domingo, 14 de janeiro de 2024

Haia: Israel à beira de sua maior derrota

Rafah, sul de Gaza. Foto: Fatima Shabair/AP
Por Medea Benjamin e Nicolas J.S. Davies, no site Outras Palavras:

Neste 11 de janeiro, a Corte Internacional de Justiça (CIJ) em Haia realizou sua primeira audiência no caso da África do Sul contra Israel sob a Convenção de Genocídio. A primeira medida provisória que a África do Sul solicitou à corte é ordenar o fim imediato dessa carnificina, que já matou mais de 23 mil pessoas, a maioria mulheres e crianças. Israel está tentando bombardear Gaza até apagá-la, e espalhar os sobreviventes aterrorizados pela Terra – o que atendendo, nos mínimos detalhes, à definição de genocídio da Convenção.

Como os países envolvidos em genocídios não declaram publicamente seu verdadeiro objetivo, o maior obstáculo legal para qualquer processo por genocídio é provar a intenção de praticá-lo. Mas, no caso extraordinário de Israel, cujo culto de direito divino é apoiado incondicionalmente pela cumplicidade dos EUA, seus líderes têm sido singularmente descarados sobre seu objetivo de destruir Gaza como refúgio da vida, cultura e resistência palestinas.

Políticas públicas de cultura antifascistas

Charge: Antifa Revolucionario
Por Hamilton Pereira (Pedro Tierra), na revista Teoria e Debate:


(Uma contribuição ao debate sobre a relevância político-cultural da produção audiovisual no contexto da reconstrução democrática. Bonito-MS, XI/23).

Começo com uma breve consideração sobre o papel desempenhado pela literatura na formação e organização das “culturas nacionais”, ao longo dos séculos. Das epopeias clássicas, às novelas de cavalaria, ao romance do século XIX e XX, em grande medida, a literatura, ao lado das outras linguagens artísticas, forneceu os elementos básicos para definir o perfil das nacionalidades nascentes. Desenhou o rosto com que o mosaico de comunidades étnicas e territoriais se apresentava diante do mundo para afirmar suas identidades e suas diferenças.

Violência no Equador e o retrocesso neoliberal

Charge: Ramón Díaz Yanes/Cartoon Movement
Do jornal Brasil de Fato:


Para entender as origens da onda de violência que assola o Equador, é preciso observar as diretrizes políticas e macroeconômicas tomadas por quem governou o país no passado recente. Elas revelam que o retorno ao neoliberalismo, em 2017, e seu aprofundamento desde então são a principal causa da capilaridade obtida pelo crime organizado, segundo avaliação da socióloga equatoriana Irene León.

Desde que o ex-presidente Lenín Moreno (2017-2021) assumiu o poder, com uma plataforma neoliberal, o Equador está afetado por uma incursão do crime organizado, que encontrou vários nichos de atuação, num processo que contou inclusive com a participação de integrantes da elite política, explica a socióloga ao Brasil de Fato.

A expansão de movimentos ultraconservadores

Charge: Latuff
Por Adalmir Marquetti e Alfredo Gugliano, no site A terra é redonda:

A ultradireita, o neoliberalismo e as contradições do capitalismo

A ascensão da ultradireita tem sido vertiginosa desde a crise financeira de 2008, especialmente na Europa e nas Américas. A expansão tem sido marcada por vitórias eleitorais importantes, como as recentes de Javier Milei na Argentina (2023) e Geert Wilders na Holanda (2023). Pesquisas indicam ainda a possibilidade de Donald Trump retornar à presidência dos Estados Unidos em 2024, o que traria um novo ímpeto para a ultradireita. Haverá eleições em mais de 40 países, incluindo seis na América Latina. Há muito espaço para a expansão da extrema direita.

Lewandowski como ministro da Justiça

Genocidas israelenses no banco dos réus

Eleições terão "desinformação ultrarrealista"

Neto do ditador lucra com as fake news

sábado, 13 de janeiro de 2024

Demétrio volta a mentir na GloboNews


O comentarista da GloboNews Demétrio Magnoli voltou a mentir em sua participação no telejornal nesta sexta, 12.

Inventou que não há menção ao Hamas no caso apresentado pela África do Sul contra Israel em Haia. Cascata. Depois ele continuou.

“A Corte Internacional [de Justiça] já decidiu centenas de litígios entre estados, mas é a primeira vez que há uma acusação de genocídio”, disse Magnoli, como de hábito sem ter suas asneiras questionadas pelos colegas da bancada.

Bolsonarista ameaça "estuprar e matar"

Por Plinio Teodoro, na revista Fórum:

Alvo de uma série de ameaças de morte desde que foi exposta por Michelle Bolsonaro, a influenciadora de esquerda Karina Santos recebeu um e-mail em que um apoiador de Jair Bolsonaro (PL) diz que "a moçada toda vai te estuprar e te matar".

À Fórum, Karina afirmou que recebeu a mensagem por e-mail, onde constavam dados pessoais dela, como o número de CPF. O autor ainda afirma que sabe "onde tu mora, onde sua família vive, tudo". "Tudinho no jeito pra te matar, mas não sem antes de estuprar, sua vagabunda", diz o texto.

Na mensagem, o homem se identifica como "Pablo Ricardo Lodi de Lima", mesmo nome pelo qual o hacker que invadiu em dezembro a conta da primeira-dama Rosangela Silva, a Janja.

Os militares legalistas que resistiram ao golpe

Por Patricia Faermann, no Jornal GGN:

Os chamados legalistas são os militares que defendem o papel constitucional das Forças Armadas independente do poder e o dos mandatos.

Intensificamente tentados a ocupar estes espaços com Jair Bolsonaro, em dimensão só vista no Brasil durante a ditadura do regime militar, alguns comandantes resistiram.

Uma parcela pagou o preço, rebaixados de seus postos, preteridos à reserva e às suas vidas pessoais. Os que mantiveram cargos de alto escalão se viram obrigados a reservar, ao menos, a voz ou qualquer ato que pudesse torná-los manchetes e arriscar, definitivamente, suas carreiras.

Lewandowski e a explosiva segurança pública

Por Eduardo Maretti, na Rede Brasil Atual:

Apesar de o novo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, ter afirmado em entrevista ao jornal O Globo, ontem (11), que a segurança pública será prioridade inicial da sua gestão na pasta, a questão é de tamanha complexidade que não existe resposta clara sobre como administrar essa pauta no país atualmente. O problema está crescendo, no Brasil e nos países latino-americanos, o que a crise do Equador e a situação do México vêm demostrando.

“Hoje, assistimos às milícias armadas disputando espaço do Estado. O banditismo chegou a tal ponto que governa áreas do Estado”, disse à RBA o cientista político, ex-dirigente partidário e ex-presidente do PSB Roberto Amaral.

O que está mudando na economia cubana

2023 teve mais violação de direitos humanos?

Redes sociais e soberania nacional

Planos do governo para a economia em 2024

sexta-feira, 12 de janeiro de 2024

Crescimento econômico versus Patifaria Lima

Charge: Clayton
Por Paulo Nogueira Batista Jr.

A economia brasileira continuará a crescer? É a pergunta que muitos fazem e que alguns economistas, temerários, se animam a responder. Fato é que a economia cresceu algo como 3% ao ano em 2022 e 2023, o que configura certa recuperação. Nada de espetacular, verdade, mas já é um começo. O que interessa, entretanto, é saber se o crescimento continuará nos próximos anos. O que esperar de 2024 e 2025?

Depende, em grande medida, da política econômica do governo, em especial da política fiscal e da política monetária. Os economistas dedicados a fazer projeções regularmente não estão muito otimistas. Entraram o ano prevendo um prevendo um aumento do PIB de apenas 1,6 % em 2024 e de 2% em 2025. Resultados medíocres, se as previsões se confirmarem.

O Equador e o fracasso da 'guerra às drogas'

Charge: Camdelafu/Cartoon Movement
Por Marcelo Zero, no site Viomundo:


O que acontece agora no Equador é mais uma demonstração do retumbante fracasso da “guerra às drogas”.

Lançada, em 1971, por Richard Nixon, a “guerra às drogas” já teria consumido mais de US$ 1 trilhão, somente do orçamento federal estadunidense, ao longo de 52 anos.

Resultados? Nulos ou praticamente nulos.

Não houve redução do consumo de drogas ilegais. Ao contrário, esse mercado continua bastante aquecido.

Também não houve redução das mortes por overdose. Na realidade, o uso de opioides sintéticos tem aumentado essas mortes, especialmente nos EUA.

A meta fiscal zero e os juros

Foto: Diogo Zacarias/ Ministério da Fazenda
Por Paulo Kliass, no site Vermelho:


Em entrevista concedida à imprensa na semana passada, o Secretário Executivo do Ministério da Fazenda respondia pelas posições e opiniões da pasta a respeito de temas candentes da economia para o ano que se inicia. Na verdade, Dário Durigan substitui oficialmente o titular, que se encontra afastado de suas funções até o dia 12 de janeiro. O período de férias solicitado por Fernando Haddad coincide com o recesso do Congresso Nacional e o titular imaginou que poderia ser um momento mais tranquilo para se afastar um pouco da conturbada agenda ministerial.

8 de janeiro: adeus às ilusões

Charge: Amorim
Por Roberto Amaral, em seu blog:


Os atos oficiais promovidos para registrar o repúdio nacional à intentona de 8 de janeiro de 2023 – cujos planejadores, operadores e financiadores seguem em sua maior parte impunes, muitos protegidos pela imunidade da farda – consumiram-se em louvação às “instituições”, glorificadas como responsáveis pela preservação do que chamamos de democracia. Logo elas, que tanto atentaram contra o regime e a ordem constitucional nesses sofridos 134 anos de uma frágil república outorgada ao povo por um golpe de Estado. Logo elas que sempre estiveram a serviço dos interesses do grande capital, por natureza avesso a todo impulso democratizante. São elas, hoje, borrado o passado, apresentadas como as heroínas do contrapelo ao 8 de janeiro, de que esteve ausente, como sempre, o povo, que a tudo assistiu pela televisão, sem entender o que ocorria. O povo soube da depredação dos edifícios símbolo da republica, mas não lhe foi dito que aquela inusitada movimentação de gente – uns fardados, outros fantasiados de verde e amarelo – consistia em um golpe de Estado em andamento, uma intentona fascista muito mais poderosa que a de 1938, e assim muito mais ameaçadora, anunciando desdobramentos de contornos inimagináveis. Estavam à vista as marionetes, mas da luz do sol se protegiam os conspiradores que de longe controlavam os cordéis. O que se pode dizer é que marchávamos, naquele momento, para uma ditadura.