O golpe militar em Honduras comprova, até para os mais tapados, que a tal “liberdade de imprensa” pregada pelos barões da mídia representa, na verdade, a “liberdade dos monopólios”. O discurso das corporações midiáticas é pura hipocrisia. Um jornalista hondurenho já foi assassinado em condições misteriosas; toda a equipe da Telesur, que dava um show na cobertura do trágico episódio, foi presa e expulsa do país pelos gangsteres golpistas; inúmeras rádios comunitárias foram atacadas; a Rede Globo de Tegucigalpa, que nada tem a ver com a Vênus enlameada brasileira, também foi fechada; até a CNN em espanhol foi proibida de exibir as cenas de violência nas ruas, que já causaram dezenas de mortes.
Apesar de toda esta brutalidade fascista, nenhum dos colunistas bem pagos da mídia hegemônica fez declarações inflamadas em defesa da “liberdade de imprensa”; nenhum meio privado criticou a brutal censura e as agressões aos jornalistas; nenhum editorial da “grande imprensa” questionou o fato de que a mídia hondurenha está nas mãos de meia dúzia de oligarcas reacionários, que clamaram pelo golpe e dão total respaldo à ditadura sanguinária. A máfia da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), que recentemente criticou o presidente Lula por suas “criticas descabidas ao enfoque do noticiário”, não se pronunciou contra os atentados à liberdade de expressão. A ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF), bancada pelo CIA na sua campanha permanente contra a revolução cubana, também está quieta.
Defesa das atrocidades dos golpistas
Segundo relatos da própria Cruz Vermelha, os “gorilas” hondurenhos promovem as piores atrocidades, como invasões de casas, torturas, estupros e assassinatos, e a mídia hegemônica ainda tenta relativizar o papel dos ditadores. A Folha agora passou a qualificar o governo golpista de “interino”. A TV Globo critica o presidente deposto, Manuel Zelaya, por ele rejeitar um acordo de “conciliação nacional” com os bandidos. O Correio Braziliense chegou a justificar o golpe num texto repugnante. Alguns doentes mentais da revista Veja, travestidos de blogueiros, argumentam que a violenta deposição de Zelaya foi para “salvar a democracia”. São todos falsários quando pregam a “liberdade de imprensa”.
Para acompanhar o que de fato ocorre em Honduras é preciso furar o bloqueio dos barões da mídia. A Telesur, retransmitida pela TV Educativa do Paraná e por algumas emissoras comunitárias, continua exibindo cenas da violência dos golpistas e da crescente resistência dos hondurenhos. Pela internet, os sítios da Agência Boliviana de Notícias e o Aporrea, entre outros, trazem informações exclusivas dos movimentos sociais deste país. Na prática, estes veículos alternativos realizam a autêntica defesa da “liberdade de expressão”, enquanto a mídia hegemônica comprova que serve apenas aos interesses dos poderosos e às ambições do império. Seu discurso da “liberdade de imprensa” é puro cinismo!
Mais uma Campanha Parcerias Solidárias ao Grupo Tortura Nunca Mais/RJ
ResponderExcluirGrupo Tortura Nunca Mais-RJ
Mais uma Campanha Parcerias Solidárias ao Grupo Tortura Nunca Mais/RJ
Como é de seu conhecimento o Grupo Tortura Nunca Mais/RJ, movimento suprapartidário criado em 1985, tem assumido nesses 24 anos de existência um claro compromisso na luta pelos direitos humanos. Vem lutando, portanto, pelo esclarecimento das circunstâncias de morte e desaparecimento de militantes políticos durante o período da ditadura militar, pela afirmação de outras memórias históricas, pelo afastamento imediato de cargos públicos de pessoas envolvidas com a tortura, contra as violações que hoje ocorrem cotidianamente e pela construção de uma postura ética, convicto de queestas são condições indispensáveis na luta hoje por um país efetivamente comprometido com a Vida.
Mais uma vez, enfatizamos que, desde sua criação, o GTNM/RJ sempre sobreviveu com poucosrecursos provenientes de doações que, a cada ano, se tornam menores e do trabalho de seus militantes.
Atualmente encontra-se em uma situação financeira extremamente difícil, pois como já informados em 2007, foi obrigado a depositar, a título de danos morais, os policiais federais Roberto Jaureguiber Prel Júnior, Luiz Oswaldo Vargas de Aguiar, Luiz Amado Machado e Anísio Pereira dos Santos. Tal condenação decorreu de texto contido no site do GTNM/RJ, no qual a entidade buscou repercutir a denúncia feita por Carlos Abel Dutra Garcia preso em 20 de agosto de 1996, em flagrante abuso de autoridade dos policiais federais, que o conduziram para a Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro e, posteriormente, o agrediram. Ao ser transformado em réu o GTNM/RJ foi obrigado a depositar em juízo a quantia de R$ 46.541,72 (quarenta e seis mil e quinhentos e quarenta e um mil reais e setenta e dois centavos).
Apesar dos apoios e doações recebidas, até o presente momento não se conseguiu estabilizar as finanças. Assim, uma série de medidas foram tomadas para contenção de despesas como a suspensão e distribuição de nosso jornal trimestral, publicado desde 1986, substituído por um jornal virtual construído em nosso site e a diminuição dos atendimentos médico-psicológicos e de reabilitação física efetuados por sua Equipe Clínico-grupal, além do pagamento de alguns medicamentos às pessoas atendidas por este projeto.
Por tudo isso, o GTNM/RJ continua a sua Campanha de Parcerias Solidárias já que não conseguiu o necessário para cobrir os pagamentos já efetuados. Solicita-se a todos(as) que queiram entrar nesta Campanha que, mensalmente, seja depositada qualquer quantia no Banco Itaú, agência 0389, conta 77791-3, em nome de Tortura Nunca Mais.
Como uma alternativa de colaboração estamos apresentando dois livros recém lançados -"Clínica e Política 2" e "20 Anos da Medalha Chico Mendes de Resistência: memórias e lutas" - e mais o vídeo "Memórias para Uso Diário" - documentário sobre a trajetória do GTNM/RJ - a preços mínimos. Por cada um deles, a colaboração é de R$ 20,00 (vinte reais). O kit que contém os três (os dois livros e mais o vídeo) sai a R$ 50,00 (cinqüenta reais).
Os interessados podem fazer contato com o GTNM/RJ através de sua secretaria (Zélia ou Victor) de 2ª a 6ª feira, de 10 horas às 19 horas, pelos telefones: (21) 22868762 ou (21) 2526.2491 ou pelo e-mail: gtnm@alternex.com.br.
Mais uma vez o GTNM/RJ agradece o apoio e a parceria solidária de todos(as) neste difícil momento de sua luta.
Pela Vida, Pela Paz
Tortura Nunca Mais!
Rio de Janeiro, 21 de julho de 2009
Altamiro, inseri o comentário abaixo num artigo do Argemiro Ferreira publicado no Carta Maior, mas gostaria de inseri-lo também aqui, se você permitir.
ResponderExcluirUm Abraço.
O jornalismo da TV Brasil é anti Hugo Chávez e anti ALBA. Tanto quanto a imprensa hegemônica é anti Lula e anti PT. Acho que o seu jornal Repórter Brasil só não é, já, também claramente anti Lula porque este é governo, independente de ser ele seu criador. Basta observar com um pouco de atenção e se verá que o enfoque sobre a política – e sobre Lula – é ‘quase igual’ ao da mídia hegemônica. Sobre já ser anti PT nem precisa de atenção.
Parece que trabalham deliberadamente para desaparecer com a ALBA e com qualquer um ou coisa relacionada a ela.
O jornalista que vinha fazendo os editoriais com fachada de reportagens, que sempre resultavam favoráveis aos golpistas de Honduras, finalmente foi substituído na “cobertura” que a TV Brasil faz sobre o assunto. “Cobertura” assim entre aspas, porque não faz cobertura nenhuma do golpe de Estado que ocorre na América Latina – e que parece envolver uma disputa direta e violenta contra a ALBA, só uns poucos segundos embalados em “drops”, uma vez por dia, também e exatamente como a imprensa hegemônica.
Ele – o jornalista – agora trata da Colômbia, sobre a qual nos prestou o mesmo tipo de serviço, apresentando uma superficialidade sobre o fortíssimo reforço militar dos EUA naquele país. Superficialidade, leve e rapidíssima, mas sem deixar de ser anti Chávez. Eles conseguem. Inclusive não informou que se trata da criação de cinco bases militares dos EUA em solo colombiano, três agora e duas depois e, enorme contingente, segundo declarações do próprio presidente Hugo Chávez, da Venezuela. Ele já considera que é uma situação de ocupação militar da Colômbia por nação estrangeira. E tudo no contexto do Golpe militar de Estado em Honduras.
Não deu tempo de ver nem mesmo se tinha legenda com o nome do referido jornalista da TV Brasil.
Começa a me ocorrer que talvez não se trata de um “papagaio do império” e sim, de um peixe, de alguma estranha espécie, talvez das profundezas, porque de qualquer modo, anteontem, no dia da comemoração da vitória do movimento sandinista que tirou o preposto dos EUA e ditador Somoza do poder na Nicarágua, o espécime fez questão de ser anti Ortega.