sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Wikileaks, Afeganistão e imprensa imperial

Reproduzo artigo de Mumia Abu Jamal, publicado no jornal Hora do Povo:

A publicação de mais de 70.000 documentos da Guerra no Afeganistão foi recebida pela maioria das corporações dos meios de comunicação, no melhor dos casos, como algo mortificante; e no pior, como um ato de traição.

As idéias expressadas por esses meios revelam a mesma mentalidade que agitou a nação e a levou à guerra depois do 11 de Setembro. Meios de comunicação atuando de serviçais do poder presidencial. Meios de comunicação capachos das indústrias da guerra - e do império.

Julián Assange, editor-principal da Wikileaks, foi duramente castigado por não se preocupar suficientemente com os soldados norte-americanos nem pelos alcaguetes afegãos.

Outra ofensa sua? Publicar o número de civis afegãos mortos por tropas dos Estados Unidos. Para a maioria dos meios de comunicação isso é um tabu.

Assim são os meios de comunicação do império.

Do jeito como vão as coisas, as corporações norte-americanas de mídia rapidamente estão se transformando numa espécie em franco processo de extinção, porque cada vez menos gente assiste às noticias na televisão ou lê jornais. Além disso, a juventude encabeça essa tendência. Segundo algumas reportagens, a média dos jornais nos Estados Unidos perde pelo menos 10% de seus leitores a cada ano.

Se a tecnologia indubitavelmente joga um papel nesse processo, a falta de confiança nas reportagens tem que ser também um fator.

Seu patriotismo de bandeirinha, sua música militar e suas mentiras levaram à nação aos desastres no Iraque e Afeganistão.

Quando algo como Wikileaks aparece em cena, com documentos frescos dos campos de batalha, a mídia corporativa soa como algo supérfluo.

E agora, como famintos pit bulls, atacam a Wikileaks por não tomar parte no seu jogo imperial.

Eles ladram... mas a Wikileaks está mordendo.

* Mumia Abu Jamal, jornalista e militante negro anti-racista, é o principal preso político dos EUA. Acusado sem provas pela morte de um policial, em dezembro de 1981, ele foi condenado à pena de morte – sentença convertida, em março de 2008, para prisão perpétua.

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Um comentário:

  1. Segue um artigo com opinião diferente (em inglês). Neste (http://www.voltairenet.org/article166711.html), Julián Assange é apontado como pião em um escândalo que serve para encobrir outras sugeiras dos Imperialistas.

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