorreu em junho de 2018 e a denúncia foi protocolada na última segunda-feira”. O MPF declarou que o apresentador cometeu crime “pois praticou discriminação e preconceito racial de gênero por intermédio dos meios de comunicação social ou publicação de qualquer natureza, cuja pena é de reclusão de dois a cinco anos e multa”.
sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023
Lula investe na participação popular
Foto: Ricardo Stuckert |
Sem conscientização política e sem participação popular, o fascismo não será esmagado nem haverá mudanças profundas no Brasil. Essa parece ser a compreensão do presidente Lula e dos movimentos sociais brasileiros – visão que foi reforçada pelas derrotas sofridas nos últimos sete anos com o golpe do impeachment de Dilma Rousseff, a prisão por 580 dias do maior líder popular do país e a trágica regressão imposta pelo fascista Jair Bolsonaro.
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023
Mídia inventa disputa acirrada no Senado
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado |
É do conhecimento amplo do Brasil e do mundo que a mentira, a desinformação, as calúnias e ameaças nas redes sociais fazem parte do modus operandi da extrema direita.
Impressiona, portanto, o peso que a imprensa comercial brasileira deu, em sua cobertura da disputa pela presidência do Senado, ao estardalhaço do bolsonarismo nas redes, com ataques e ameaças a senadores e seus familiares.
A mídia finge desconhecer os métodos do fascismo e acaba naturalizando-os. Em vez denunciar esses crimes, prefere edulcorá-los, rotulando-os como “atuação competente nas redes sociais.”
Ao contrário do que noticiou Globo, Folha e congêneres, a eleição de Rodrigo Pacheco nunca esteve ameaçada, como o resultado atesta: 49 x 32, uma expressiva diferença de 17 votos.
Um bunker terrorista no QG do Exército
Foto: AFP |
O relatório da intervenção federal na área de segurança do DF traz detalhes esclarecedores sobre o acampamento golpista na área do Quartel-General do Exército, em Brasília.
O acampamento é descrito detalhadamente no item 4 [páginas 17 a 33] como um dos “eventos relevantes para a compreensão dos fatos” ocorridos em 8 de janeiro.
O relatório menciona o entendimento difundido entre os participantes de que “o único local seguro para o grupo seria a área sob responsabilidade das forças militares”.
“Desde o início, o acampamento apresentava uma complexa e engenhosa organização, com distribuição das tendas em setores específicos”, cita o texto.
As tendas eram “destinadas à cozinha e despensa, a medicamentos e/ou atendimento médico, ao fornecimento de energia por geradores”. Na área “havia acesso à internet, [setor de] informações, local para realização de cultos religiosos e diversas outras organizações internas”.
Tempos interessantes no sindicalismo
Arte: Fernand Léger |
Os brasileiros não podem, não devem e não querem continuar vivendo os “tempos interessantes” da historieta chinesa com seu cortejo de atropelos, alarmes e golpismos.
Para o movimento sindical torna-se imperioso passar aos assuntos correntes, às tarefas práticas de enfrentamento dos problemas reais.
Tome-se como exemplo a tenebrosa crise anunciada da Americanas. É preciso defender, no emaranhado de maus procedimentos e de irresponsabilidades confessadas, o direito dos trabalhadores – sejam comerciários, outras categorias ou terceirizados – que não podem pagar o pato da crise.
Inúmeras iniciativas vêm sendo tomadas, desde ações jurídicas de acautelamento e prevenção de danos, à sensibilização do governo para a gravidade da situação. Um ato unitário e solidário do conjunto das direções sindicais a ser realizado no Rio de Janeiro na sexta-feira pretende demonstrar à sociedade, ao governo e à empresa o empenho efetivo dos dirigentes em defender o emprego e os direitos dos trabalhadores. Este ato sintetizará o protagonismo do movimento sindical e precederá inúmeros outros em lojas de diversos estados.
quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023
Carta de Quaresma 2023 e os Yanomami
Charge: Duke |
Queridos amigos e amigas,
Antecipo a Campanha de Quaresma deste ano de 2023. Como fiz ano passado, volto a dedicá-la aos povos originários que habitam a Terra Indígena Yanomami (TIY), com cujos líderes mantenho contato.
Todos nós acompanhamos as terríveis imagens dos Yanomami vítimas da fome e do desamparo genocida do governo Bolsonaro. A visita de Lula aos territórios Yanomami, habitados por 30,4 mil indígenas, deu evidência à calamidade que atinge aquele heróico povo ameaçado por desnutrição, garimpo e narcotráfico. Nos últimos 4 anos, morreram 570 crianças, com menos de 5 anos, por causas evitáveis.
O Ministério da Saúde declarou Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional para combater a desassistência sanitária. Instalou um Centro de Operações de Emergência (COE – Yanomami), coordenado pela Secretaria de Saúde Indígena (SESAI).
Lula acerta na economia?
Por Paulo Nogueira Batista Júnior
Nas primeiras semanas de governo, o Presidente da República agiu com rapidez na área econômica. Autorizou diversas medidas e emitiu opiniões sobre a política econômica, dando sequência ao que fez na campanha eleitoral. Se ele vem acertando ou não, é objeto de intensa controvérsia.
A ortodoxia econômica, inclusive e destacadamente a turma da bufunfa e seus numerosos porta-vozes na mídia, parece cada vez mais inquieta. Esperavam um Lula mais dócil, mais parecido com o Lula 1 do tempo da dupla Antônio Palocci/Henrique Meirelles – período em que os economistas desenvolvimentistas, por sua vez, estavam furiosos, criticando publicamente o governo. Eu mesmo mandava ver, até com certo exagero, diria em retrospecto.
Nas primeiras semanas de governo, o Presidente da República agiu com rapidez na área econômica. Autorizou diversas medidas e emitiu opiniões sobre a política econômica, dando sequência ao que fez na campanha eleitoral. Se ele vem acertando ou não, é objeto de intensa controvérsia.
A ortodoxia econômica, inclusive e destacadamente a turma da bufunfa e seus numerosos porta-vozes na mídia, parece cada vez mais inquieta. Esperavam um Lula mais dócil, mais parecido com o Lula 1 do tempo da dupla Antônio Palocci/Henrique Meirelles – período em que os economistas desenvolvimentistas, por sua vez, estavam furiosos, criticando publicamente o governo. Eu mesmo mandava ver, até com certo exagero, diria em retrospecto.
O jogo político agora vai começar
Foto: Ricardo Stuckert |
Janeiro foi um mês de glória, de susto e muito trabalho para Lula.
A posse foi uma consagração, a tentativa de golpe pegou o governo desprevenido e neste mês que pareceu tão longo ele trabalhou muito: enfrentou o mau humor do mercado, a questão militar e a tragédia Yanomami, e colheu frutos com a diplomacia presidencial.
Mas é com a posse do novo Congresso, hoje, e a eleição dos presidentes das duas Casas, que o jogo político vai começar para valer, desafiando sua reconhecida habilidade política.
Matérias complexas, como a reforma tributária, em breve estarão em pauta.
Ter aliados na presidência da Câmara e do Senado é uma salvaguarda importante para um governo que não tem maioria. O PT conquistou a segunda maior bancada mas a coligação que elegeu Lula tem apenas 135 deputados.
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