sexta-feira, 13 de agosto de 2010
Comparato propõe Adin sobre a mídia
Reproduzo artigo de Paulo Henrique Amorim, publicado no blog Conversa Afiada:
A Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) e a Fitert (Federação Interestadual dos Trabalhadores em Radiodifusão, que representa os radialistas) subscreveram a proposta do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé de entrar no Supremo Tribunal Federal com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) por omissão, de autoria do professor Fabio Konder Comparato, contra o Congresso Nacional, por não regulamentar os artigos de Constituição de 1988 que tratam da Comunicação.
Desde 1988 o Congresso não regulamenta os artigos 220, 221e 224 da Constituição.
O 220 proíbe a formação de oligopólio na comunicação.
O 221 trata da programação do rádio e da tevê.
E o 224 impõe a instalação de uma Comissão de Comunicação Social.
E o Congresso não delibera sobre isso, desde 1988.
Todo mundo elogia a Constituição Cidadã, a Grande Conquista dos Brasileiros, mas, na hora de defender o direito sagrado à comunicação…
Por que ?
Porque a Globo e o PiG não deixam.
O professor Comparato fez, inicialmente, essa proposta à Ordem dos Advogados do Brasil, mas, até agora, a OAB não moveu uma palha.
A OAB está mais preocupada com as dores lombares do Ministro Joaquim Barbosa.
A Fenaj e a Fitert se tornaram fundamentais nessa batalha, porque são associações de âmbito nacional, que mantêm com a Adin proposta uma “pertinência temática”, como nos ensinou o professor Comparato.
O Barão de Itararé, sozinho, não poderia fazer isso.
Ao lado da Fenaj e da Fitert estão as centrais sindicais do país, representadas em reunião que tivemos na casa do professor Comparato.
A decisão de entrar com uma Adin para regulamentar o que a Globo e o PiG não deixam regulamentar será formalmente anunciada na abertura do I Encontro de Blogueiros Progressistas, a se realizar em São Paulo nos dias 21 e 22 deste mês de agosto.
No encontro em que formalmente aceitou liderar essa luta, o professor Comparato estabeleceu algumas condições:
1) É um movimento plural;
2) Não pode ser partidário;
3) Não pode ser sectário;
4) Não tem nada a ver com (qualquer) governo;
5) O objetivo da luta é fazer o STF e o Congresso Nacional reconhecerem que o direito à comunicação é um direito do cidadão.
* Na foto da reunião na casa do professor Fábio Konder Comparato, da esquerda para direita: Domingos Fernandes (UGT), Miro, Rosane Bertotti (CUT), Paulo Henrique Amorim, Comparato, Eduardo Navarro (CTB) e Valdo Albuquerque (CGTB).
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"5) O objetivo da luta é fazer o STF e o Congresso Nacional reconhecerem que o direito à comunicação é um direito do cidadão."
ResponderExcluirDesculpe a ignorância, mas, em termos práticos, o que isso significa?
Grato. JF
É meu
ResponderExcluirOs órgãos que representam as grandes empresas de comunicação, como Abert e ANJ, defendem plataformas contraditórias. Acham que o governo deve limitar a participação do capital estrangeiro, mas rechaçam qualquer possibilidade de fiscalização pública sobre o conteúdo da mídia.
Para garantir a reserva de mercado, invocam a lei. Mas a possibilidade de acompanhar, discutir e rever concessões de rádio e televisão, igualmente legal, parece coisa do capeta. Curiosa maneira de defender a liberdade de expressão.
http://guilhermescalzilli.blogspot.com/